PROTETORES DO ÉDEN

CAPÍTULO 12

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O dia seguinte era sua folga e, para Ariane ir junto, Kiara fez um atestado falso para que a amiga mandasse para o chefe no trabalho. Em sua defesa, ela nunca fez atestados falsos, mas aquele era um caso de emergência.

Com o dia livre, elas foram para a alcateia no carro da Kiara. Ela estava nervosa, afinal, era a primeira vez que ia a uma alcateia, não fazia ideia de como era uma. Era uma aldeia? Como do Jacob em Lua Nova? Queria muito saber.

— Relaxa, Kiara, eles nem vão ver você. — Ariane balançou a cabeça negativamente e revirou os olhos.

Apesar do carro ser da Kiara, quem dirigia era o lobo que ela havia ajudado no pronto-socorro. Leandro permitiu que elas usassem a biblioteca para procurar respostas, desde que o amigo dele, Alex, estivesse com elas o tempo todo.

Ao lado dele, no banco da frente, estava Ariane, e Kiara ia se esconder atrás quando passassem pela guarita. A viagem levou quase uma hora, a alcateia era distante do centro da cidade, chegaram em um local arborizado que se transformou numa floresta, e isso deixou Kiara ainda mais nervosa.

Depois de longos minutos passando por vários buracos na estrada de barro, se depararam com um muro enorme e um portão automatizado. Homens de fardas cinzas estavam em cima dos muros. Kiara se abaixou no banco de trás e se cobriu com uma manta.

Apesar do vidro do seu carro ser preto, não queriam arriscar por bobeira.

Alex parou o carro e baixou o vidro. Alex cumprimentou quem quer que fosse e depois de uns segundos ouviu o vidro subir até fechar. Ela soltou o ar com força.

O portão se abriu e os seguranças de farda cinza saíram da frente do carro permitindo que passassem.

Os primeiros segundos assim que entraram no condomínio foram desertos, mas isso não demorou muito, até que chegaram no que pareceu ser o centro de uma cidade. Aquilo não era uma aldeia, nem de longe se comparava a uma aldeia.

Era como uma cidade, e o melhor e mais impressionante de tudo, era que as lojas eram lindas, todas com fachadas elegantes e bem arrumadas, nenhum sinal de pichação nas paredes ou desgaste nas calçadas e ruas, tudo perfeitamente novo e moderno.

Andaram mais alguns minutos até chegarem a uma parte parecida com um condomínio, pois só tinham casas enormes e lindas.

— Não íamos a uma biblioteca? — Kiara perguntou e Ariane riu.

— A biblioteca particular do Alfa fica na casa dele, é para onde estamos indo — Ariane explicou e Kiara assentiu. — Dizem que nas bibliotecas dos Alfas tem arquivos sigilosos, por isso ninguém além dele e do Beta tem acesso.

— Então vamos na casa do Alfa? — Kiara perguntou e Ariane concordou com a cabeça. — O Alfa? — repetiu e Ariane a olhou emburrada. — Oh! Meu Deus...

— Você pode parar de parecer tão impressionada? — Ariane murmurou e Alex riu.

— Se vamos a casa dele, por que temos que nos preocupar que alguém nos veja?

— Porque as aristocratas que moram na mesma rua não tem nada para fazer além de ficar na janela olhando o movimento na casa dos vizinhos para fofocar — Ariane reclamou e Kiara concordou com a cabeça.

Quando Alex parou o carro e mostrou a casa do Alfa, Kiara tentou não deixar seu queixo cair.

— Sabe... Eu pensei que... — Kiara começou a falar, mas foi interrompida por Alex, que tinha ficado em silêncio a viagem inteira.