Capítulo 9

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Brasília, Distrito Federal

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Brasília, Distrito Federal


     Abro os olhos devagar, sentindo um calor gostoso proporcionado por alguém que me abraça de um jeito estabanado. A surpresa me domina quando percebo que ainda estou no sofá, local que escolhi para dormir depois que reboquei Camila para cama. No entanto, pelo visto, ela não tinha ficado por lá. Não sei o que sentir com relação a isso. É até covardia ter um leito tão grande quanto o da cobertura inabitado, por mais que o sofá seja maior e muito mais confortável que minha velha cama de solteiro.

     Esfrego os olhos, sem conseguir enxergar muita coisa devido à ausência dos óculos. Não me lembro bem onde os coloquei, mas estou com preguiça de procurá-los. Sei que está cedo porque sou de acordar com o cantar do galo, nem preciso conferir relógio algum. Não ouso me afastar de Camila por algum tempo, até que a ideia de sua proximidade começa a me deixar assustada. Eu me lembro, como se estivesse acontecendo agora, do nosso momento doido na boate, se é que aquilo era mesmo uma boate, mais me pareceu um ambiente luxurioso feito pro povo todo fazer sexo descompromissado. Nunca pensei que um dia fosse pisar num lugar como aquele.

     Observo a minha companheira de viagem dormindo calmamente, vestida com uma camisola finíssima e transparente, um trem que mal lhe cobre direito.  Não  tenho  como  evitar  os  pensamentos pecaminosos, que logo me fazem ter uma ereção. Começo a me acostumar a ficar deste jeito perto dela, e isso não pode ser boa coisa. Lembrar-me de sua consistência macia e lambuzada em meus dedos não ajuda nem um pouco. Ainda não acredito que fui tão longe, mas prometi a mim mesma não pensar demais no assunto, caso contrário poderia ter um acesso de vergonha que me levaria de volta pra casa. E, bom, eu não posso voltar pra casa agora. Não enquanto não descobrir qual é o novo sentido da minha vida.

     Sempre achei que eu fosse beijar apenas uma mulher, e costumava sentir orgulho da minha total fidelidade à Keana, por isso ainda me surpreendo quando Camila e eu encostamos nossos lábios. A sensação é nova toda vez. Neste instante, porém, sinto uma espécie de liberdade maluca para beijar, suavemente, sua boca rosada. Toco seu quadril, por cima  da  camisola,  e  travo.  Estou  sendo  muito

indiscreta. Só porque Camila se permite certas  liberdades, não significa que devo achar que tenho o direito de tocá-la quando quiser. Ela não me pertence. Preciso me lembrar disso constantemente. Novas recordações surgem e me julgo muito esquisita. Não está certo o que fizemos. Tudo bem que era o que ela queria, e quase tinha implorado para ter, mas aonde chegaríamos deste modo? Eu não posso seguir adiante como se nosso relacionamento não fosse só amizade. Mas é, e sempre será. É assim que nós duas queremos, é o nosso combinado. Não quero usá-la e, principalmente, não quero me sentir mal por achar que a usei, mesmo que ela não sinta culpa alguma. Não fui educada a agir deste modo. Por outro lado, se eu fosse seguir minha educação à risca, a esta hora estaria em casa, remoendo o término do noivado com Keana e dando ouvidos às ideias da minha mãe. Eu me vejo em uma grande

Eu Nunca - Camren (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora