CAPÍTULO 14

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***

Por volta das onze horas da manhã Kiara resolveu sair da cama, os sons de panelas e louças no andar de baixo fizeram seu estômago voltar a vida. Depois da higiene matinal, encontrou Jéssica na cozinha, com dois fones de ouvido na orelha, balançando conforme a música.

Por um momento, Kiara permaneceu parada, observando a cena com diversão nos olhos. Jéssica parecia tranquila para alguém que acabou de ser transformada numa lobisomem. Kiara riu com o pensamento, lembrando do próprio desespero quando descobriu seus poderes quase um mês atrás.

Jéssica abriu a porta de cima do armário da cozinha e alcançou a caixa máster de cereal que tanto amava, só então a viu e tirou os fones do ouvido.

— Como se sente? — Kiara perguntou observando a jovem loba, que fez uma careta.

— Me sinto incrivelmente bem, com exceção das lembranças assustadoras do... ataque — respondeu ajeitando o filtro de café e dando de ombros.

— Sinto muito — Kiara ofereceu um sorriso, apesar da tristeza no olhar. — Conseguiu falar com a sua família?

Jéssica suspirou.

— Não tenho família, sou órfã. Depois que completei a maioridade saí do orfanato e agora trabalho fazendo alguns... bicos — explicou sem olhar a doutora nos olhos.

— Você faz o quê? Talvez eu consiga algo para você onde trabalho — Kiara ofereceu.

— Duvido muito, mas faço qualquer coisa. Confesso que meu sonho, no momento, é ser recepcionista, para mim seria de ótimo tamanho.

— Ok, vou ver se consigo algo, qualquer coisa te falo. — Ficaram em silêncio enquanto Kiara preparava seu cereal. — Onde você mora?

Jéssica corou.

— Moro com uma amiga do trabalho, moramos em um cômodo perto da Sé — explicou e Kiara assentiu.

— Você vai trazer as suas coisas? Quer dizer, pensou sobre a minha proposta de ficar aqui por um tempo? Se quiser, a Ariane pode falar com o Alfa da alcateia dela e ele vem te buscar...

— Não! — Jéssica soltou rápido e Kiara parou de falar. — Eu prefiro me acostumar com tudo isso primeiro, se não for problema para você.

Kiara sorriu e apertou seu ombro.

— Tudo bem, entendo, de verdade. — Kiara terminou de preparar o cereal e se sentou na bancada. — E as suas coisas?

— Só tenho algumas roupas, os móveis, quem comprou foi minha amiga, o salário dela é bem maior que o meu. — Deu de ombros. — Mas não precisa se preocupar comigo, ok? Posso me virar sozinha, não precisa ter pena de mim, dou conta das coisas — Jéssica disse sorrindo.

— E onde você trabalha? — Kiara perguntou.

— Num restaurante no centro — Jéssica respondeu simplesmente. Kiara percebeu que ela não queria dar muitos detalhes, ou seria só impressão dela? Sem olhá-la diretamente, Jéssica bebericou sua caneca de café.

— Qual exatamente? — Kiara insistiu.

— Não importa, a questão é que vou estar fora daqui assim que tomar café, não se preocupe comigo.

— Onde fica esse restaurante? — Kiara repetiu a pergunta mais dura do que pretendia, mas não se importou. Tinha a sensação de que não gostaria da resposta.

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