CAPÍTULO 4

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***

KIARA

Aquilo era excelente. Quer dizer, não era tão maravilhoso assim, mas aquelas bolachas amanteigadas eram gostosas.

Uma bolacha de sal com maionese e uma fatia de tomate com certeza não ganhava o prêmio de melhor almoço, café da tarde e janta, mas era o máximo que ela estava disposta a fazer quando chegou em casa mais cedo que o previsto. A confusão na biblioteca fez um estrago no humor dela e não pôde voltar ao trabalho à beira de um colapso nervoso.

— Kiara? Precisa de mais alguma coisa? — Dna. Carmen parou no batente da porta do quarto e fez uma careta quando viu o que Kiara comia. — O que é isso? Bolacha?

Prestes a responder a velha amiga, foi interrompida.

— Kiara, você trabalha demais, essas porcarias não vão te dar a energia que precisa! Sem contar que não faz bem à saúde! Você é médica, devia saber disso! — a mulher ralhou e Kiara não escondeu o sorriso.

— Eu sei, eu sei, Dna. Carmen, mas a questão é: não quero cozinhar e as bolachas de sal não fazem tão mal à saúde assim.

— Eu vou fazer um jantar decente para você antes de ir embora — Carmen disse erguendo as mãos ao ver Kiara abrindo a boca para protestar. — Não! Isso fica como um favor meu, não precisa me pagar, ouviu? — Com isso ela saiu, deixando a médica incomodada com a situação.

Carmen era uma diarista e pessoa incrível que havia conhecido na adolescência, quando a mulher trabalhava para seus pais. Kiara se mudou para o centro de São Paulo por causa dos estudos enquanto Carmen por causa dos estudos dos filhos. Ela não pensou duas vezes antes de chamá-la para lhe ajudar três vezes na semana. Como morava sozinha não tinha muita coisa para arrumar, ainda assim, arrumar não se incluía nas qualidades de Kiara.

Barulhos de panelas trouxeram Kiara de volta à realidade, ela se encostou na cabeceira da cama e encarou o pote de bolachas, vazio. Tomou o último gole da lata de refrigerante e deixou a mente vagar para o que havia acontecido há quase duas horas.

As memórias que viu ao tocar a garota não eram dela, mas doeram como se fosse. Kiara não sabia o que faria dali em diante, ela precisava tocar as pessoas para trabalhar, era uma médica. Como saberia se aquilo iria acontecer de novo?

Suspirou e se deitou na cama sentindo as pálpebras pesarem. Tudo o que queria era deixar de pensar na cena, na dor que a desconhecida sentiu.

Kiara acrescentou o ocorrido a lista de "coisas impossíveis de acontecer e sem sentido" que estavam acontecendo frequentemente.

Os olhos dela se fecharam, a visão escureceu e, sua mente começou a vagar para a inconsciência quando ouviu a campainha tocar. Kiara ouviu a conversa que se seguiu com o visitante sonolenta, tentando afastar o sono pesado, mas não encontrou forças para levantar da cama.

Após a mudança, muitas coisas melhoraram em seu corpo, inclusive a audição. Mesmo no quarto, ela pôde escutar a conversa.

— Ela está? — um homem perguntou. Kiara não reconheceu a voz de imediato.

— Sim, está lá em cima, eu vou chamar ela e...

— Não precisa, pode deixar que eu vou lá — ele disse. Somente naquele momento Kiara reconheceu a voz de Hiago, seu colega de trabalho.

Mesmo surpresa por ele estar ali, ela não conseguiu resistir ao sono e a escuridão lhe abraçou.

Kiara se viu numa praia, ou pelo menos, era o que parecia, até ela analisar os arredores. Era uma pequena praia e, não muito distante, uma pequena cidade com casas feitas de pedra branca se estendia. Próximo a cidade, ela viu um templo. Ou pelo menos achou que fosse um, pois lembrava muito as construções gregas.

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