Capítulo 21

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Passando por Goiânia, Goiás

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Passando por Goiânia, Goiás

Camila está cantando sozinha há um tempão. Deixei de acompanhá-la quando meus pensamentos se tornaram um verdadeiro redemoinho, com todas as informações dos últimos dias se contorcendo em uma dança maluca e sem sentido. Eu devo ser ruim demais para a coisa toda, com certeza. Tento pensar no que posso ter errado com ela, mas a verdade nua e crua é uma só: sou uma zero à esquerda quando o assunto é sexo. Sempre fui assim sendo virgem, não é agora que vai mudar. Onde estava com a cabeça por imaginar que Camila se satisfazia comigo? É óbvio que não! Prova disso é o fato de estar à procura de outra pessoa para compartilhar os nossos momentos de intimidade.

Morro de vergonha só de pensar um pouco mais em todas as vezes que transamos. Admito que o ato em si vem melhorando gradativamente, significa que devo estar longe pra burro do que ela considera ideal. Sei que tenta me elogiar, me colocar para cima e fazer com que eu me sinta à vontade, mas Camila é assim, uma pessoa maravilhosa que quer ver os outros bem. Ela nunca me diria na cara dura que sou ruim de cama, ainda mais depois de ter tirado a minha virgindade. A coitada bem que tenta transpor o muro de timidez que nos separa como óleo e água, mas eu sou incorrigível. Ainda não me livrei das dúvidas, dos medos e também da minha capacidade de ficar vermelha como um pimentão. Sou uma idiota. Perto dela, então, sou uma idiota com força.

—    No que está pensando, anjo? — Camila berra para o vento que lhe assanha os cabelos.

Estamos no meio da BR, seguindo na velocidade que o seu coração deseja e os meus nervos tentam ignorar. — Por que está tão corada? Ah, já sei! Está pensando em sexo DE NOVO? — Gargalha alto e acho que a cor do meu rosto não melhora nada.

—    A gente pode fazer uma pausa? — peço, mudando de assunto. Estou ficando meio enjoada e ainda temos muito chão para seguir até Bonito, no Mato Grosso do Sul. Segundo ela, o nome faz jus ao lugar. — Já estamos em Goiânia. — Aponto para uma placa.

—    Sim, claro, estou cheia de fome! — Mostra um sorriso maravilhoso, que retribuo porque às vezes simplesmente não consigo não sorrir para ela. No entanto, por dentro, estou fervendo, morta de vergonha e me sentindo a pior pessoa do planeta. — Também tenho que tomar meu anticoncepcional. Não me deixe esquecer, Lauren, do contrário vamos encher esse Porsche de criancinhas choronas.

Não respondo nada. Por um segundo, imagino ter filhas com Camila, mas espanto o pensamento depressa. Que loucura seria! Pegamos o primeiro acesso à Goiânia e paramos em uma churrascaria na beira da estrada. Os clientes e funcionários do local não ignoram o Porsche, todos nos olham como se fôssemos celebridades. Fecho a capota para não deixar o veículo tão vulnerável e entramos no estabelecimento sob olhares curiosos.

Fazemos nossos pedidos e logo Camila agarra o celular para ver suas mais recentes notificações, claro, depois de tomar o remédio. Tento olhar para qualquer canto, menos para ela, pois não consigo observá-la sem me sentir uma inútil. Eu devia tê-la feito gozar mais vezes. Devia

Eu Nunca - Camren (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora