O Criado, YongBok. I

37 5 8
                                    


(((((NOTAS: esqueci que tinha colocado a fic nessa conta do wattpad kkkkk, costumo atualizar no socialspirit :P))))))

[...] Para o Passado — quando Yongbok era um pequeno menino.

Os olhos brilhavam lágrimas genuínas e sobre o chão de pedras, galhos e terra, a criança de cabelos negros viu a mão erguida em sua frente.

— Você está bem? Você se machucou?

YongBok estava bem, havia sido só um tombo, mas chorou. Nunca havia recebido palavras tão gentis.

— Por que você está chorando?! — surpreendeu-se o outro menino. Ergueu o pequeno. Os polegares enxugaram lhe as bochechas, sobre as sardas. — Você não precisa chorar... Vamos brincar!

YongBok foi levado pela mão, ziguezagueando as árvores do bosque. Não estava machucado, mas o outro menino, o segurando tão fortemente, ignorava os próprios ferimentos, o queixo ralado, o joelho que ardia...

"Porque?" pensou o menor. "Porque ele está se importando tanto comigo?"

— Alteza!! — de longe gritou; a voz de uma mulher.

O menino a frente parou, e ainda segurando sua mão YongBok fez o mesmo. Entre as árvores identificaram a serva que vinha, pelas roupas, aquela da qual deveria trabalhar no castelo.

Ela correu na direção do outro menino. O abraçou em desespero.

— Deuses, nunca mais faça isso! Nunca mais me deixe preocupada. Nunca mais! — os olhos o viram cheio de terra e sangue. — Por que você está tão sujo!? Você está machucado?! O que aconteceu?? — viram a YongBok, escondido por sua silhueta.

— E quem é você rapazinho? — a serva notou seus cabelos escuros. — A quem você pertence? Então foi você que trouxe sua alteza aqui? Saiba que será responsabilizado.

YongBok se assustou. — Sua Alteza? — tremeu, olhou para o menino mais velho. Até então sequer sabia o nome dele.

— Ele não tem culpa!!! — os braços estenderam, colocou-se então na frente, protegendo o menor. — Não brigue com ele!! Se você brigar eu não vou voltar.

Ela suspirou. — Tudo bem. — ele era um príncipe teimoso. — Não irei fazer nada. Vamos voltar então.

A mão do menino soltou a de YongBok, assim a mulher pegou o príncipe no colo. — Você também rapazinho, qual é o seu nome?

A boca de YongBok não se abriu, não respondeu. Sua cabeça estava abaixada e se alguém pudesse ver sua pequena aura azulada, saberia o quão assustado estava.

— Você não vai falar? Tudo bem — pegou a mão de YongBok. — Mas não vou deixar você sozinho aqui...

Após uma curta caminhada chegaram ao castelo. Embora YongBok se recusasse a entrar, a mulher o forçou e por isso estava no quarto do príncipe.

Ela ordenou: — Vamos, tirem suas roupas.

YongBok estava visivelmente abalado vendo o outro menino tirar seus sapatos. Aquele menino, não era uma criança qualquer, era o príncipe. O príncipe do qual YongBok não deveria se envolver.

YongBok havia quebrado a regra. Iria ser punido. Não deveria se aproximar da realeza. A família da qual pertencia não aprovava esse comportamento. Estava desobedecendo a eles. Então, o que iria acontecer? Iriam lhe devolver para o orfanato como da última vez? Iriam lhe bater com uma estaca de madeira, até que desmaiasse de dor? Iriam lhe mandar tirar...

— O que você está fazendo?! Eu disse para tirar sua roupa — insistiu a serva.

A criança voltou a realidade. A mulher o levou para o banheiro. — Você também vai tomar um banho, vamos!

Logo, os dois meninos estavam na banheira, esperando que a serva voltasse. A água morna cobria até seus ombros e as espumas tomavam ao redor na superfície.

— O que foi? Por que você está estranho?

Do outro canto da banheira YongBok ergueu seu rosto. — Ah! Eu... Não se preocupe. Alteza.

O príncipe bateu as mãos na água, fazendo-a espirrar para todos os cantos. — Então por que essa luz dentro de você está tão agitada? — apontou para o peito do outro menino imerso na água.

— Luz? Que luz?

— Nada! Esqueça — as pernas do príncipe balançaram. — Qual é o seu nome?

— É YongBok... Alteza.

— Entendi. Você pode me chamar de JiSung se quiser. Agora somos amigos, tá bom?

As orelhas de YongBok coraram. — Amigos?

— Foi o que eu disse! — JiSung sorriu.

A serva retornou. O ambiente parecia leve e o menino de cabelos negros estava timido, mas contente.

Ela conversou um pouco com JiSung, para ouvi-lo então explicar como havia se perdido no bosque e de sua aventura com a criança que acabara de conhecer... Com as mangas arregaçadas, um sabão e esponja deu banho no príncipe, depois, ajudou a criança de nome YongBok a banhar também. Não poderia deixar alguém tão sujo andar pelo castelo...

Fez um curativo em ambos, tratou de vestir YongBok colocar uma roupa que sua alteza já não usasse. Para JiSung o vestiu então com uma roupa mais adequada para a devida ocasião...

— Espero que não tenha esquecido do seu compromisso de hoje — de joelhos ela arrumou o broche de cor vermelha, o pregou na roupa do príncipe.

— Eu não esqueci.

Ela sorriu, se levantou. — Bem, então vamos.

A porta se abriu e assim JiSung saiu, mas silenciosamente ele chamou YongBok, oferecendo sua mão para que estivessem juntos.

A serva espiou as mãos dadas dos meninos, mas nada falou sobre, além de um comentário: — Alteza, espero que você saiba que ele não vai poder entrar com você.

Enquanto seguiam pelos corredores, era perceptível, Ji Sung havia gostado daquele menino, mas a serva já considerava que aquele garotinho tinha um dono, e tão logo deveria para ele retornar....

— Senhorita.

A serva notou e parando de andar. Curvou-se diante daquele que vinha. — Conde.

Os dois meninos, antes atras, se colocaram na frente da mulher.

— Alteza — o homem se curvou, mas os olhos se voltaram à figura de cabelos escuros que segurava as mãos de sua alteza.

JiSung sentiu, a fraca aura de YongBok estava agitada novamente. Suas mãos se afastaram tão rapidamente.

— O que esse menino faz aqui!? — o Conde exclamou e sua fúria exalou por cada palavra.

A serva olhou para YongBok, a criança à sua frente. — Senhor Seo, você conhece esse menino?

— Claro. Ele pertence ao meu filho!

O homem puxou YongBok pelo braço, apertando com violência. Abriu sua palma então deu-lhe um murro no rosto.

A criança caiu de joelhos. Desnorteada no chão, os olhos molharam e a bochecha avermelhou.

— Como ousa se aproximar do filho do rei!? — o Conde levantou novamente o braço.

JiSung tentou correr para impedir que YongBok se machucasse, mas a serva, olhando para baixo, mesmo que também detestasse aquilo, segurou o braço de sua Alteza, para que não interrompesse.

Minsung - Espectro VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora