O Reinado

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Quantas guerras eu lutei?

Quantos soldados matei?

Matei pais de família; matei mulheres; matei crianças; matei e destruí muitas coisas e pessoas

Talvez não devesse ter sido tão cruel, hoje, talvez meu reinado teria sido perpetuado por seres que nunca vieram a se desenvolver... talvez... talvez...

Esse trono desconfortável, eu o odeio

Esse palácio sem utilidade, eu o odeio

Esse julgamento frívolo, eu o odeio

Esse insalubre gosto em minha boca me corrói, é ácido e salgado, amargor é mandar sobre outros!

Será que sou forte? Sou um bom rei? Será que era isso que queria, de verdade?

Que aflição de espírito, tomo dos outros os problemas a resolver:

"Faça pelo povo" ou "viva para seus seguidores" que aflição de espírito é governar!

Pessoas não-eruditas achando serem tais, seres complexos que de mim requerem que modifique a sua cidade para sua vivência, malditas pessoas que acham que se fazerem mal aos outros se tornaram melhores.

Que aflição tenho quando sento neste trono!

Preso, amarrado, retirado de mim foi minha liberdade!

Mômo, meu amor; dê um fim a este sofrimento que é este trono, pois você, ó minha amada, é mais sábia que eu.

Ajude-me, pois não sei o que fazer

Ajude-me, estou morrendo por dentro...

Coletânea de contos e poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora