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LEANDRO - ALFA de SP
— Não sabemos onde eles se escondem, podem estar em qualquer lugar.
— Temos que pensar com calma, o lugar que ficam é seguro até da Segurança Estadual, estamos deixando passar algo.
— Não podemos deixar passar nada, só esta semana foram seis garotas mortas. Duas em cada região.
— Rui, tem certeza que a polícia federal não pegou nada? Nenhuma pista? — Leandro perguntou e Rui suspirou antes de responder:
— Tenho, alias, Leandro, eu sou a polícia. Os humanos estão procurando um criminoso qualquer, mas sabemos que é uma gangue altamente organizada de rebeldes. Olhei todo o lugar, farejei, fiz suposições, procurei até vinte quilômetros ao redor da cena do crime. Esses lobos são mais espertos, pude farejar o cheiro deles, mas não seguir os rastros — disse o delegado.
Leandro Almeida, o Alfa da Alcateia Sudeste no Estado de São Paulo, ouviu os lobos Alfas das quatro regiões de São Paulo discutirem sobre o caso. Para ele, era difícil discutir formas de encontrar o próprio irmão, que cem anos atrás passou a fazer parte do grupo rebelde de lobisomens.
Era difícil dormir todos os dias sem ao menos saber o que o levou a fazer aquela escolha. Como se não bastasse, Fábio não se tornou somente um simples rebelde, mas o braço direito de Branon, o líder deles.
Saber que seu irmão concordou ou até mesmo ordenou a morte das garotas humanas doía como uma facada no peito. Por que ele escolheu aquela vida? Sempre tiveram de tudo, os pais dele proporcionaram uma infância maravilhosa, não tinha motivos para fazer aquilo.
— Leandro? — Rafael, Alfa da região leste de São Paulo, o encarou preocupado. — Você está bem?
— Estou ótimo. Acho que por hoje já discutimos o suficiente, continuaremos com as medidas de alerta. Me avisem se souberem de algo — respondeu e os quatro machos grandes saíram pela porta sem questionar. Quando ficou sozinho se levantou pela necessidade de andar e fazer alguma coisa.
Esfregou os próprios olhos e deixou a tensão vir à tona.
Primeiro, a cada mês que se passava, mais humanos eram mortos por rebeldes e isso não podia continuar acontecendo. Esconder toda a espécie dos humanos já era difícil o suficiente, mas com os assassinatos desenfreados dos rebeldes tinha se tornado mais difícil.
O telefone em cima da sua mesa tocou, lhe puxando dos devaneios. Atendeu torcendo para que não fosse algo muito grave ou difícil de resolver. O cansaço havia se apoderado dos músculos dele horas atrás e não via a hora de ir para casa.
— Sim? — respondeu.
— Sr., é o segurança Alex querendo falar com você, posso liberar a entrada?
Leandro olhou para o relógio em seu pulso, eram quatro horas da tarde. Mais duas horas e estaria em casa, embora daquela vez, pensar na companheira não lhe trouxesse tanto alívio como normalmente fazia.
— Pode deixar ele entrar.
Segundos depois, um lobo grande entrou na sala, o cheiro do capuccino que ele tomava tranquilamente se espalhando pelo escritório. Alex andou até a mesa dele e se sentou na poltrona em frente a ela.
Alex, um segurança da Equipe de Segurança da alcateia, era alto e tinha a pele escura. Os cabelos dele eram crespos, mas não os deixava crescerem, dizia que sua praticidade falava mais alto que o padrão de beleza.
Usava uma camisa preta rente ao corpo e um jeans azul claro surrado. Sua bota coturno preta rangeu quando ele se jogou sobre a poltrona. O curativo grande em seu braço esquerdo chamou a atenção do Alfa, contudo não disse nada.
— É bom saber que o meu amigo só me procura quando precisa de algo — Leandro disse sério, para provocar o segurança por causa do temperamento explosivo que tinha.
— Corta essa Leandro, você não sabe o inferno que passei nesses três dias, aposto que nem ficou sabendo — O lobo respondeu enquanto jogava o copo de café no cesto de lixo a mais de três metros de distância.
— Decidiu virar saco de pancada? — o Alfa voltou a perguntar, se referindo ao ferimento no braço do amigo e Alex mostrou o dedo do meio.
— Os rebeldes estão cada vez mais abusados, estou trabalhando como um condenado para evitar que a humanidade descubra o nosso rabo, então lamento por não vir visitá-lo nesse seu escritório confortável, seguro e luxuoso Alfa — Alex respondeu com sorriso arteiro.
Se fosse qualquer outra pessoa, ela teria sérios problemas, contudo era Alex, um amigo que era como irmão, por isso achou a resposta engraçada.
— Eu quase morri três dias atrás, precisei de três dias para me recuperar da surra que levei, mas não é isso o que vim falar — ele suspirou, perdendo o humor brincalhão.
Leandro arqueou a sobrancelha e Alex se inclinou para frente, depositando os cotovelos sobre os joelhos.
— A minha equipe encontrou um grupo rebelde e rolou confronto, acabei me afastando do grupo para seguir um deles e o resultado é que desmaiei e fui encontrado pelos humanos. Acordei num maldito pronto-socorro — Alex explicou balançando a cabeça negativamente.
Por um momento, Leandro sentiu seu sangue gelar ao imaginar os humanos descobrindo a espécie. Se isso acontecesse no Brasil, o Supremo Alfa puniria eles eternamente pelo erro descabido. Aquilo simplesmente não podia acontecer, não ali.
— A médica que me atendeu me ajudou a fugir do hospital e ela não era um lobo, mas soube que eu sim, assim que me viu — Alex disse, ele tinha os olhos escuros sobre Leandro, preocupação estampada neles.
— Se ela não é lycan e nem humana, deve ser uma bruxa ou vampira — Leandro disse o óbvio, mas Alex negou com a cabeça.
— A questão, Leandro, é que aquela mulher não é uma bruxa, nem lycan, nem humana e muito menos uma vampira, era dia quando aconteceu. Ela sabia o que eu era e quando me viu deu um jeito de me tirar antes que os humanos fizessem qualquer exame — ele completou. Leandro coçou o queixo enquanto a mente rodava em busca de possibilidades.
— O que você acha que viu, Alex? — perguntou e o macho suspirou.
— Sinceramente, não faço ideia, pude sentir o poder ao redor dela, mas nunca vi nada parecido — disse com as mãos unidas, os ombros estavam rígidos.
— Meu palpite é que você estava muito ferido e isso afetou os seus sentidos, mas, para desencargo de consciência, vou mandar alguém para conferir com os próprios olhos — Leandro decidiu enquanto voltava a sentar atrás da mesa.
— Não precisa, nos dias em que fiquei me recuperando, pedi que outro segurança fosse até lá e descobrisse o que pudesse sobre ela. Descobri que os pais dela e toda a família é humana. Ela trabalha nesse pronto-socorro há dois anos, tem vinte e quatro anos, trabalha um dia sim, outro não...
— Nome?
— Kiara Cruz Torino.
— Hum... — Leandro coçou os olhos. Mais aquilo para resolver. — Então vamos encontrá-la e interrogá-la antes que os rebeldes ou vampiros a encontrem. Vigie ela nos próximos dias e me traga mais informações, o que for relevante. Já ouvi falar dos Torino, era uma família real antiga da Itália.
— Acha que ela tem alguma ligação com ele? — Alex perguntou e Leandro deu de ombros.
— Sendo humana, provavelmente não, mas não custa conferir. Vamos aproveitar que o Supremo Alfa está no Brasil e, se confirmarem o que você viu, notificamos ele para que ele resolva a situação — Leandro conluio e Alex assentiu.
— Entendido, Alfa.
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PROTETORES DO ÉDEN
Fantasy** DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS** ** ROMANCE HÉTERO COM PERSONAGENS LGBT** Kiara é uma médica com a carreira em ascensão, tem uma família que a ama e um amigo que a corteja frequentemente. Após conquistar uma vida independente e realizar o sonho de...