Você manda

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Jenna

Emma estava me levando em casa para trocar de roupa, tenho prova no primeiro horário.

- Rosé brigou com o namorado. - Emma falou do nada.

- Por isso ela estava com aquela carinha agora pouco?

- Sim. - Emma disse ainda olhando o trânsito. - Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa, ela disse que dormiria fora e do nada voltou e dormiu em casa. Bom, não quis falar nada ontem a noite, mas hoje na hora que acordei fui lá perguntar a ela.

- Entendi.

- E sua mãe?

- O que tem minha mãe? - Perguntei sem entender.

- Não tem nenhum namorado?

Mexi a cabeça rápido, negando.

- Não, graças a Deus minha mãe é só minha.

- Você é muito ciumenta. - Emma riu.

- Não é ciúmes, é zelo.

- Aham, vou fingir que eu acredito.

Mais alguns minutos, Emma encostou o carro em frente minha casa.

- Vou ficar no carro, prefiro não encomodar sua mãe.

- Vamos entrar, você espera sentada no sofá.

- Sua mãe não vai achar ruim?

- Ela já deve ter ido para o trabalho.

- Ta bom.

Descemos, Emma travou as portas do carro, eu fui abrir o portão, mas notei que tava aberto.

Minha mãe ainda está em casa, mas não vou falar pra Emma esperar no carro.

- Vamos. - Segurei a mão da Emma.

Entramos em casa e minha mãe estava sentada escorada na mesa, enquanto comia um pão e tomava café.

Ela notou Emma e eu de mãos dadas, mas não falou nada ruim.

- Bom dia, vamos tomar café?

- Bom dia, obrigada. - Emma agradeceu.

- Mãe, vou trocar de roupa temos que ir para faculdade.

- Ta bom, eu faço companhia para a Emma.

Sai e deixei as duas.

Emma

Estava tomando uma xícara de café, a mãe da Jenna continuava me encarando.

- A senhora prefere que eu volte para o carro?

- Não, não é isso. - Ela parecia sem graça. - Estava tão na cara...

- O que?

- O seu namoro com a minha filha. - Ela deu um sorriso sem jeito. - Jenna precisou falar que estava namorando com você pra eu ter certeza que ela realmente não gosta de meninos.

- Namoro?

A Jenna disse pra mãe dela que namoramos? Então quer dizer que ela quer isso...

- É. - Agora eu sei que ela realmente gosta de você. - Ela disse que gosta de garotas, o que ficou bem óbvio depois da cena que eu vi. Mas eu ainda tinha minhas dúvidas, porém, quando ela disse do namoro de vocês, eu realmente acreditou.

- E por que só acreditou depois?

- Porque ela nunca apresentou ninguém pra mim, nenhum namorado ou namorada.  Acho que nunca gostou de ninguém ao ponto de me contar.

- Se bem que a senhora pegou no flagra. - Falei deixando a xícara sobre a mesa.

- Mas ela poderia nega, dizer que foi um erro, ou que você fez aquilo sem ela querer. Tem filhos que negam para os pais.

- Entendo. - Eu não podia deixar de perguntar. - A senhora acha que a Jenna gosta muito de mim?

- Pela cara de boba, acho que ela te ama. - Eu fiz uma cara surpresa. - Se vocês estão namorando de verdade, então isso é o certo né? Ter amor, sentimento envolvido...

- Sim, a senhora está certa.

- Voltei, garotas. - Jenna falou voltando para a cozinha. - Vamos, Emma?

- Espera, menina. - Natalie falou. - Emma, gostaria de ir conosco para o bingo hoje a noite?

- Eu vou para o bingo hoje e nem estava sabendo? - Jenna falou rindo.

- Vai, ontem você não quis ir.

- Por mim tudo bem, acho que vai ser legal. - Comentei e a Jenna sorriu pra mim.

- Então espero vocês a noite.

- Bom trabalho, mãe. - Jenna deu um beijo na bochecha da Natalie.

- Tchau, Dona Natalie.

Ela deu um tchauzinho e um sorriso.

Eu e a Jenna fomos para o carro, assim que entramos encarei ela.

- Então namoramos, Ortega?

Ela arregalou os olhos, e parecia envergonhada.

- Desculpa, é que eu não poderia dizer a ela que somos só amigas que transam.

- Ela acha que você me ama... - Dei um sorriso sacana.

- Por Deus... Ficaram falando de mim?

- Não negou, então me ama ...

- Emma?

- Reage, Ortega. - Falei rindo e dei partida no carro.