Aracne

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Uma pequena ninhada, os ovos dispostos no ninho de um aracnídeo majestoso e sua beleza exótica. As patinhas logo saem pelas cascas calcificadas, pequenos outros, em milhares de irmãos, um sentimento comum é viver e sobreviver.

Um explorador em manto de cavaleiro negro, uma tocha em meio uma noite sufocante em tal floresta densa, o ar parecia sufocar de tão úmido, sem medo ele andava como um verdadeiro aventureiro.

A ninhada em cima de sua mãe vagava, e um olhar sua mamãe sentia medo. Se arqueando ela tentava defender sua prole. Porém outro olhar, confusão, ela o ataca e suas quelíceras atravessam a mão do aventureiro que tentava acaricia-la.

Um olhar de pena, ele retirava a mão vagarosamente de perto da aranha-imperador, suas feridas queimavam e carne se fazia sem mais sangue derramar.

Quando estava pronto para sair, um outro olhar, 3 olhos negros brilhantes reluziam a olha-lo e logo suas patinhas movimentavam para perto do cavaleiro e a mãe afasta seu filho com seu pedipalpo imenso.

Ele dá um sorriso junto de uma risadinha e monta acampamento, a mãe ainda continua recuada preparada para proteger seus filhos, mas em um outro momento o homem sorria reconfortante para ela.

Um olhar de desconfiança e uma voz suave saia de algum modo dela: "você não veio nos matar?" Um olhar e um suspiro: "porquê eu mataria seres tão incríveis?" E um olhar determinado, a matriarca sabia que ele poderia mata-la se assim quisesse.

Dias se passam, e logo a criancinha que o olhava se aproxima: "quem é você tio?" Um cafuné "sou uma sombra d'além do tempo, um rei construindo o próprio trono e território" algo como um sorriso e a criança dizia animada "você é bem daora tio" uma risadinha e o homem a pega no colo "logo logo você tá indo embora né?" E calmamente a sombra concorda com a cabeça "pode me levar junto de você?" "Mas você é só-" "eu sei, mas eu quero sair junto do tio" ele suspira "crianças..." E ele faz carinho com um sorriso " a partir de agora você vai se chamar Zarif e será meu amigo a partir de hoje. Espero que aguente o tranco, meu mais novo amigo" e selam o acordo com aperto de "mãos".

A mãe chega e pergunta sobre a conversa que estavam tendo —o tempo de convivência dos filhotes já tinha passado e o único que permanecia junto do cavaleiro era Zarif e sua mãe— e seu filho diz animado que iria junto da sombra e que agora eram amigos. Um olhar meio preocupado da mãe ao homem e o chama para conversar.

Alguns minutos se passam e uma ordem de sua mãe a sua criança: "fique aqui, vou conversar com ele" ambos saem em meio a mata fechada da imensa floresta, cujas copas das árvores eram tão altas quanto as nuvens, "quem é você cavaleiro? Todos os humanos desse mundo tentam nos matar e agora você quer levar meu filho junto de você?" "Não me entenda errada, Aracne, seu filho tem potencial pra guerra, vou fazer dele meu general de guerra e eu não sou humano também, só gosto dessa forma" ele estava com as mãos entrelaçadas na nuca e agora olhando para as copas das árvores a imensa aranha o pergunta "o que você é então? Sempre achei que era algum humano amaldiçoado" um suspiro meio melancólico "sou algo bem além desse mundo, venho de longe, mais longe do que o conceito de longe e distância pode dizer" "como um deus?" "Não, além disso. Sou algo bem maior do que as divindades que lidero" confusão é o que os olhos dela expressam "você não pode falar o que é exatamente?" "Posso, mas gosto de manter segredo" "entendi... Nesse caso" o exoesqueleto quebrava e saía uma forma feminina com grandes cabelos negros e olhos vermelhos saia de cima do tórax enquanto o corpo de aranha diminuía criando pernas humanas "nesse caso, eu fui amaldiçoada pelos deuses desse mundo a caminhar nessa maldita forma, meu nome verdadeiro é Agatha. Você foi a melhor companhia que tive em meu milênio de existência, prometa que vai cuidar do meu filho." "ele não precisa de proteção, ele é muito mais forte do que pensa, senhorita Agatha; não sei a distorção de tempo nesse universo, mas prometo pra ti que vai ser uma cidadã do meu reino e irei te livrar de sua maldição nesse dia. Pode levar milênios, mas vou voltar, minha amiga" e um sorriso bondoso

"Tá bom, mas eu te chamo do que?" E ele toma alguns minutos pra responder "me chame de Infinito" e voltam para o acampamento, lá Zarif esperava pacientemente "quem é essa moça contigo, sombra?" "Sou eu, meu filho, é assim que eu sou" ela se aproxima de sua prole e o abraça "você tem minha benção, vá com o Infinito, mamãe vai estar aqui tá" e a forma dela voltava a ter metros de largura, os olhares se entre cruzam. Num instante tudo estava arrumado para sair "vamos Zarif, temos uma longa jornada pela frente meu amigo" e assim a aranhinha se despedia de sua mãe e corria junto de seu mentor

Junto deles uma pequena cabrinha de imagem inominável o cumprimentava, "quem é ela tio?" Dizia ele procurando segurança a escalar o cavaleiro "nossa outra companheira de aventuras, Shub-Niggurath. Não precisa se preocupar, ela não vai te importunar, te garanto isso" e logo a criancinha descia e enquanto a mórbida cabrinha bali ele faz carinho com seu pedipalpo na "cabeça" dela.

Outra aventura... Lá vamos nós!

Coletânea de contos e poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora