Capítulo 33

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Pov: JJ

— O que você achou daquela aula?

— Achei incrível, descobri que sou muito bom usando arco e flecha.

— Verdade, você conseguiu ficar em primeiro lugar de novo.

Leeseo e eu sentamos próximos a uma árvore bem grande que havia ali no jardim, as margaridas e o gramado verdinho faziam com que o espaço fosse apaixonante e confortável. O dia estava bonito e isso estava se tornando cada vez mais raro nos últimos dias, já que a nuvem preta sumia e depois retornava com uma nova tempestade.

— Onde a Eunchae se meteu? — Pergunto.

— Ela disse que estava com os pais e que hoje não ia poder vim ao palácio.

— Tô sentindo ela distante, você não acha?

A garota abaixa a cabeça e então tenta dar um meio sorriso, Lee não conseguia disfarçar quando estava incomodada com alguma coisa e eu já havia percebido isso algumas vezes.

— O que aconteceu?

— É que na verdade nós duas tivemos uma conversa. Já faz um tempo que falamos sobre isso e recentemente falamos de novo.

— O quê? — Pergunto já intrigado.

— Não fica chateado, mas eu...

— Você?

— Eu acho que gosto de você. — Fala envergonhada.

— Gosta de mim? — Repito a mesma coisa tentando entender.

— É.

— Lee não me leva a mal, é que eu... — Paro de falar quando a garota sela nossos lábios rapidamente.

Eu não sabia muito bem o que fazer ou o que dizer, se tratando da Lee aquele deveria ser o seu primeiro beijo e eu não queria magoá-la. Assim que a garota se afasta eu forço um sorriso, não podia me dar o luxo de tentar falar algo porque estava sem reação.

— Você também gosta de mim? Se eu contar para o meu pai não vou precisar me comprometer com nenhum príncipe, quer dizer, ele nunca me obrigaria a casar com quem eu não amasse, mas...

— Leeseo, me desculpa, mas preciso de um tempinho. Tudo bem?

— Você não gostou né, me desculpa Justin!

— Tá tudo bem, é que essa história toda ta mexendo muito comigo. — Minto.

Deixo um pequeno selar na testa da garota e me retiro do lugar, minha irmã não estava presente para me ajudar nessa, mas a Sasy tava. Corro o mais rápido possível em busca da mais velha, a encontro no nosso quarto que estávamos dividindo.

— Sakura! — A chamo já deixando algumas lagrimas rolarem.

— O que foi meu anjo? Calma. — Questiona me abraçando.

Eu não sabia muito bem como explicar o que estava sentindo, só sei que estava doendo e me deixando angustiado. Era como se eu fosse um traidor e estivesse prestes a fazer algo ruim.

Tudo sobre relacionamentos e paixão era completamente novo, não queria magoar a Leeseo e muito menos a Eunchae, mas sentia que qualquer passo que eu desse isso iria acontecer.

{...}

— Está mais calmo?

— Acho que sim, desculpa.

— Tá tudo bem, o que você me contou é verdade?

— É sim, eu não sei o que fazer.

— Nunca imaginei que essa fase chegaria, meu irmãozinho já é um rapaz.

Olho para a mais velha tentando fazer uma cara brava, mas tenho certeza que saiu como uma careta.

— Me escuta pirralho, primeiramente você precisa analisar a situação por um todo. Você gosta de alguma das meninas?

— Na verdade não sei, talvez eu sinta algo diferente pela Eunchae, mas porque ela e eu somos mais parecidos.

— Isso não é muita coisa, mas já é um inicio. E você deu o seu primeiro beijo com ela...

— É...

— Antes de tomar qualquer atitude, quero que você saiba que é normal se sentir confuso nessa situação. Você tem um coração enorme e não quer que nenhuma das meninas se machuquem porque acima de tudo vocês são amigos. Quero que analise como o seu corpo reage automaticamente quando está perto delas, como o seu coração bate, se seus sorrisos são automáticos, essas coisas. Quando tiver certeza se gosta de alguém, ai sim, você vai chamá-las pra conversar e deixar as coisas muito claras.

— Certo.

— Não precisa se sentir culpado, essas situações acontecem mais vezes do que você imagina. E se caso precisar de algo, vou estar aqui.

— Obrigada Sasy, você é incrível. — Falo me aconchegando no colo da garota.

— Eu amo você meu pinguinho de gente que não é mais um pinguinho.

— Eu amo você Sasy. — Repito.

Pov: Riki

— Está confortável?

— E tem como não estar? Estou deitada no seu colo.

Dou um beijo curto na testa da garota e a puxo para se aconchegar em meu peito. Havíamos colocado redes no novo barco, não era um barco luxuoso, mas comportaria o número exato de todos os tripulantes e o mais importante — voltaríamos seguros e na presença do grande mago — eu não queria deixar a Mel sozinha em nenhum minuto durante a viagem, então decidimos que ela dormiria comigo.

— Você e a sua irmã eram muito próximos? — Questiona Bahi.

— Sim, quando éramos crianças. Nós sempre passamos a maior parte do tempo com nossa avó porque nossos pais não eram lá muito bons cuidando de crianças, então nossa avó nos criou e sempre fomos muito unidos.

— Então o que aconteceu pra vocês se distanciarem? — Questiona a bruxa novamente.

— Aos 14 anos nossos pais resolveram que era a hora de morarmos com eles, mas as coisas eram diferentes porque o que era pra ser uma convivência em família, acabou se tornando uma competição entre ela e eu. Nossa mágica virou algo tóxico que estava nos consumindo aos poucos e nossos pais nos comparavam o tempo inteiro. Tae estava sendo treinada para se casar com algum sobrenatural poderoso e eu estava me tornando poderoso o suficiente para assumir o lugar do meu pai nos negócios, mas a verdade é que almejávamos um o lugar do outro.

Olho para o mago com um pouco de pena, eu não imaginava o quanto teria sido difícil crescer duelando com sua própria irmã. Meus irmãos e eu sempre fomos unidos e morreríamos um pelo outro, não deveria ser assim para todos?

— Quando atingi os meus 18 anos, decidi que era a hora perfeita para sair de casa e viver a minha vida. Acredito que ai nossas indiferenças se agravaram, Tae entendeu que eu estava a abandonando e se tornou cada vez mais fria. A ultima vez que nos encontramos foi pouco tempo depois de eu perder a mulher da minha vida, minha irmã já estava com um semblante vazio, mas depois seguimos caminhos diferentes e eu não imaginava que ela se tornaria o que se tornou.

Respiro fundo absorvendo toda a verdade por trás dos irmãos, só de imaginar em perder a Mel, minha cabeça e sentidos distorciam, eu já não aguentaria viver sem ela.

— Você a perdoaria por tudo? — Questiona Chae.

— Eu a amo, sempre a perdoaria. A pergunta que deveria ser feita é, vocês a perdoariam por tudo?

E então uma interrogação se instalou em minha cabeça, eu não poderia perdoar alguém que estava tentando machucar a mim e a minha família. Mas me colocando no lugar do Key, não sei o que faria se tivesse que escolher a segurança do reino e alguém que amo muito.

Continua...

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🔮 Perdoem qualquer erro ortográfico! 🕰️

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