A Ausência de Min. II

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Pela primeira vez, JiSung havia dormido sozinho em seu quarto. Entanto não percebeu. Vestiu uma roupa mais adequada que o pijama. Considerou que Min havia levantado cedo, se então ele não estava no jardim.

Não tinha motivos para procurá-lo. Afinal, estava magoado com Min, não estava? Não era Min quem devia ir até JiSung e se desculpar por sua irresponsabilidade?

Han saiu do quarto, andando lentamente para o banheiro e para a cozinha. Continuou pelos corredores, espiando ligeiramente para dentro dos cômodos... Obtendo a atenção das auras azuladas:

JiSung parou. Como os coelhos, os olhos estavam vidrados a si, perseguindo-o. Direcionou-se aos dois criados e esses eles em súbito foram para baixo.

— O que vocês estão...? Por favor, se levantem!

Os jovens criados se levantaram. Entreolharam-se, e em passos largos se afastaram virando outro corredor.

— Para onde vocês vão? — JiSung tentou os seguir, mas pela agilidade que andavam escaparam de seu campo de visão. Entanto aos lados, outros o assistiam.

JiSung percebeu os olhos que se desviaram ligeiramente dos seus, a respiração tensa, as auras vibrando. Inclinados. — Por que vocês estão agindo assim? Não vão me responder?

Mantiveram-se mudos, com a cabeça abaixada.

JiSung desprendia uma discussão, reprende-los, sentia exausto pela noite ruim: — Por favor, parem de fazer isso — os deixou, mas desnorteado, já não sabia para onde antes iria.

Ir para o Jardim. Tomar um ar, talvez.

O jardim estava perfeitamente arrumado, mas os olhos de JiSung o reconhecia diferente do habitual. Lembrava do ocorrido no dia anterior, a ventania... as alianças, as flores. Seria melhor ignorar.

Olhou para cima, na paisagem do céu sereno. Viu a faixa de sete cores formadas em meio às nuvens... Azul, amarelo, vermelho...

[...] Passando [...]

A porta se abriu. Min fechou o romance que lia e ainda sentado, acompanhou o outro entrar.

— HyunJin me deu estas tintas — JiSung pôs os três frascos de vidros sobre a escrivaninha. — Ele adora pintar, ele mesmo as pigmentou. — puxou a cadeira e juntou-se a Min.

— Ele me disse que posso fazer qualquer cor com essas três, mas é tão difícil! — estendeu as mãos secas, manchadas pela cor escura.

— Tudo o que eu misturo fica marrom... Não sei como HyunJin conseguiu pintar aquele arco-íris...

Min estava estável. Olhava para as mãos, fixado na tinta naqueles dedos.

— Uhm? — JiSung percebeu que algo estava errado. — O que foi, Min? Você não gosta de pintar?

Min não ouvia. Olhava para as manchas, aos pingos de cor amarela e azul, da cor esverdeada pelos pulsos... Reconhecia o quanto Ji Sung estava se esforçando para gostar das mesmas coisas que HyunJin.

— Min... Por acaso você já viu um arco-íris? Min... — aumentou o tom de voz: — Min, você já viu um? Sabe o que é um?

Quando Min olhou em seus olhos, JiSung entendeu a resposta , um não.

Como poderia, Min nunca ter visto um arco-iris? Em um salto JiSung foi à janela. O sol estava escaldante.

— Duvido que vá chover hoje... Mas eu te prometo, ainda irei te mostrar!

Para aquela época do ano uma chuva seria difícil. E com os dias passando, a possibilidade de JiSung ter esquecido de sua promessa seria maior... Foi o que Min imaginou, além do mais não se importava, sequer ligava para o fenômeno de sete cores - pois ao menos um, tinha a estranha memória de ter visto.

Minsung - Espectro VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora