Pausa

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Uma torre a beira-mar, com musgo recobrindo as pedras arcaicas de milênios de idade. Havia um culto, um círculo maldito de pessoas entoando canções estranhas.

Uma a uma dançavam como se não fossem humanos, um a um o grupo entoava o cântico em mesmo som e  chegando até a ser o mesmo timbre. A língua não parecia humana, era como se fosse uma língua grotesca que era produzida pela ponta da língua com grunhidos irreconhecíveis à humana.

Um feixe de luz no horizonte, algo descia à  Terra, logo em um pensamento de tempo lá estava uma criatura envolta em sombras que retorciam a realidade e o capuz de noite lhe recobria o rosto.

Um saco de pão francês, comendo um a criatura pergunta calmamente se o grupo louco sabia do ritual que estava fazendo.

Respondido foi com desinteresse e desimportância, assim espera, sentado enquanto coloca mais pães dentro de um mar de dentes que se projetavam para fora da escuridão.

O cântico enlouqueciam-nos, e um tremor era sentido e antes do abrir e fechar de olhos todos os homens e mulheres envolvidos estavam deitados em uma campina verde a poucos quilômetros da torre que desmoronava.

Um fedor invadia as narinas da Sombra, odor nauseante de infecção e amônia e colocando o pão que iria comer de volta ao saco ele espera.

Um som como de uma erupção vulcânica era ouvida ritmamente, como passos que se aproximavam, mantendo-se cabisbaixo a Sombra torna a pensar.

Passo a passo, tsunami a tsunami chegava mais perto e mais alto era o som. Um ser além das nuvens tomando o horizonte da costa, o cheiro era forte de morte.

Uma palavra, pare, e foi o suficiente para o ser titânico imóvel ficar. Um olhar de puro mal o olhava, olhar de violência, e um silêncio aterrador e as suas sombras ardiam como fogo.

O vento parecia rugir e os elementos pareciam fundir e se separar ao mesmo tempo, outra palavra, volte, o monstro com cautela olhava o serzinho que impunha autoridade, serzinho esse que ao mover um dedo fez-lhe rapidamente voltar a criatura a seu sono eterno em sua decrépita cidadela afundada.

O olhar mudava, calma no ambiente e um equilíbrio perfeito era restaurado, a escuridão voltava a se comportar como névoa e logo os devotos acordavam com um bilhete com uma letra porcamente feia estava escrito, não invoquem o que não conseguem ao menos entender, e já a sombra desapareceu da mesma forma que apareceu.

Coletânea de contos e poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora