NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]

38. Acordo Negado.

Tobias Bernstorf

Sempre que vejo Nihara com Sophie, sinto uma onda de gratidão por tê-la na minha vida. Cada momento compartilhado entre elas reforça a minha convicção de que me apaixonar por Nihara foi a melhor coisa que já me aconteceu. A cumplicidade entre as duas é palpável, e ver a minha filha tão à vontade com ela aquece o meu coração. Nihara, sem dúvida, seria uma mãe incrível.

    Essa certeza traz-me uma felicidade profunda e um alívio genuíno. Não apenas o nosso relacionamento floresce a cada dia, mas também vejo um futuro promissor se desenhar diante de nós, um futuro que envolve não apenas nós dois, mas também a pequena Sophie.

   É incrível como o tempo parece desacelerar quando estou aqui, observando Nihara e Sophie de longe. Com um sorriso bobo iluminando o meu rosto, pego o telefone e começo a digitar uma mensagem para ela. Cada risada dela ao ler as minhas palavras faz-me sentir mais próximo, mesmo que seja apenas virtualmente.

    Finalmente, decidi não mais ficar à distância. Hoje, Nihara pediu para passar o dia com as duas, mas infelizmente, outros compromissos inadiáveis ​​me forçaram a recusa estar com elas também. Observar o biquinho adorável nos seus lábios e o olhar triste nos seus olhos partiu o meu coração, mas, ainda assim, tive que dizer não. Mas prometi a mim mesmo que faria o possível para encurtar esse tempo separados.

    Na verdade, cancelei a minha última reunião, fiz o que foi preciso para chegar até aqui. Agora, estou parado alguns passos delas, observando-a ainda distraída com o telefone. Astrid e Leandra trocam olhares cúmplices e fazem gestos discretos para que Nihara olhe para trás. Sophie, no colo dela, se agita e sorri ao ver-me. Me aproximo silenciosamente e, com um beijo casto no topo da cabeça dela, finalmente faço a minha presença ser notada.

Ela vira-se, seus pelos arrepiados pela surpresa. Levanta-se e, com um sorriso radiante, olha-me. Qualquer um que a visse agora duvidaria que não nos víamos há apenas quatro horas.

    — Meu Tobias, você veio — nos abraçamos. Toco os seus lábios com os meus num selinho demorado, seguidamente beijo o rosto da minha filha entre nós.

    — Desmarquei a última reunião, não queria perder este momento — Informo ao sentar-me. — Oi, meninas, Leandra, como está o bebê? — cumprimento, Astrid, maneia a cabeça, o sorri radiante em seu belo rosto.

    — Oi, Tobias. Estamos bem, obrigada por perguntar — responde, Leandra, enquanto Astrid, somente balança progressivamente a cabeça, e sorri.

    Nihara se vira para Sophie e, com carinho, diz:

    — Oi, princesa, obrigada — Niah agradece, quando Sophie num movimento desequilibrado leva a colher de fruta que agora come em direção ela, balbuciando na sua linguagem, o que percebemos ser um pedido para que ela coma. — Vamos alimentar o seu pai, ele não deve ter comido nada.
   
A pequena maneia a cabeça, enche a colher de fruta novamente e direciona para mim.

E assim o ambiente familiar, é misturado aos sabores e cheiros que compartilhamos, a conversa varia de assuntos sérios, como a separação dos pais  dela, a diversões e sonhos que ela tem vontade e também medo de realizar. Todo minuto, nossos olhares encontram-se, as mãos se entrelaçam, toco o seu cabelo que está solto, apesar dela não gostar de os ter assim. As outras duas mulheres, apenas se riem afetuosas para nós.

    ***

A luz do dia se despede lentamente enquanto, conduzo pelas ruas da cidade, em direção à casa da Leandra. Após deixar ela e a Nihara em casa, eu, a Sophie e a Astrid retornamos à mansão dos meus pais. Assim que atravessamos a porta, a minha irmã, sobe para o seu quarto, enquanto a Nancy, nossa fiel e mais antiga funcionária, faz gestos para mim, e informa que tem alguém me esperando, e que a minha mãe está com ela.