Interior de uma desordenada

{Qual planeta você está?}

Eu estou me perguntando em qual planeta,
Posso estar agora.
Será que em um todo de terra?
Ou um em torno de flores espinhosas?
Ou quem sabe, em meio a águas e mais águas,
Onde eu finalmente não tenho medo dela?

Se eu estou lá, ou não,
Não me proponho a responder.
Sigo o fluxo,
Que me puxa e me avisa,
Que talvez nada do que eu realmente queira,
Eu possa ser,
Que talvez nem pertença aqui.

Sentimento de pertencimento,
Porque ele tem que existir mesmo?

O sentimento de existir,
Mas estar tão distante da realidade,
Que você só não consegue se prender a nada.

Não consegue se prender a amigos,
Familiares,
Vivências,
E até,
Você mesmo.

Me sinto assim constantemente,
Como se meu corpo só existisse por consideração.
E aturasse a mesma rotina repetitiva,
Por puro acaso.

Segurando o resto de segurança da minha vida,
Com as pontas dos dedos.
Como se aquilo fosse escapar,
E tudo o que restasse,
Fosse o inesperado,
E a personificação do momento.

Mais um dilema,
Fruto da minha hipocrisia indesejada:
“Sempre querendo viver o momento,
Mas sempre odiando o inesperado.”

Assim, esqueço a cada segundo,
Que no planeta em que meu corpo se encontra,
O momento é o inesperado.
O inseguro,
O mistérioso.

Mas como poderia me lembrar disso?
Estou no mundo particular o tempo todo.
Que me faz esquecer de certas coisas,
E me lembrar das sensações com precisão.
Esquecendo de contar momentos,
De vivencia-los,
Mas me lembrando das sensações de momentos anteriores.

Como um loop,
Onde não aproveito,
Mas relembro depois aproveitando tudo aquilo.

Sou apenas a Garota viajante,
Passageira,
Que vive em sua própria realidade.
Desprendida de mais,
E conhecedora da realidade.

A que procura o seu planeta pertencente com vigor,
Mas cansada demais para a sua busca.

Então, aqui vai a minha única pergunta feita para mim mesma:
Em qual planeta será que eu estou?
Em qual planeta estamos agora?
Será que eu posso ainda viver nele,
Ou tenho que me dispensar daqui?

Você saberia se perguntar essas coisas também?

Como essa simplória poetiza,
Queria te perguntar,
Com toda a gentileza e calma que eu conseguir.

Qual planeta você está?

Espero que não se pergunte muito,
Apenas,
Viva.
Um dia a resposta aparece.

Adeus,
Tenho que voltar ao meu inabitável mundo. :)