Você manda

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COMENTEM, seus cornos.

Jenna

Está na 7 rodada do bingo, Emma e minha mãe continuam no mesmo pique, e eu só quero ir pra casa.

Talvez eu esteja um pouquinho alterada. Praticamente bebi cerveja sozinha, Emma não colocou uma gosta de álcool na boca, só minha mãe e eu.

Espetinho já comemos oito, e três litrão de cerveja. Emma tomou suco de laranja e depois pediu porção de batatas.

Nunca vi uma garota gostar tanto de batata frita.

- GANHEI CARALHO. - Emma gritou novamente, era a terceira vez.

Ela ganhou as taças, um mine som, e agora um frango assado com farofa?!

O quão estranho isso é?

- Meu Deus. - Uma mulher resmungou. - Natalie, não traga mais a sua nora aqui. Ela é muito sortuda, nunca ganhei duas vezes na mesma noite, e só ela ganhou três.

Jorge conferiu a cartela da Emma novamente.

- É isso, a nora da Natalie ganhou o frango assado com farofa. - O homem entregou a bandeja pra Emma.

- Vocês querem? - Emma perguntou pra minha mãe e pra mim. - Estou satisfeita que não consigo pensar em comida.

- Não, estou muito cheia. - Minha mãe falou.

- Eu também não quero.

- Alguém aqui quer? - Ela perguntou olhando ao redor.

- Opa, eu quero. - O homem falou rápido.

Emma entregou para ele e voltou a se sentar.

- Pior que o fraquinho estava lindo, me arrependi de ter dado. - Emma falou baixo e eu abracei o pescoço dela e dei um beijo rápido.

- Jenna, sua mãe. - Emma falou baixo me afastando. - Lembra que devemos respeitar o espaço dela.

- Ta bom, chata. - Falei emburrada. - Quero ir pra casa.

- Isso tudo porque a Emma te negou um beijo? - Minha mãe perguntou rindo da minha cara. - Olha se for por mim, tudo bem.

- Você disse que queria um tempo. - Falei.

- É mas eu conversei com a sua madrinha, e ela me abriu os olhos, explicou algumas coisas. Vocês não tem que ficar escondendo sentimentos ou coisa do tipo, por medo. Podem ser vocês mesmas comigo.

- Ta bom, então se eu quiser beijar a Emma aqui e agora, tudo bem por você? - Perguntei brincando.

- Se é o que você quer, vá em frente. Não sabia que estava com sua boca. - Ela falou tirando com a minha cara.

- Amor, acho que você está um pouquinho alterada. - Emma falou fazendo um carinho no meu pescoço.

- Vou pagar a conta, e ai vamos pra casa. - Ia me levantar, mas Emma não deixou.

- Pode deixar que eu pago.

- Mas eu que te convidei. - Reclamei.

- Errado, sua mãe me convidou. Mas eu vou pagar a conta, você fica quieta ai.

- Chata.

Ela saiu sem me dar ouvidos.

- Vocês vão dormir lá em casa, né? - Minha mãe perguntou. - Está tarde para atravessar a cidade.

- Não está tão tarde, mãe. - Falei olhando o relógio de pulso. - São 22:30.

- Mesmo assim...

- A Emma que sabe, se ela quiser ficar ok. Mas se ela preferir ir pra casa dela, eu vou acompanhar, pra não deixar ela ir sozinha.