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M.M

Era minha vez de contar minha versão para ela.

Mesmo que eu não tenha feito nada de errado, eu
estava nervosa. Maiara é bem complicada...mas enfim, agora estamos aqui, frente a frente no sofá da minha casa.

E eu não sabia nem por onde começar.

— Posso te fazer uma pergunta?

— C-claro, f-fique à vontade! — tentei me expressar da melhor forma possível, sem nervosismo, mas falhei miseravelmente.

— Calma, o que você me disser aqui, eu vou ter que aceitar e me retirar. — bem firme ela disse. não que ela não fosse firme, é que na maioria das situações, ela abre um berreiro.

Eu consigo sentir sua mudança, sua personalidade mais forte...amadureceu, é a palavra certa!

— Você ainda sente algo por ela? — me surpreendi, mais uma vez.

Será que não era óbvio?

Encarei ela que estava com uma pose séria e me julguem, muito sexy.

— O que você acha? — devolvi na mesma moeda, jogando a bomba pra ela.

— Você acha que eu sou Deus? Que eu posso ler sua mente, seus pensamentos? Acorda, Marília. — uou.

Parece que meu corpo travou. Ela nem era de falar assim comigo...Desviei o olhar para qualquer canto inútil, mas logo escutei sua voz, me chamando atenção.

— Porquê não responde? Está pensando em alguma desculpa? — o que me deixava nervosa, era sua leveza, totalmente diferente das outras vezes.

— Não, Maiara. — a encarei bem séria. —  Não penso em uma desculpa. Por que você acha que eu ainda gosto daquela mulher?

— Ué, uma mulher casada, aceitar sua ex perambulando por sua casa, com a atual esposa em casa...inconveniente para a esposa, não acha? — disse o óbvio — Esse tempo todo, a causa das brigas, não era eu com meu jeito, era você.

É sério o que eu estou ouvindo?

— E não pense que estou jogando a culpa pra você, se tu refletir, abrir sua mente DIREITO, vai enxergar como tudo isso, atrapalhou coisas que nós, juntas, teríamos conseguido. — ela frisou o direito como se eu fosse irresponsável.

Nem sei porque eu estou indignada com esses tapas na cara que estou levando. É a mais pura realidade. Eu deixava aquela mulher entrar em minha casa, por que eu tinha medo que o Léo sentisse falta da outra mãe.

Sendo que na verdade, ele era mais "filho" da Maiara, do que dela. Ele era mais amigo dela, mais achegado...coisa que ele não era com aquela outra.

E eu nunca consegui enxergar o quanto isso afetava a minha esposa, a minha família...digo isso porque a maioria dos nossos desentendimentos dentro de casa, o Léo não só via como também escutava.

Desde bebê.
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• 02 semanas depois •
M.C

Talvez Muito Ciúmes | Mailila G!POnde histórias criam vida. Descubra agora