CAPÍTULO 2

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AVISO 1: CONFIRA A ORDEM DOS CAPS! O WATTPAD BAGUNÇA MEUS CAPÍTULOS!

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AVISO 2: PODE SER QUE VCS ENCONTREM ALGUMAS INFORMAÇÕES DIFERENTES DA SÉRIE OW, ENTÃO IGNOREM KKK

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— Kiara?!

Kiara piscou freneticamente e voltou ao presente.

— Você está bem? Já estou te chamando há um tempo. — Carmem, a empregada que limpava sua casa três dias na semana, perguntou.

— Sim, estou, só estou preocupada com algumas coisas do trabalho — respondeu sorrindo e a mulher arqueou uma das sobrancelhas grossas e bem feitas. Para uma mulher de quarenta e sete anos, Dona Carmem estava muito bem para a idade.

— Sabe que pode conversar comigo quando quiser, não sabe? — perguntou e Kiara sorriu mais uma vez.

— Sei sim, Dona Carmem, está tudo bem, a senhora sabe como eu sou, fico matutando as coisas até perder o sono.

— Hu-hum. — Mesmo insatisfeita com a sua resposta, a mulher saiu da cozinha com um balde numa mão e um rodo em outra para trabalhar.

Kiara largou as torradas lights no prato, havia perdido o apetite, algo que vinha acontecendo com frequência depois daquele dia.

Decidida a curtir sua folga o máximo que podia, se levantou do banco na ilha da cozinha e foi para o quarto. Tinha dois planos para aquele dia: ler o máximo que conseguisse do livro de lendas que havia comprado na internet, e maratonar algumas séries. Ela não ficaria se martirizando por algo que não sabia se aconteceria, só lhe restava esperar.

***

Ariane Dellis parou em frente à casa que sempre viveu. Voltar para ela depois de um dia estressante de trabalho não devia ser tão deprimente, mas era, porque a casa não passava de um dos lugares mais insuportáveis de se estar. Não era o meu lar. Era um lugar com pessoas que deviam ser sua família, mas não era.

O emprego dela não era dos melhores, a casa em que morava desde que nasceu não era o seu lar, e família dela não era bem uma família. O que mais ela podia pedir na vida? Pelo menos uma internet que não travasse?

Ariane entrou na grande casa sem fazer barulho, eram oito horas da noite, um horário ainda em que todos estavam acordados, mas ela não queria olhar para a cara de nenhum deles. Então, com passos leves e com a mochila nas mãos, percorreu o extenso corredor clamando a deusa para que não tivesse ninguém na sala ou na cozinha.

Quase chorou de alegria quando viu os cômodos vazios. Ela subiu as escadas da mesma maneira que entrou na casa: rápido. Foi recebida pelo silêncio no segundo andar. Quando teve certeza de que não tinha ninguém em casa, caminhou tranquilamente até o final do corredor, deixando as batidas do coração se acalmarem.

Jogou a mochila sobre os ombros e segurou a cordinha branca pendurada de um retângulo no teto do corredor. Puxou a corda e o retângulo se abaixou, se estendendo numa escada fina e velha. Ariane subiu para o sótão, que tinha como função ser seu quarto.

Largou a mochila na cama de ferro dobrável em que dormia, ou tentava. O colchão, um colchoado grosso, não emitiu um ruído sequer quando a bolsa pesada caiu sobre ele. O restante do "quarto" era semelhante a lamentável cama e "colchão". Guarda-roupa? Ela não tinha guarda— roupa, seu pai dizia que trazer um guarda-roupa para o sótão daria muito trabalho, e que ela, sendo quem era, uma garota, não precisava de um, mas os irmãos dela sim, eles precisavam de um quarto decente, uma cama, comida quente, palavras de amor e incentivo da sua mãe, eles precisavam de tudo isso e muito mais, afinal, eles eram machos, o futuro da espécie.

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