-POV LILITH-
Na mesma noite.
Vim para a cozinha conversar com aquela mulher. Descobri que seu nome é Teodora.
- Sabe me dizer onde a mãe do menino está? - A senhora diz, olhando para os lados.
- A mãe dele morreu a alguns anos atrás. Sou a tia de Finney, Lilith - Ela estica a mão para a senhora, que logo a cumprimenta.
- Ah sim, sinto muito pela perda. Você mora por perto, Lilith? - Demoro um pouco pra responder. Minha cabeça latejava um pouco.
- Sim, moro em uma casa na rua da frente. Por que a pergunta?
- Bem, Finney precisa morar com alguém, visto que a mãe do menino se foi e o pai foi preso, precisamos de algum parente que more próximo para ficar com ele e com a irmã. Aliás, onde está a menina? - Ela lembra de perguntar.
- A menina se chama Gwendolin. Ela foi dormir na casa de uma amiga, nem sabe do que aconteceu.
- Ah sim. Bem, você está disposta a ficar com as crianças? - Concordo com a cabeça, antes de falar.
- Estou. A senhora sabe me dizer se precisa passar por um processo de adoção ou é só passar a guarda?
- Nesse caso nós só precisamos passar a guarda. E não, não precisamos da assinatura de Terrence, ele não tem mais autoridade sobre as crianças - Me sinto aliviada ao escutar isso. Seria terrível ter que convencer Terrence a me passar a guarda deles.
- Bem, ele precisa morar definitivamente comigo agora? Essa casa está no nome da minha irmã, queria passar ela pro meu nome e morar aqui mesmo. Aliás, acho que seria bem mais fácil eu me acostumar aqui do que as crianças se acostumarem lá.
- Como a senhora mora por perto e Finney já tem 14 anos, ele pode ficar por aqui enquanto você mora lá, eu só preciso que me garanta que vá passar a maior parte de seus dias aqui - Aquilo me deixou feliz. Eu teria tempo para me organizar e entrar com um processo para passar essa casa pro meu nome.
- Muito obrigada por esclarecer minhas dúvidas, Teodora! Tenha uma boa noite - Digo assim que a mulher já está fora da casa, se despedindo.
- Imagina, esse é o meu dever! Boa noite para você também, jovem - A mulher diz e vai embora, sorridente.
Assim que solto a maçaneta da porta, respiro fundo e sinto um grande frio na minha barriga. A cena que eu vi quando entrei nessa casa nunca vai sair da minha cabeça.
Andrea ficaria furiosa em saber o jeito que Terrence bem tratado seus filhos. Se fosse por ela, ele já estaria preso a anos.
Sinto uma presença atrás de mim e me viro rapidamente. Era Robin, indo em direção a cozinha.
- O que está fazendo, pequeno? - Pergunto quando percebo Robin paralisado na minha frente.
- Vim buscar água para mim e para Finney. Quer também? - Nego com a cabeça e murmuro um "Obrigada".
- Como ele está? - Robin respira fundo antes de responder.
- Não dá pra saber ao certo, Finney é o mestre em esconder seus sentimentos. Mas... dá pra notar nos olhos dele um alívio e uma preocupação - Robin pelo visto percebe minha cara de desespero - Relaxa, Lilith, Finney é um garoto forte! Ele vai passar por isso, ainda mais com a gente sempre por perto - Concordo com a cabeça. As vezes a maturidade de Robin me assusta.
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I can be a better boyfriend than her! - Rinney
Hayran KurguDois garotos, uma amizade, uma traição e uma paixão. Será que é tão fácil assim estar apaixonado pelo melhor amigo em 1978? Finney Blake e Robin Arellano terão que descobrir isso sozinhos