59. Eu vou ser pai?

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Tobias Bernstorff

— Nihara, Nihara. Por favor, meu amor, fale comigo... Hoffmann, ligue para o Meyer preparar o helicópter agora.

— Sim, senhor.

Meus gritos de desespero reverberam por todo o andar. Enquanto seguro Nihara desacordada nos braços, sinto a aflição pulsando em cada batida do meu coração. As pessoas ao redor abrem caminho, ao mesmo tempo que perguntam o que aconteceu. Não consigo ser forte diante desta situação, e os meus olhos se enchem de lágrimas, turvando meu campo de visão.

— Tobias, o que aconteceu? — Harry corre em meu auxílio no corredor quando estou pronto a chegar ao heliporto. — Eu não sei, a gente estava brigando e derreteste ela se sentiu mal e desmaiou nos meus braços... Estou com medo. — confesso deixando cair uma gota de lágrima solitário.

    — Não no mal, vai ficar tudo bem! Deveras-te apenas um mau estar você vai ver!

— Senhor, Tobias, o senhor Meyer está a postos — Natalie Hoffmann se posiciona ao meu lado, segurando as coisas da Vitti. — Insisti tanto para ela procurar um médico.

— Vou ligar para a Leandra — informa Harry, se afastando.

***

— Rápido, precisamos levá-la para dentro! — Grito em meio ao barulho do rotor do helicóptero enquanto uma equipe médica aguarda para receber Nihara. Cada segundo parece uma eternidade, minha ansiedade crescendo à medida que eles preparam a maca para transferi-la.

O aroma do ambiente hospitalar atinge meus sentidos, misturando-se com o medo e a incerteza no ar. Enquanto caminhamos pelos corredores impessoais, sinto o peso da situação se intensificar. Cada passo ressoa como uma batida lenta e pesada, acompanhando minha apreensão.

O som dos monitores cardíacos e as conversas abafadas da equipe médica criam uma sinfonia de tensão. O aperto no meu peito aumenta à medida que observo os médicos trabalhando freneticamente. E nesse momento, mais do que nunca, a fragilidade da vida torna-se inegável.

— Senhor Bernstorff, precisa aguardar aqui — um dos profissionais me impede de seguir com eles.

— Senhor, por favor, se acalme. Ela ficará bem. — Meyer tenta me tranquilizar, mas sua voz parece distante diante do turbilhão em minha mente.

Respiro fundo, lutando para controlar a angústia. Não posso me deixar abater; preciso encontrar forças para Nihara. Não quero ser uma preocupação para ela.

— NIAH... Cadê minha irmã? — reconheço a voz alarmada de Leandra.

— Leandra — abraço-a dando e buscando conforto na presença dela.

— Tobias, como está a minha irmã, o que aconteceu com ela?

— Os médicos acabaram de levá-la. Ainda não deram nenhum tipo de informação.

— Por favor, meu Deus, que não seja nada grave — ela suplica, sentando ao lado de Hoffmann, cujo olhar está perdido, refletindo nossa própria aflição.

— Tobias, liguei para a sua família. Já devem estar a caminho — informa Harry, seu rosto sério, revelando a seriedade da situação.

— Está bem. Obrigado. — Sento-me próximo das duas mulheres, a incerteza nos olhos delas ecoando a mesma tormenta que sinto por dentro.

Trinta minutos, quarenta, uma hora depois as portas, da sala de emergência se abre, nos fazendo levantar todos num pulo. Minha família está toda aqui, sem faltar nenhum integrante. Ter eles comigo aqui, é um acalanto para a minha dor.

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora