{Conversa própria}

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Já percebeu o quanto a ansiedade te afogenta?
É, eu fui obrigada a perceber.

Vai fazer algo para mudar isso?
Como tentar de novo, ou pedir ajuda?
Quem sabe não seja igual a última vez.

Qual das últimas vezes?
São tantas,
Incontáveis,
Que nem consigo me recordar.
Às vezes imprevisíveis,
Ou imperceptíveis,
Então como vou saber quais são?

A última vez,
Você estava ansiosa e triste,
Seus amigos perceberam,
Por quê não disse nada?
Eles poderiam te ajudar.

Me ajudar?
Eles até podem,
Mas não tem o dever de fazer isso.
E achei que você estivesse falando de outro momento.

Outro?
Será que deveria ser aquele?
Que você não gosta de mencionar,
Nem comentar,
Depois de um gatilho desconhecido.

Talvez seja sobre esses,
Mas não há muito o que fazer.
Apenas continuar a nadar,
Quero dizer,
Andar,
Continuar a andar.

Eu sei que você quis fazer a referência.
E ainda acho que você deveria contar.

Contar pra virar piada depois?
Para ser a menina que merece pena?
A que tem quê ser cuidada pelos outros?
Sinceramente,
Me poupe da sua lábia,
Eu ainda não estou pronta para fazer isso.

Mas eu sou você,
E você sou eu.
Não pode fugir de mim.
Você precisa de ajuda.

Eu sei,
Mas também,
Quem não precisa?

Você não pode minimizar o seu problema,
Vai procurar uma solução.
Você até já sabe qual é!

Ei, não grita comigo.
Desisti disso,
A gente é boa nisso.
A gente é bom em desistir.
Prometo fazer quando me sentir pronta.

Promete realmente?
Não aguento mais você chorando e triste pelos cantos.
Promete de dedinho.

Prometo de dedinho.
Agora chega desse poema estranho.

Concordo.

Interior de uma desordenada Onde histórias criam vida. Descubra agora