Lem

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Quase três dias se passaram, todos ameaçaram de ir, mas estão aguentando alguns dias ainda, Rafaela não voltou. Fabrício e Gueven foram de carro até Joinville ontem, tentar acha-la, e também um lugar.
GUEVEN- Grande este lugar, não é? Afastado...
MARTIN- Levamos sorte. Esse lugar é especial. Por isso todos estão aqui, morando aqui. Olha cara... eu já falei o que tinha para dizer, eu já expliquei tudo.
GUEVEN- Ei, eu sei! E eu acredito em você, de verdade! Eu confio em você, por isso não fui embora. Então eu te peço, por favor... Não me decepcione, não faça eu perder a confiança em você. Este lugar... *aponta para as bananas* Depende de você, Martin, faça o certo!
MARTIN- *me sento em uma pedra* Se fosse fácil assim... como acha que está o resto do país? Rio...
GUEVEN- Tem muitas pessoas lá. A maioria deve ter morrido, como aconteceu aqui.
MARTIN- Eu fico imaginando as favelas, já não era um trabalho fácil o bope invadir, imagina esses bichos.
GUEVEN- Sinceramente, eles devem ter se acabado sozinho. Lutando e lutando entre facções, o caos se instaurou em tudo. Aqueles criminosos...
Gueven sai, um tempo depois, ando pelo bananal, ouço barulhos. Paro, olho e continuo.
MARTIN- É quem eu estou imaginando? *de costas*
LEM- Pois eu não sei... Mas reconhece minha voz.
MARTIN- *ele sorri* Por que me seguiu aqui? É mais afastado, o que planeja?
LEM- Terminar a discussão.
MARTIN- Se a gente brigar e se machucar, vai sujar.
LEM- Eu não estou nem aí! *corre em direção à mim* MARTIN- Lem, não! *me derruba no chão* Seu idiota!
LEM- *segurando o pescoço* Fala a verdade, FALA A VERDADE! *chutes* Vamo, por...
MARTIN- *rebatendo* Eu já falei. *soco na cara*
LEM- Arromb... *dou um soco no nariz dele* Au! *põe a mão* Está sangrando... Vem aqui, você vai pagar!
MARTIN- *rasteira* Filho da Mãe! *Lem cai no chão* Viu o que você fez? *ponho meus pés sobre ele* Estou com hematomas e você sangrando! *piso no estômago*
LEM- *tosse* Eu... não ligo! *cospe* Aliás, ninguém liga para você... apenas fingem, sempre... *sangue na boca*
MARTIN- *traumatizado* Cala a boca! *raiva*
LEM- No fundo não estão nem aí pra você. Quando vira as costas, estão falando de você. Nunca v...
MARTIN- Fica quieto! *pego a faca* Repete!
LEM- Ei, cara! *medo* Por favor... *trémulo sangrando*
MARTIN- *faca no pescoço* Daqui pra frente, não se mete mais na minha vida, me deixa em paz. ENTENDEU? *ele concorda nervoso* Moleque! *tiro meus pés dele* Bosta.
Quando eu estava indo ao ponto, vi Lem machucado, trocamos olhares. No ponto, Med percebeu os meus machucados, eu disse que briguei com Lem. Com as dores, não consegui ficar bem na reunião.
"Enquanto ainda havia a reunião, Rafaela, Eloisa e Helena, tentavam passar pela escola, sem que ninguém percebesse, mas o sino toca, elas ficam em pane. Como já citado antes, elas entraram em uma pequena estrada que sobe um morrinho, e ali ficaram escondidas."
A luz da van ilumina tudo, mesmo sendo pouco tempo, eu enxergo uma pata e rabo de cavalo. Olho para trás, para tentar rever, mas não havia iluminação. No caminho todo até chegar em casa, penso sobre isso, tentando ligar uma coisa a outra.
Deito na cama, todo dolorido, pensando sobre o que vi, ou o que penso que vi. Eu tento resgatar, mas não lembro. Quando peguei no sono, sonhei com imagens apagadas, pareciam memórias esquecidas. Quando as imagens começavam a ficar claras, vejo um cavalo e uma amiga de Rafaela. Acordo esbugalhado, parecia que minha cabeça tinha explodido.
"Depois de passarem a noite, elas seguem viagem, até que param no galpão que era de um mecânico. Seiscentos metros de distância do ponto de ônibus.
RAFAELA- Logo a van vai passar. Preparem-se para ir."
Indo com Gueven até o ponto, ele percebeu como eu e Lem nos olhávamos, por isso no caminho, ele me questiona: GUEVEN- Você e Lem... brigaram?
MARTIN- Por que está perguntando isso?
GUEVEN- Os dois aparecem machucados, vocês se olham como se cutucaram o c... do outro, está óbvio.
MARTIN- Sim... brigamos. Ele que quis brigar primeiro!
GUEVEN- É melhor pararem, logo vão se matar.
MARTIN- Eu tenho tudo sobre controle, sempre tenho...
Med volta, subindo a rua em direção ao ponto.
GUEVEN- Tinha alguma coisa lá?
MED- *confuso* Eu não sei... Tomara que eu não esteja ficando louco. *coça a cabeça* Ouvi relinchos de cavalos, bem baixos, vindo de lá. *aponta*
GUEVEN- Talvez seja coisa da sua cabeça...
MARTIN- É... *pensativo* Haviam poucos cavalos pela região, talvez alguns estavam presos e se libertaram...
GUEVEN- Vamos passar com a van, talvez veremos algo. Quando eles chegam, apresento Gueven para Mimi e Cláudia, Creio que Gueven será bem-vindo no Instituto, embora não tenha tido uma boa primeira impressão.
"Com o barulho da van, elas se escondem e conseguem fechar o portão do galpão. Ninguém na van percebeu.
ELOISA- É nossa chance, vamos! *Jerry se espanta com um rato e encosta em várias tralhas* Jerry calma!
Jerry se rebate todo, assim batendo em várias coisas e desencadeando a suspensão de uma corda, que segura inúmeros pesos e ferramentas, onde caem em Eloisa e Rafaela. Helena tenta tirar tudo de cima delas, mas escuta grunhidos, há Zumbis lá fora. Rafaela desmaiou, enquanto Eloisa, acordada, está muito atingida.
ELOISA- Ai! *se levanta, mas cai* Tá... dormente.
HELENA- MERDA! Quando a dormência passar vai doer mais, não vamos conseguir chegar lá. *olha para o lado de fora* Vamos ficar aqui hoje, não dá pra arriscar.
ELOISA- O pai de Rafaela é médico, podemos tentar.
HELENA- *sangue* Eu não vou ser bem-vinda lá! *Eloisa sente dor* E vocês mal conseguem se mexer. *checa Rafaela* Tá viva ainda, vou ficar olhando vocês. *pega um pano para elas secarem o sangue*
Na escola, estamos com problemas para entrar, nosso grupo atingiu o máximo de participantes no Instituto, eles não estão deixando Gueven entrar, não sei para que tanta rigidez. ELes chamam o Líder Claudemar.
CLAUDEMAR- Espera aí, S1... O Garoto nos libertou dos Zumbis, matou aquela horda grande. E ainda nos deu aquele porquinho, huum... *sorri* Delicioso. Pode entrar com seu namorado. Última vez.
Gueven, na reunião, analisou tudo, desde os funcionários, as perguntas e as lições, segundo ele é a velha política. O garanhão trocou olhares e sorrisos com Paola. Logo depois na van, ela desembarca.
MARTIN- Você ficou maluco de flertar com mulher comprometida? *tapa no pescoço*
GUEVEN- Em minha defesa, eu não sabia.
Quando passamos pelo galpão do mecânico, os faróis da van iluminam, Zumbis amontoados ali, alguns batendo no portão, eu estranho, mas Mimi segue o rumo.
"Eloisa e Rafaela já estão melhores, apenas com hematomas e dores. De amanhã cedo, no outro dia, Helena acorda primeiro, sai e dribla os Zumbis, mas alguns a seguiram, ela foi pelo mato, até minha casa. Ela passou por um pasto grande, mato, rios e bananas, até ficar escondida por trás das plantas. Depois de observador tudo, ela vê Maycon indo para a roça e Med em direção ao ponto. Reus o cachorro, começa a latir, Led vai até o local, Helena fica sem saber o que fazer, e acaba fugindo pelo rio, onde semanas atrás fez uma fuga com a perna ferida e ensanguentada.
Voltando pelo pasto, para avisar as outras, Helena acaba tropeçando em um buraco e machuca feio o pé. Tentando se levantar e andar, ela percebe dois Zumbis indo até ela. Tentando fugir, ela se encaminha até um galpão pequeno e velho, para se refugiar, quando ela abre a porta, Um Zumbi sai lá de dentro, ela perde tempo com ele, os Zumbis que estavam a seguindo, se amontoam por perto, sem espaço, ela se fecha nesse galpão e coloca algumas coisas para trancar a entrada deles, dali ela não irá sair tão cedo."
Andando pela rua, vejo Maristela deprimida, Fabrício tentando animá-la, sigo andando até chegar ao ponto.
MARTIN- Ouviu mais barulhos vindo de lá?
MED- Sim, mas por quê? Viu alguma coisa?
MARTIN- Há Zumbis em volta de uma galpão ali por perto. Pode ser que há um cavalo, mas ele não abre e nem fecha portões sozinho. Tem alguém por aqui.
MED- Deve ser alguém do Instituto, você quer ir lá ver?
Nos aproximando, falo cochichando para que Med dê a volta no galpão. Chegando mais perto, jogo uma pedra no portão, nada, depois de alguns segundos falo:
MARTIN- Alguém está aí? *segundos de silêncio* Eu vou abrir! *entro e miro* Fugiram?
"Rafaela e Eloisa estão escondidas junto com Jerry atrás de alguns partes de carros e panos. Com a arma na mão, elas pensam em atirar. Com Martin distraído, as duas saem sem Martin perceber, mas Jerry fica.
RAFAELA- E agora?!? *fala baixo*
ELOISA- Vamos ficar nessas palmeiras, aqui do lado, esperando ele aparecer."
Vasculhando, destranco a porta de trás, onde Med aparece ali mesmo. Jerry relincha, Med o acha, o mesmo olha para a porta onde a dona saiu. Med vai até o portão e eu pelo lado.
ELOISA- Estou escutando passos, vou pegar ele de surpresa. *fala baixo para Rafaela e vai até a parede*
MED- Desculpa, mocinha. *dá um empurrão*
MARTIN- *Med pega a arma dela* É bom vê-la, Rafaela!
RAFAELA- O que vai fazer? *olhar sério*
MARTIN- Vamos para casa, estão todos bem...
ELOISA- Não os enganou mais?
MED- É melhor conversarem em casa, Zumbis vindo. MARTIN- Vocês são todas bem-vindas, ok? Somos todos companheiros. Podem pegar suas armas de volta, vocês não seriam estúpidas de fazerem algo tão idiota.
ELOISA- Posso ir com meu cavalo?
MARTIN- Espera... você é a Eloisa?
RAFAELA- Sim! Ela me salvou...
MED- Vamos! *Eloisa sobe no cavalo*
LEM- Parados! *aponta a arma*
MED- Lem? O que faz aqui?
LEM- Calados! Eu vim terminar a nossa briga, Martin.
MARTIN- Cara, abaixa essa arma... *medo* Você não é assim. RAFAELA- Lem, abaixo isso!
LEM- *furioso* Seus pais ficaram muitos preocupados e tristes. O que eu vou fazer com ele, é apenas justiça.
MED- Abaixa essa merd, LEM, CARAL...
LEM- Cala a boca, gordo! Tú vai ser o próximo, chato.
RAFAELA- Lem! Você não sabe o que tá fazendo.
MARTIN- Por favor, Lem... Abaixa! *mãos levantadas*
LEM- Pedindo misericórdia? Haha, que nem aquele dia, não é? Você em cima de mim.
MED- Ih!
LEM- Diga suas últimas palavras, Martin.
MARTIN- Por favor, pare!
LEM- Perfeito. *aperta o gatilho*
RAFAELA- *ela dispara* NÃO!
A bala de Rafaela atinge o peito de Lem, o mesmo ao sofrer o tiro, dispara meio torto na mira em Martin. O tiro de Lem acaba acertando de raspão no meu braço.
MARTIN- *sofro o tiro* AAAAH! Droga... meu braço!
MED- Zumbis! *atira* Merda, temos que ir!
LEM- Sua vadia desgraçada. *põe a mão no peito* Ah...
MED- Como vamos levá-los? Estão baleados!
MARTIN- *tonturas* Ele não vai! *Zumbis se aproximam* Eu falei para parar! *muito sangue*
LEM- *Zumbis perto* Verme... *nos afastamos*
MARTIN- Ele teve sua chance. Precisamos ir... *tonto*
LEM- Por favor! MED! *é consumido* AAAAH!
RAFAELA- *gritos* Deus... *eu desmaio* Não...
ELOISA- Coloquem ele atrás de mim, vocês vem correndo atrás. *me colocam em cima do cavalo*
MED- Entra na rua esquerda, é a ultima casa! *grita*
Eloisa galopa comigo nas costas. Med e Rafaela correm. Já morto, os Zumbis restantes degustam do corpo quente de Lem. Com os sons dos tiros ecoando, todos em casa se espantam. Eloisa chega gritando, estou perdendo muito sangue, Maristela abre o portão. Fabrício as ajudam a me descer do cavalo, e me levam até o sofá, onde Lem dormia.

Renascer dos Mortos PESADELOOnde histórias criam vida. Descubra agora