Min estava agindo estranho, tendo um comportamento atípico, e devido às falas de JeongIn, JiSung desconfiava do fantasma.
Pelo resto da semana, Han ficou observando, o analisando, o que pensava fazer discretamente sobre os movimentos de Min. Mas em sua investigação, nada parecia fora do habitual:
O fantasma acordava pelas manhãs, ia até o jardim e cuidava das flores - não tão bem quanto, como antes JiSung fazia... Sobre a escrivaninha lia e relia alguns livros, anotava no papel partes que considerava relevantes, e destrinchava em folhas e mais folhas sobre o amar... Depois, ele resolvia arrumar o quarto, a baguncinha das coisas de JiSung. Gastava tempo com isso, e tinha gosto por deixar tudo bem organizado. Então, como por um descanso Min lia novamente, no corpo da cama...
Estava certo, nada era suspeito naquela tediosa rotina. Entanto, JiSung se viu enganado. Uma tarde voltou mais cedo e no quarto, também no jardim, Min não estava.
JiSung andou pela casa tentando encontrar o fantasma. Quase concluindo que ele estava naquela pavorosa biblioteca, meramente o achou na cozinha: sentado em um banco ao lado da mesa... Min não parecia muito interessado nos cozinheiros, mas no que eles estavam fazendo, cortando legumes, fatiando pedaços de carne.
— Oh! JiSung? Que bom vê-lo! Você raramente vem para cá! — surpreendeu-se o cozinheiro com a faca.
Min logo olhou para trás reparando também na presença do mais jovem, e agora seus olhos não viam nada mais além de JiSung.
— Você está querendo algo para comer? — concluiu outro cozinheiro: se JiSung estava na cozinha era porque sentia fome.
— Ah, não-não, eu apenas passei porque... — JiSung olhou para Min, mas sendo tão atingido pelos olhos do fantasma, desviou-se para o homem que havia feito a pergunta. — E-eu estava pensando se vocês poderiam fazer aquele macarrão... da semana passada...
O cozinheiro que fatiava a carne parou. Deixou a faca sob a tábua. Estava tentando se lembrar do cardápio da semana passada. O que havia de diferente... — Ah! Aquele com o molho branco... — era um prato tradicional do sul do país.
Ji Sung não tinha a menor ideia do que ele falava, mas balançou a cabeça assumindo que era.
— Podemos sim! Você gostaria de outra coisa?
— Não, não, era só isso mesmo — estava sem jeito.
— Ficamos felizes, sempre que quiser algo, só nos avise antes!
JiSung sorriu, se despedindo timidamente. E saíu da cozinha sendo perseguido pela presença de Min, acompanhando seus passos, subindo a escada para os quartos...
Tantos anos de convivência, JiSung já pressuponha onde o fantasma circulava, não do hábito que ele tinha em assistir os criados. Só percebeu ao sair de casa, e quando mais cedo voltava se Min não estava na escrivaninha ou nas flores, era provável vê-lo seguindo outras pessoas...
Em grande parte ele estava na cozinha, mas JiSung ainda acreditava que ele passava seu tempo em outro compartimento da casa. Na verdade, nunca chegou a vê-lo entrar no quarto principal, no quarto das duas criadas, ou na sala onde se escondia a porta dupla para a entrada da biblioteca...
Sim, Min andava pela casa, acompanhava os criados, pois sentia uma melancolia e um imenso vazio, a falta de alguém: de JiSung, quando esse mesmo não estava. Para suprir essa falta, começou a observar os outros...
Mas JiSung notou como Min agora o observava, e como os olhos do fantasma sempre estavam voltados para si... E estariam voltados para JiSung. Ninguém mais além dele interessava a Min. Não havia, não existia outra pessoa que Min amasse tanto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minsung - Espectro Vermelho
RomanceQuando o príncipe fechava os olhos sentia a aura de um homem deitado ao lado, em sua cama. O fantasma de aura vermelha afagava os cabelos de JiSung até que esse estivesse em sono profundo.