{Um Fogo de Artifício}

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Como um fogo de artifício.
Notei que é assim que eu sou.
Assim que eu surto.
Assim que eu me explodo.

Como um fogo de artifício.
Rápido,
Silencioso,
Às vezes barrulhento.
Incomodativo para umas pessoas,
Imperceptível para outras.
Irritante e tão bonito quanto a sua existência explosiva.

Como um choro rápido,
Com tantos motivos que acaba não tendo motivo.
Onde poucos sabem,
E quem sabe,
Finge não ver.

Uma cabeça barrulhenta,
E expressiva.
Me lembrando de cada detalhe que eu desgosto mas fingo não ligar.
Como as coisas não são como eu quero.
Ou como eu imaginava que fossem.

Uma eu silenciosa,
Fazendo seu cabelo,
Arrumando pequenos cachos,
E fingindo não conseguir notar seu olhar se tornando avermelhado.
Nem uma maldita lágrima,
Que devo estar segurando a dias,
Descendo sem que eu lhe dê licenças.

Então eu noto,
Sou como um fogo de artifício.
A cada explosão,
Uma bela ou confusa arte.
Que pode encantar,
Confundir,
Irritar ou acalmar alguém.
A que se presta a ver.

Como um simples poema,
Que menos de vinte pessoas vão ler ou ouvir sobre.
Algo escondido,
Feito depois de um surto de uma menina qualquer.
Apenas uma das poeiras pensantes desse universo imenso.
Que não consegue não escrever.

Não consegue não explodir em palavras.

Como um fogo de artifício.

É...
Talvez seja isso que eu seja.

Algo que explode rápido,
E some por horas, ou pra sempre para certas pessoas.
Barrulhento como meus pensamentos,
Bonito como meus poemas,
Se posso ousar dizer.
Incomodando a cada pessoa,
Ou achando que faço até se transformar em uma paranóia idiota,
Que não adianta o quanto eu tento me recordar do que é.
Imperceptível pra qualquer pessoa que não tenha me visto.
Silencioso como lágrimas solitárias.

Apenas é o que é.

Mais uma explosão,
Rápida,
Súbita,
Lógica,
Planejada por dias,
No momento certo.

É só o que é.

Um fogo de artifício.

Interior de uma desordenada Onde histórias criam vida. Descubra agora