O Instituto

2 1 0
                                    

Pego uma camisa e calça bonita, mas não tanto para fingir que estou explorando casas... Me olho no espelho, o novo Martin, o Martin Ritter que surgiu neste Apocalipse, e que vai lutar e conseguir o que quer. Tudo na benção de Deus. Mas no meu olhar, já consigo notar que estou me corrompendo aos poucos, não apenas eu.
Três e cinquenta e sete, chegou a hora de ir. Em minha bolsa, levo o Rádio comunicador, uma faca de cozinha, porém grande e afiada, um caderno e penal, eu vou para a escola, não pode se duvidar de nada.
MED- Explorar as casas, é?
MARTIN- Sim, vou começar com umas mais afastadas, você já deve ter entrado nessas aqui, não é?
MED- Sim, sim... Cuide-se! Se precisar, estou aqui.
MARTIN- Pediram para você ir lá. Aconselho acelerar o passo. Fico aqui olhando e protegendo.
MED- Obrigado! *anda até em casa* Boa sorte!
Vendo que Med não está mais perto, pego o rádio em minha bolsa e entro em contato com Mimi.
MARTIN- Venha lentamente, para não fazer barulho.
MIMI- Em três minutos estou aí... Por que?
MARTIN- Te explico dentro da sua van.
MIMI- Ok, Câmbio final!
MARTIN- *eles chegam e entro na van* Eae, Diego! *aperto de mão* Bom te ver vivo. Você também, Mimi, é bom poder confiar em alguém! Obrigado pela ajuda.
MIMI- Pode nos explicar agora o porquê?
MARTIN- Está bem, mas continue dirigindo rápido até o galpão daquele mecânico.
DIEGO- Tá escondendo a gente do seu grupo? Não precisa fazer isso. Inventa alguma desculpa, carona...
MARTIN- Inventei o máximo de desculpas que pude. E carona todo o dia é estranho... Vou manter o segredo até eu ver que não aguentarei mais esconder.
MIMI- Boa sorte! *faz a curva*
“LED- *vê Med andando* Irmão, o que tá fazendo aqui?
MED- Martin falou que precisavam de mim aqui... FABRÍCIO- Ninguém falou nada de você.
MED- Ele mentiu, então?
GUEVEN- Ei, calma! Ele deve ter algum motivo.
MED- Explorar casas sozinhos, me dar a ideia de vir aqui dormir, tudo de repente... *nervoso*
LEM- *irritado* Já que ele e Maycon não estão aqui, eu posso falar... Eles só nos deram moradia, de resto...
Não vejo nada de positivo!
FABRÍCIO- Lem, não exagere! *murmúrio e discussão*
GUEVEN- PESSOAL! Lembrem-se, Martin e Maycon estão fazendo o que podem. *bravo*
LEM- Mas!
GUEVEN- Sem MAS, Lem! Agradeça pelo que tem. FABRÍCIO- O Gueven está certo! *Lem sai*
MED- Vou falar com o garoto amanhã.
LED- Bom, chega de discussão! Todos pros seus serviços.
Lem bravo, vai até os animais, Fabrício tenta conversar com ele. Med volta preocupado ao ponto de ônibus. Rafaela vai até o muro da casa e olha em direção ao rio.
RAFAELA- Esse garoto... Vou ter que saber quem realmente é, vou passar mais tempo com ele.
LUCAS- Ele quem, mana?
RAFAELA- *assustada* Nada, Lucas! Nada...
LUCAS- Você também fala sozinho? Eu falo com meu amigo Bryam, às vezes... e você?
RAFAELA- Falo, falo! Agora vai brincar com a Daniele.
LUCAS- Só vou se falar com quem fala! *sorridente* RAFAELA- Enrique! Agora vai ajudar a Mamãe."
Chegamos na escola, Mimi estaciona no outro lado da rua, em frente ao posto de saúde. Vejo um cara armado na porta da escola. Eu sou o primeiro a descer da van, logo em seguida Mimi vai buscar as outras pessoas.
SEGURANÇA- LetraM, vem fazer o reconhecimento.
LETRAM- Olá, bem-vindos ao Instituto! Vamos ao reconhecimento. Vamos começar pela mulher!
PAOLA- *nervosa* Número 13, Codinome Teobaldo,
ele é meu... Namorado!
LETRAM- Ok... *verificando no caderno* Entrem!
MARTIN- Pode ir! *o homem recusa e me deixa ir*
LETRAM- Deixe seu responsável ir na frente.
MARTIN- Ãn? Eu nem conheço esse cara... Confere aí, Número 17, Codinome Martin!
LETRAM- Está aqui... é você mesmo?
MARTIN- Em carne e osso! Ainda tive que acabar com a horda que estava aqui. É, foi meu grupo.
SEGURANÇA- *surpreso* Obrigado, pode ir!
LETRAM- Bem-vindo! Pode Passar... *entro*
Mais uma parte concretizada. Estou dentro do Instituto, ou escola. Instantes passam e vejo Mimi chegando com novas pessoas, desta vez. Eu apenas quero entender o modo de identificação do Instituto. LetraM? O Que?!?
A última carona de novas pessoas chega, agora com outro motorista, em um micro-ônibus... Chique para um apocalipse. Ao meu ver deve ter umas trinta pessoas na escola. O motorista entra na escola, e eu o reconheço. Tudo começou aqui.
MARTIN- *chamo a atenção dele* Ei, lembra de mim?
MOTORISTA- Ah! Ainda vivo? *aperto de mãos* Vejo que no fim paramos no mesmo lugar.
MARTIN- É... foi aqui que tudo começou, não é? Não reecontrei ninguém ainda.
MOTORISTA- Prefiro esquecer, dane-se a viagem.
Paramos de se falar, ando pela escola e lembro de tudo. Todos os momentos que vivi, pessoas que conheci, boas e ruins. A lembrança recente da viagem, quase um mês. Quando faltava energia na escola, o sinal era feito com um sino, coincidentemente às cinco horas, o mesmo tocou, ou melhor, alguém o tocou. É hora da aula.
LETRAM- OK! Todos se reúnam aqui na brita! *todos se amontoam* Vejamos. *olha para o caderno* As pessoas com a identificação do número 1 à 10, para a sala cinco, perto do portão. *os mencionados vão até a sala*
DIEGO- *tapinha nas minhas costas* Boa sorte!
MARTIN- O mesmo para você e seu pai!
LETRAM- Identificação do número 11 à 18, para a sala dois! Todos vão para suas denominadas salas, eu ando mais devagar e tento falar com a suposta LetraM.
MARTIN- Ei, pode me falar sobre isso tudo?
LETRAM- Saberás tudo ao passar do tempo.
SEGURANÇA2- Para a sua sala, agora!
Fui para a sala. Havia outro segurança, armado e com óculos escuro. Entrei na sala onde eu havia estudado.
INSTRUTOR- Bem-vindos ao Instituto! Coloquem suas armas, sejam elas brancas ou de fogo em cima desta mesa isolada. *todos colocam suas facas e alguns suas pistolas* Regras do lugar. Hoje será assim. Amanhã e o resto dos dias, entregarão no portão, receberão de volta ao final da reunião. Estão seguros aqui...
LETRAM- *aparece na porta* Tens até as sete horas para falar o que tem a dizer... *sai da porta*
TEOBALDO- O que vai acontecer depois das sete? INSTRUTOR- O nosso líder irá discursar... Falar e acabar com todas as dúvidas sobre o Instituto...
MOTORISTA- *cochicha do meu lado* Você sabe quem eu sou, e o que eu fiz. *eu olho para ele* Não quero nada com você, finja que não me conhece.
INSTRUTOR- Ei! Sem conversas paralelas.
INSTRUTOR- Às oito vamos dar uma pausa para comer. Frutas! No começo comeremos isso, estragam rápido, racionalidade... usem isso para tudo. Para reconstruir este mundo, devemos impor horários, e como estamos na escola, disciplina e organização, estamos bem.
MARTIN- Com funciona a identificação do Instituto?
INSTRUTOR- Pergunta interessante! Separamos cargos por identificação. Embaixo estão vocês, numeração do 1 até o infinito. Mais acima, seguranças. Depois, instrutores e outros cargos. E no topo o Chefe. Uma bela pirâmide. Temos pessoas, armas e organização.
Continuamos discutindo, o tempo passou.
LETRAM- *vai até a sala cinco* Senhor! Deu o horário, é hora de ir na outra sala!
CLAUDEMAR- Ok! Entenderam, pessoal? Sigam a regras e façam seu dever! Este lugar é para progredirmos.
LETRAM- Pelo o que eu escutei, você foi bem! Vamos, esta é a sala dois! Instrutor, o líder está aqui.
CLAUDEMAR- Olá, sobreviventes! Vamos falar como vai funcionar, as reuniões, assim que serão chamadas, vão acontecer de segunda à sexta, uma semana sim e não.
PAOLA- *levanta a mão* Me lembro que cada um teria que contribuir com algo...
CLAUDEMAR- Claro... Sobre isso, nos entreguem uma vez por mês. No final do mês recompensaremos vocês com algo. Suas contribuições podem ser variadas, mas tem que pesar cinco quilos, regra daqui.
MARTIN- *levanto a mão* Como conseguiram se reerguer e criar uma sociedade ainda no começo?
CLAUDEMAR- Eu era político de Joinville, fiz amizades com alguns policiais e militares, alguns morreram e fugiram. Mas houve quem não seguiu a ordem do governo. Junto com funcionários públicos, viemos para cá. Os militares, tinham muitos rádios, armas e suprimentos. Isso nos manteu fortes, e acabamos pensando na ideia do Instituto.
ALGUÉM- O que ganhamos em troca?
CLAUDEMAR- Não sei quem me interrompeu, mas... Vocês ganham balas, comida e roupas. Recomendo vocês cultivarem e contribuírem com comida.
INSTRUTOR- O Líder esqueceu de falar, mas na outra semana, não na próxima, vocês já devem pagar.
CLAUDEMAR- Os motoristas não irão fazer esta contribuição, eles já transportam vocês.
INSTRUTOR- É isso! Estamos próximos das oito horas... Alguma pergunta? *silêncio* Nenhuma? Certo, deixaremos vocês relaxados até as oito.
Fiquei pensando sobre o lugar, sobre as pessoas... Creio que todos nesta sala e na outra pensaram. Um pouco de preocupação e alívio, pois teríamos um reinício de civilização... Alguém toca o sino, e a maioria se levanta da cadeira. Claudemar, o “líder” vai direto para a antiga sala dos professores. Eu fico vagando pela escola.
"LETRAM- *é abraçada por Claudemar* Pensei que o sino nunca iria ser tocado... *beijos* E sua mulher?
CLAUDEMAR- Está em casa. *abre os botões da camiseta dela* Fica tranquila, Josiane. *beija*
LETRAM- Ei! *afasta ele* Não agora, vamos esperar terminarem. *fecha os botões* Eles estão acreditando?
CLAUDEMAR- *fecha o zíper* Estão!"
INSTRUTOR- *sino toca* Todos voltando! *entramos* Ao longo dos dias, iremos nos reunir para discutirmos como estamos indo, como vocês estão indo, e também... *escreve no quadro* Como sobreviver! Desde acender uma fogueira até usar armas. Queremos que todos estejam prontos para anos e anos de sobrevivência.
Nove horas, estou esperando o sino tocar, pegar minha faca e voltar para casa. Ele finalmente toca. Na hora de sair, LetraM fala para cada um voltar amanhã. Os transportes ficaram cheios de sobreviventes, apenas querendo voltar para suas famílias.
Conversas e murmúrios rolaram sobre o Instituto e a situação de cada grupo, alguns estavam confiantes, outros desconfiados. Estou no meio termo. Apenas estou quieto no meu banco, como sempre fui, vendo as pessoas desembarcarem em suas "novas casas",
a maioria eu nunca vi.
“Já se passa das nove e meia da noite, Gueven e Maycon foram até o ponto, falar com Med, se caso ele viu Martin, já que é tarde da noite e ele ainda não havia voltado. Os três ficaram mais uns dez minutos e voltaram para casa.
GUEVEN- Não está preocupado com seu irmão?
MAYCON- Sério que fez esta pergunta?
GUEVEN- Já são quase dez horas da noite...
MAYCON- Ele sabe se defender.
GUEVEN- Irresponsável! *aponta o dedo falando alto* MAYCON- Não me diga como cuidar do meu irmão!
MED- Acalmem os nervos! Logo o garoto chega!
O clima esquenta, Martin não chega,
e há desconfianças.”
MARTIN- *o último grupo desembarca*
O que acharam?
MIMI- Sobre as conversas que tiveram aqui agora pouco, está dividido as opiniões... Mas eu vejo esperança, mas alguns do Instituto não me passam.
DIEGO- Luan não confia muito neste Instituto, não quer nem chegar perto... Provavelmente não verá ele.
MARTIN- Entendo. Maycon também é assim! Sabe... tenho desconfianças, mas o Instituto parece bom.
Dez horas, desembarco da van, ninguém no ponto de ônibus. Segui até em casa, onde estão me esperando.
MAYCON/GUEVEN- Pelo amor de Deus, estava onde?
MARTIN- Está tudo bem, tudo bem. Acabei indo até a escola. *preocupados*
GUEVEN- Muito tarde, cara, a gente estava muito preocupado. *olha para Maycon*
MAYCON- Se for amanhã, avise ou volte mais cedo.
MARTIN- Está bem, senhores! Quero dormir agora, estou exausto. *Gueven vai até Led*
MAYCON- Amanhã a gente conversa...
"Maycon vai para casa. Rafaela vê tudo pela janela da sala, onde ela dorme. Led e Gueven conversam.
GUEVEN- Sei que ele não fez coisas certas hoje. Mas não vamos pressioná-lo, e fazer perder nossa confiança...
LED- Relaxa, Gueven, o Med vai falar com ele...”
MARTIN- *entro em casa e me olho no espelho* Vai ficar tudo bem? *ando até a sala* Boa noite, Med!
MED- *acordado, mas adormecido* Garoto?
MARTIN- Esse despertador tem que levantar a trava para cima para despertar! *mexo nele* Boa noite.

Renascer dos Mortos PESADELOOnde histórias criam vida. Descubra agora