Quando menino, talvez JiSung amasse YongBok, talvez preferisse que lhe dessem banho, que usasse roupas caras e exuberantes... Mas sua Alteza não reconhecia tal vida. JiSung se esqueceu, desacostumou-se ao luxo de ter sangue azul, de morar em um castelo, de ter tudo a seu dispor, centenas de servos a seus pés e YongBok, que sempre o acompanhava a todo lugar...
Pela manhã, JiSung caminhava no jardim. Era grande, tão maior quanto o do Bang, abrigando mais plantas e frutos...
Seu corpo estava cansado, mas ainda queria se distrair, ignorar os próprios pesadelos, a pouca vontade que tinha em conversar com os outros e as respirações pesadas, do ar que agora dificilmente conseguia entrar e sair.
As mãos de JiSung deslizaram sobre as plantas, nas flores de Eloais roxos, aquelas que poderiam purificar a alma... que lembravam a Min...
Sentia-se pesado, mas continuou andando, sendo acompanhado pelos passos de YongBok. Ji Sung se virou para o servo, o cabelo curto de cor preta, as sardas do rosto; ele nada havia mudado e esperava ansiosamente sua ordem.
JiSung segurou as mãos dele: — Lee YongBok.
— Alteza! — o coração batia forte.
— Me escute... Pare de me chamar com esses honoríficos. Me chame apenas de JiSung.
— Mas, mas Alteza... — apertavam as mãos. — Eu gosto de lhe chamar assim, é a forma pelo qual demonstro respeito a você. Não me peça isso...
JiSung suspirou. — Tudo bem, mas por favor, pare de me seguir. Não preciso de seus cuidados por agora.
O calor dos olhos de YongBok esfriaram. — Mas...
— Me obedeça. Agora você pode ir — soltou suas mãos.
Jisung vagou um pouco pelo jardim, sozinho, deixando o outro ficar para trás.
Mas de pouco adiantava dar ordens a YongBok, ordens para se afastar. Se ele não estava ao seu lado, em seu campo de visão, JiSung sentia a presença do jovem servo atrás da porta de seu quarto.
No quarto, o príncipe deitou no sofázinho, esticou o corpo.
YongBok era diferente de Min, que também o vigiava. Min deixava óbvio, até sutilmente, não escondia tão bem que estava o observando ou o perseguindo pela casa.
Min. — Você não vai mais voltar para mim, não é? — JiSung olhava para o lustre. Teve vontade de chorar. — Sinto tanto sua falta...
[...]
JiSung tomou outro banho e para a alegria de YongBok, permitiu que ele ficasse na porta, de costas o esperando com uma toalha.
O jantar não teria agitação. ChangBin e o recente convidado da província seriam os únicos a marcarem presença. Então JiSung sentou ao lado deles, foi o primeiro a mexer na comida.
Olhou para YongBok em pé um pouco distante, sua postura comportada, os braços unidos para trás. Gostaria que ele comesse também, não aguentava mais ouvir aquela barriga ronronar.
Por que ele não se juntava? Não ligava que YongBok fosse um servo e aquela mesa não fosse, como seguia a tradição, apropriada para ele.
Mas YonkBok sentava-se ali, quando ChangBin estava sozinho.
O Conde tinha ciência de como YongBok ligava para as aparências, e notando a ansiedade de JiSung, pediu para que os Magos, os Guardas Reais, se retirassem da sala.
— Você não vem? — ChangBin chamou o servo. Mas YongBok ainda recuava e seus olhos iam em direção ao Hwang.
Encarando-os, o Conde percebeu.
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Minsung - Espectro Vermelho
RomanceQuando o príncipe fechava os olhos sentia a aura de um homem deitado ao lado, em sua cama. O fantasma de aura vermelha afagava os cabelos de JiSung até que esse estivesse em sono profundo.