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M.C

— Ele abusou de você...

Ela repetia para si mesma, sem acreditar, parecia estar em uma bolha só dela. Eu e Maraisa nos entre-olhamos, nós pensávamos que ela surtaria, ao invés disso, ela subiu.

— A onde que ela vai?! — Maraisa balbuciou para mim, sem que ela escutasse até virar o corredor.

— Eu não tenho ideia! — Rebati calma.

Segundos depois, escutamos seus passos, ela nada disse, mas só o andar pesado, já sabíamos.

Marília segurava uma...arma?!!

— O que está pensando em fazer com isto!? — Parei em sua frente, barrando-a de alcançar a porta.

Não está evidente?! — Ela pôs a arma no suporte, antes de gatilhar.

Ela segurou meus dois pulsos, me empurrando para o lado, sua face era furiosa.

— Cuidado com a minha irmã!! — Desta vez, Maraisa altera seu tom de voz, pelo ato da loira.

— Nem ela mesma teve cuidado comigo, com o que tínhamos! — Cerrou seus olhos em minha direção, dava para sentir seu ódio pelo olhar.

Dito isso, ela parou de nos encarar, e foi até a porta, mais calma. Aquelas palavras mexeram com ela, comigo...ela se lembrou. Ela saiu da bolha que estava, e prestou atenção no que estava prestes a fazer.

A loira virou des costas para nós duas e foi até a janela, repousando os braços por ali, olhando para a rua.

E aquele silêncio ficou, foi indo e indo, resolvi quebra-lo.

— Conversa comigo... — Abracei ela por trás, notei que, ela chorava, silenciosamente.

Ela nada respondeu, apenas se virou para mim.

— Eu preciso...

Calo sua voz com um selinho e me afasto, seu olhar já estava mais calmo, relaxado.

— Não quero você se metendo com coisa errada, por mim e por ninguém. — Aliso seu braço, olhando dentro dos seus olhos — Não vale a pena, eu estou bem.

— Mas ele tocou em você! — Sua fala começou a se alterar, se não controlasse, ela perderia o controle de novo.

Pus meu indicador em seus lábios, calando-a.

— Mas isso só aconteceu, por minha culpa. Eu que o levei, eu que o deixei ficar por aí, me levar para o banho e...enfim. Isso nunca poderia acontecer, eu quero me redimir, e te pedir desculpas.

Marília levou sua mão até meu queixo, inclinando-se para me beijar, dei liberdade para que sua língua explorasse cada cantinho.

Sua mão deslizou para baixo da minha blusa, acariciando minhas costas. Um sobe e desce devagarinho.

— Volta pra mim?! E-eu sei que vacilei contigo...— Uma vontade enorme de chorar, me invadiu.

Ela me soltou de imediato, assim que terminei de falar.

— Não! Eu não posso, eu...

— Léo! Eu disse para não vir pra cá! — Aquela voz...

Porra.

Catarina?! Mais que porra é essa?

Léo pulava na beirada da escada, sorrindo como nunca.

— Titia, Mai! Titia Isa!

Olhei imediatamente para Marília. Sua mão começou a soar frio, me soltei totalmente dela.

— Idiota! Eu perdi meu tempo atoa! — Distribui socos em seu abdômen.

Leva ele daqui, leva! — Escutei a voz de Maraisa, longe... — Para, Maiara!

Suas mãos tentavam a todo custo, agarrar meu pulso, assim que conseguiu, comecei a me bater, querendo me soltar.

— É isso, não é?!! Essa vadia já fez a sua mente! — Apontei o dedo em seu rosto, levei um tapa na mão.

Para com isso!

— Não paro não!

— CARALHO, para! Está doendo, porra! — Gritou, me empurrando forte para trás.

Caí no chão.

Eu que não ficaria mais nessa humilhação, ela já me provou o que é. Talvez eu esteja sendo injusta...não! Não estou, que ódio!

— Estou indo embora!

Disparadamente, me levantei, agarrei no braço de Maraisa, que olhava tudo com os olhos arregalados sem saber como dar sermão, como corrigir ou dar conselhos.

Bati a porta da casa.

— Ma...

— Não me fala nada! Eu quero ficar sozinha!

Nada mais ela disse.

Seguimos para casa, deixando tudo aquilo, para trás.

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slk, só volto em 2024🙏🏼😍

Talvez Muito Ciúmes | Mailila G!POnde histórias criam vida. Descubra agora