Esse ardor...! Minha sala do trono...
Esse forte cheiro metálico e herbal, como eu poderia esquecer de cada "tijolo" que investi e coloquei para te erguer.
Lembro das tuas medidas, planejei-o para ter 50 trilhões de anos luz.
Tão belo é o trono que o Senhor me permitiu ter...
Na dimensão 0, um ponto sem volume, massa, espessura, largura ou profundidade; não se movendo em nada e no nada se perpetuando.
O meu reino construí através do sangue de inocentes e culpados, os degraus para o meu trono são manchados em carmesim para me lembrar dos meus erros.
O Gerizim é o mais próximo da saída, o monte da benção
O pilar do meio é o monte Hebrom, o maior da terra de Abraão.
E o mais próximo do meu trono é o Sinai, o monte onde Deus desceu, o monte invejado pelos outros.
Na direita do trono , os títulos do Senhor:
No mais afastado do trono, o pilar era Senhor dos Exércitos.
No do meio era, Santo de Israel.
No mais próximo ao trono, Rei dos Reis.
Meu trono mudou tanto desde o nascimento de tu, minha belíssima filha Herina...
Papai mudou muito desde que tu nasceu filha.
Um trono dourado e vermelho me chama acima de infinitos degraus.
O seu brilho era como um sol dourado.
O metal da minha armadura tine a cada degrau que subo, "mais uma vez esse trono" né? Hihi...
Sentimento nostálgico é te ver meu trono, quanto tempo não sentava em ti?
Tudo brilhava dourado e carmesim...
O tapete vermelho que se seguia da entrada até meu velho amigo tinha uma imagem fractal de todo o mapa do Multiverso, com suas dimensões, linhas do tempo e muito mais sobrepostas uma a outra, um terrível enigma de se decodificar.
Eu rio lembrando de quantos tentaram e acabaram se estrebuchando em resolvê-lo...
Tempos de alegria que hoje não voltam mais, as tabuletas não mentem, o multiverso sempre foi destinado a acabar um dia.
Meus braços analiso, primeiro o esquerdo e retorno ele a como era em meus dias de demônio e rei.
Musculoso e viril, capaz de destrinchar a realidade com as ósseas garras que saía dos meus dedos.
O braço de uma verdadeira besta e monstro.
E o retorno ao normal.
Analiso o meu braço direito.
Fino, com pelos castanhos na minha pele clara;
Meu corpo humano...
O braço forte de um pai que quer proteger seus filhos mais que tudo.
Uma cruz dentro de um círculo dourado reluzia como me olhasse, onipresença serve de alguma coisa não?
Sem meu conceito sou só uma alma com autoridade, pelo menos agora consigo ser eu mesmo sem inclinações.
Passo a mão em minha barba e admiro a frase que esculpi com minhas mãos muito acima de meu trono:
"Toda santidade ao Senhor"
Desde aquele banquete em que o Pai veio...
Sem minha Mômo, o que farei eu? Minha maior conselheira se entregou confiando em mim, o que eu devo fazer?
E sento em meu trono novamente.
Quando eu sentava aqui me sentia imbatível, era como uma força da natureza e ninguém me resistia.
Deus, o Senhor tirou de mim o meu conceito, eu confiei em Ti.
Deus, eu perdi a mulher que eu amo, o que eu faço meu Senhor?
Por que faço perguntas que Tu não iria responder? Estou por conta não?
É a minha deixa pra vencer com minhas próprias mãos, sem infinito e sem Mômo pra guiar minhas estratégias.
Na minha bainha a espada que Jesus me deu quando fui lutar no Armageddon. Em língua dos anjos escrito estava: "Lembre-se filho, sempre estarei contigo, você consegue".
Não minto, eu chorei. Mas essa espada só foi feita pra aumentar meu alcanc... Pera, já sei como vencer essa guerra.
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Coletânea de contos e poesias
FantasíaContos e poesias que escrevi em meu tempo livre ou quando vinha inspiração.