— Você acha que sou uma pessoa ruim?
— Você certamente é um ser humano horrível.
A resposta nos ouvidos fez HyunJin lamentar-se pela sinceridade do Yang.
Os dois jovens estavam deitados no lençol posto à grama. Os corpos semi-nus, lado a lado, sentiam o sol esquentá-los após o banho no rio.
JeongIn se sentou. Olhou para o abdômen de HyunJin. Hipnotizou-se no corpo bonito, sua volumetria e na cicatriz evidente que se alastrava na pele branca...
— Eu não receio a ele por aquele dia — continuou HyunJin. — Mas sei que Han não irá me perdoar...
HyunJin percebeu JeongIn sério, encarando seu corpo. Não duvidava das habilidades do mais novo em reconhecer um ferimento causado por uma espada. Mas não queria a pena dele, menos tal doloroso gesto que via daqueles olhos...
— O que você está olhando? É algum pervertido?! — então provocou.
— E se eu for? — o Yang sorriu. Voltou a deitar-se com o loiro: — Você não é uma pessoa ruim, Hyun... Você estava sob controle da magia divina. Ela estava se aproveitando de suas inseguranças. Sabe disso, não é?
Ele soube, na tarde em que viu JiSung desacordado entre os pedaços do vaso e terra. HyunJin despertou de sua índole má e a ideia de ter matado alguém o aterrorizou, fazendo ofegar e olhar para suas mãos manchadas de seu próprio sangue.
Claro, ele sabia. Os pesadelos faziam HyunJin se lembrar disso, quando os coelhos, continuamente, apareciam durante a noite.
— Bem, agora importa o que você irá fazer por ele...
[...]
Bang Chan via JiSung trazer pilhas e mais pilhas de livros para casa. A intuição lhe dizia que Han estava obcecado com um novo algo, uma vez que já estava a par de todas as manias do príncipe.
Em fria madrugada, Bang Chan encontrou ao fim do corredor a porta do quarto emanando a luz de seu interior: viu JiSung na escrivaninha, dormindo sobre as páginas do livro.
Receoso que ele sentisse frio, o cobriu. Um sentimento nostálgico parou-se em seu âmago: a lembrança de quando tinha quinze anos, no tempo em que JiSung dormia no chão...
Tentou arrumar, guardar a pilha de livros ao lado, em outro canto para não cair sobre JiSung. Puxou com cuidado o último livro abaixo da cabeça do príncipe e curiosamente, folheando as páginas, percebeu que se tratava de um dos livros da Casa dos Magos.
JiSung buscava uma forma de encontrar a Min, de vê-lo mais uma vez. Seu coração negava-se a aceitar que Min pudesse ter partido, sem lhe dar resposta, o abandonando assim.
Mas nenhum livro parecia ajudá-lo. No entanto, naquela madrugada, quando o coração acelerava pelo pesadelo, ainda na escrivaninha e se vendo envolto pela quentura do cobertor, JiSung teve o desejo de entrar na biblioteca de Bang Chan.
Mas lembrou-se do dia em que Yang havia invadido seu quarto, de sua conversa sobre HyunJin... Pela manhã, JiSung se arrumou, disposto a encontrar HyunJin, disposto a acreditar que os sentimentos das cartas eram sinceros, para pedir desculpa e talvez, ajuda.
Mas haviam guardas e eles não o deixavam entrar...
— Por que não posso conversar com Hyun Jin?
Dois magos barravam o portão. Não importava quem JiSung era ou demais boatos, a "senhora" havia dado ordens sobre quem ou não deveria entrar. E JiSung compunha a lista, daqueles para não se aproximarem de seu filho...
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Minsung - Espectro Vermelho
RomanceQuando o príncipe fechava os olhos sentia a aura de um homem deitado ao lado, em sua cama. O fantasma de aura vermelha afagava os cabelos de JiSung até que esse estivesse em sono profundo.