42. Pensei que conhecesse você.

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Tobias Bernstorff

— Tobias, por favor, espere, vamos conversar.

Nihara, tenta alcançar-me com passos rápidos, seguindo-me enquanto ando nervosamente. No entanto, estou tão furioso que prefiro não conversar no momento. Não quero ouvir nada do que ela tem a dizer.

    A minha mente está repleta de raiva dos dois, e, por mais que eu saiba que posso estar errado, parece que ela gosta de ser cortejada por aquele idiota. Ele tem uma liberdade com ela que me incomoda profundamente.

    Entro no elevador e, com um gesto brusco, recuso-me a segurar a porta para que ela entre. A decepção estampada no seu rosto é a última imagem que tenho antes das portas se fecharem completamente.

    Assim que chego à minha sala, ordeno à minha secretária que não deixe ninguém me perturbar, principalmente a Nihara. Ela me olha confusa repetindo as instruções para ter certeza de que entendeu corretamente. Ela retira-se, mas não demora muito para que eu observe a senhorita Vitte passar por Caine, sem dar tempo para qualquer protesto. A loira a segue.

    — Desculpe, senhor Tobias, não consegui impedi-la — a loira se justifica, olhando-me com uma expressão preocupada.

A jovem e bela mulher lança olhares de deboche para a loira antes de me encarar com um olhar severo.

Mas, no momento, sou eu quem tem todas as razões para estar chateado, não ela, penso, devolvendo o olhar com a mesma intensidade. A atmosfera na sala fica carregada de tensão, e o drama da situação parece estar apenas começando.

    — Tudo bem, Caine, não tem problema, pode se retirar — murmuro, dispensando a minha secretária enquanto me preparo para enfrentar Nihara.

Ela aproxima-se, inclinando-se na minha direção, e inicia a conversa com um tom de voz que transborda perplexidade e frustração.

    — Tobias, por que está se comportando assim comigo? Preciso explicar-te que não tive culpa nenhuma daquele beijo? — diz, seus olhos fixos em mim, enquanto estou sentado à minha mesa, fingindo analisar documentos. Desvio o meu olhar para ela, mas não respondo, voltando a examinar o papel à minha frente.

Ela solta um riso nasalado e endireita a sua postura, mantendo o olhar fixo em mim.

    — Claro que culpa — ela prossegui, o seu tom se tornando mais assertivo. — A mulher sempre é a culpada não é mesmo? Culpada por ser assediada, culpa por ser estuprada, culpa por ser agredida…

Interrompo-a, a minha voz firme e cheia de frustração.

    — Pare, Niah. Não é nada disso. Estou furioso, com você, por deixar isso acontecer. O que você fazia junto dele no meio no cenário? Pensei que tivéssemos contratado profissionais para fazer isso.

    — E contratamos, mas os modelos não conseguiam reproduzir com naturalidade a cena, então eu…

    — Você, decidiu exemplificar a cena justamente com o Harrison. O homem que não esconde os seus sentimentos por você, e se dependesse dele, estariam juntos — suspiro desapontado e viro-lhe as costas.

    — Tobias… — a sua voz soa estremecida —, no momento, eu não pensei nisso, só queria que o vídeo saísse perfeito. Tobias, você dúvida de mim?

    Volto a virar-me e a encaro, os seus olhos triste.

    — Eu disse para manter isso nos limites profissionais, para evitar tanto contacto com ele, mas toda vezes os vejo juntos. O que queres que eu pense? Você simplesmente desobedeceu-me, por isso que ele pensa que pode…

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora