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Emma

Os médicos me levaram para fazer um exame, depois me trouxeram para o quarto, e estão a quase meia hora fazendo alguns testes.

Eu sei que tem alguma merda acontecendo, e tem haver com as minhas pernas.

- E aqui, senhorita Myers? - A médica passou uma pena no meu quadril. - Sentiu?

- Senti algo diferente, e me arrepiei, veja só. - Apontei para os meus braços e pernas arrepiadas.

- Precisamos conversar, Senhorita.

Os dois médicos estavam sérios, agora que a bomba vem.

- Você sofreu duas lesões na coluna, acho que você deveria ser chamada de milagre. - Fiquei sem entender. - Era pra senhorita estar tetraplégica.

A mulher falou, ainda olhando pra mim. Meus pais e a Jenna estavam prestando  atenção em tudo.

- Mas...

- A senhorita está sem sentir as pernas por causa da lesão na coluna, mas graças a Deus e a cirurgia que fizemos, conseguimos reverter seu quadro, bem, em partes.

- Como assim, em partes?

- Não sei como, mas a senhorita sente partes que não deveria. Por exemplo, agora pouco disse que estava com vontade de ir ao banheiro.

- É raro alguém com a lesão que a senhorita teve, sentir a necessidade de usar o banheiro... geralmente tem pessoas que demoram a sentir necessidades, alguns usam bolsas de colostomia. - O médico explicou.

- O que isso quer dizer? - Perguntei ainda sem entender.

- Você pode sentir arrepios, ou formigamento, talvez até excitação, mas depende muito da sua força de vontade.  Creio que com bastante fisioterapia, você consiga voltar a andar. - A mulher falou e eu sorri.

- Quanto tempo? - Perguntei ansiosa.

- De 8 meses a 1 ano. Depende de como seu corpo vai reagir, os exercícios passados pelo fisioterapeuta, tudo isso conta muito.

- Mas isso é muito tempo, enquanto isso vou ficar em uma cadeira de rodas?

- Emma, vai dar certo. - Jenna segurou a minha mão. - Vamos te ajudar, você vai voltar a andar rapidinho.

- Eu não quero ser um peso pra ninguém. 

- Você não vai ser, meu amor. - Meu pai abraçou meu corpo.

- Eu sei que deveria estar muito feliz por não ter ficado tetraplégica e nem ter morrido, mas ao mesmo tempo, fico mal porque vou ficar dependendo de todo mundo.

- Não é bem assim, amor. Todos amamos você, e vamos ficar do seu lado até você se recuperar, e eu prometo que não vou sair do seu lado. - Jenna comentou.

- Então, como vai ser? - Minha mãe perguntou pra médica.

- Vamos indicar um bom profissional para cuidar da Emma, mas queremos que ela venha mensalmente fazer exames pra ver como lesão está se curando.

- A doutora tem razão. Vocês podem contratar alguém para ajudá-la a ir banheiro, tomar banho, essas coisas...

- Quando ela vai receber alta? - Jenna perguntou.

- Senhorita Ortega, se o quadro dela não mudar, creio que amanhã de manhã podemos liberar ela. Mas veja bem, não pode fazer esforço de maneira nenhuma, qualquer esforço mínimo pode atrapalhar o processo de cicatrização da cirurgia.

Você mandaOnde histórias criam vida. Descubra agora