II

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"Minha querida, eu te observo
Você queima tão rápido que me assusta
Jogos mentais, não me deixe
Foi tão longe, não me perca
Importa onde você está"

Slowdive.









































Quando o sol bate naquela manhã, acordo lentamente

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Quando o sol bate naquela manhã, acordo lentamente. Já virou um costume acordar antes mesmo do alarme tocar. Como se meu cérebro quer sempre me lembrar da realidade, como um castigo cruel e lembrança de quem realmente sou.

Vou ao banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes. Me olho no espelho. As olheiras profundas evidenciam minha falta de sono, como se eu tivesse bebido a noite inteira e estivesse com uma ressaca enorme. Quando na verdade meu corpo só se esgotava a cada dia.

Forço um sorriso, pego minha maleta de maquiagem e passo corretivo. Terei que esconder as aparências, afinal, ninguém pode me ver nesse estado. É capaz até de eles me forçarem a me aposentar pela saude mental esgotada.

Mas eu não posso, não quero, eu já perdi o meu irmão, não poderia perder outra coisa na qual eu me importo.

Após isso, olho o relógio, são exatamente 06:20 da manhã.

Vou em direção ao meu conversível, coloco minhas malas ali e ligo o motor. Solto outro suspiro, e saio de casa. Paro o carro prestes a sair dali, mas olho para trás, e observo.

Sinto como se estivesse deixando meu irmão para trás. Quero chorar, meus olhos lacrimejam e meu coração aperta. Desvio o olhar para frente novamente, olho para o carro. Acaricio o volante, me despeço dele.

Sei que posso morrer, a guerra é sombria, e não pede permissão para levar as pessoas embora consigo. Sei que em algum momento irei partir, mas uma parte de mim se aquece, sabendo que algum dia, irei rever Thomas, irei pular em seus braços e dizer o quanto o amo.

Mas sei que não posso viver nessa angústia, nessa amargura, terei que deixar para trás o passado e seguir em frente. As vezes o passado leva uma parte de nós, mas é necessário.

Olho mais uma vez para a casa, e sussurro baixinho.

Adeus, Thomas. Eu te amo, para sempre.

O vento bate fortemente em meu rosto, a sensação de liberdade, finalmente. Depois de viver na prisão da minha própria mente por tanto tempo.

Flawless - Simon Ghost RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora