2 - Os perigos secretos do esconde-esconde.

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Jack tinha certeza que essa era a primeira vez que ele ficava inconsciente desde aquela vez que Breu o prendeu na Antártica. Se é que isso podia contar como ficar inconsciente. Ele não estava consciente do mundo ao redor dele, mas ele não estava dormindo também. Enquanto ele recuperava os sentindos, tão lentamente quanto caminhar em um pântano, ele percebeu que devia ter desmaiado.

A primeira coisa que ele notou, é que estava deitado sobre uma superfície macia. A segunda foi que a cabeça dele estava pulsando de dor. A terceira foi que seja lá onde ele estava, tava muito calor. Ele deu um gemido fraco, cegamente estendendo a mão tentando encontrar seu cajado sem abrir os olhos. Ele não tinha força para abri-los.

"Ah, ele tá vivo."

Jack congelou. Ele conhecia essa voz. Lentamente, ele se virou. Precisou de muita força de vontade, mas ele eventualmente conseguiu abrir os olhos. Havia dois Coelhões em frente a ele - gradualmente fundindo-se em um.

"Coelhão?" Jack murmurou.

"O próprio," Coelhão disse, inclinando-se um pouco para observá-lo.

Jack percebeu que estava deitado em um sofá, em algum quarto da oficina, julgando pelas decorações verde e vermelhas nas paredes. Ele tentou deixar a imagem do Coelhão mais clara forçando sua visão, mas fechou os olhos quando a dor de cabeça intensificou. "Um minuto atrás, tinha dois de você," ele murmurou.

"Não diga," Coelhão disse. "Eu acho que deve ter sido sua febre cara."

Jack abriu os olhos de novo. Coelhão estava mais perto agora. "Febre?" ele repitiu.

"Febre," Coelhão confirmou.

Jack o encarou com olhos que já estavam ardendo por ficarem abertos. "Eu não pego febres," ele o disse.

Coelhão parecia prestes a responder, mas pareceu esquecer disso quando Jack se moveu para sentar no sofá.

"Ei, ei, calma aí!" ele disse, saltando para frente. Ele pôs duas patas nos ombros de Jack, mantendo-o no lugar. "Você não devia se mexer muito. Vai acabar desmaiando de novo, imbecil."

Jack tentou se libertar, mas não demorou para seu corpo cair de volta nos travesseiros. Ele gemeu em frustração. "Coelhão," ele começou, olhando em volta. "O que- cadê meu cajado?"

"Tivemos que confiscar."

Jack encarou ele. "Como é?"

Coelhão apenas deu de ombros, mudando seu peso de uma pata para outra. Claramente ele não estava acostumado a lidar com isso - seja isso uma possoa doente, ou especificamente um Jack Frost doente.

Não que Jack estivesse doente. Ele não poderia estar. Não é? Jack estava cada vez ficando mais incerto sobre isso.

"Você estava congelando toda a oficina em seu sono," Coelhão explicou. "A única coisa que ajudou um pouco foi tirar o cajado. Tá bem ali." Ele apontou para o outro fim da sala, onde o cajado de Jack estava inclinado contra a parede. "Tá tudo derretendo agora."

Jack não sabia o que fazer a não ser continuar a encará-lo. "O que? Não, eu não posso- não podemos..." Ele parou quando seus olhos começaram a vagar pelo quarto. Agora que Coelhão mencionou, ele podia ver água e até gelo, por toda parte no teto e no chão, na mesa em frente ao sofá e até nas cadeiras. Por que ele não notou antes?

Quando ele abaixou a cabeça para se olhar, ele percebeu que não havia quase nenhum gelo nele, mas o sofá estava totalmente congelado. Ele olhou para Coelhão. "O que tá acontecendo?"

"Eu te digo o que tá acontecendo!"

Ambos Jack e Coelhão pularam com a súbta entrada de Norte. Coelhão suspirou, o enviando um olhar exasperado.

Dos Ventos e Céus do Norte (TRADUÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora