Seis meses. Meio ano já passou desde tudo que aconteceu. Se por aqui já foi um caos, nem imagino como tudo foi e como tudo está fora da região. Quantas pessoas morreram? Como está lá fora? Ouvimos que 93% da população foi dizimada, isso no caos. Quantas morreram a partir disso? Por aqui quase todos, está vazio de vivos, só há mortos. Nós conversamos, a estimativa é 0,03% de pessoas vivas ao redor do mundo.
O quanto ainda viveremos? Isso vai durar até quando? Como o mundo à fora está? Perguntamos isso todos os dias. Tudo estagnou depois da festa, não está ruim, mas parece que nada vem melhorando, nossas plantações estão morrendo. Estamos pensando pra frente, o Centro da nossa cidade é pacato e promissor, sem muitos mortos vagando. Discutimos sobre fazer dele uma base, Maycon, Thomas eu vamos averiguar.
Sete de Setembro, o tal dia da independência, mas do que vamos nos libertar? Da crueldade desse mundo? Vai demorar bastante para nos livrarmos dessa monstruosidade. Vamos apenas pela tarde, como e vou até em casa. Eloísa está estranha, o dia todo ela está rondando desconfiada. Ela não veio almoçar, me deparei com ela no caminho.
MARTIN- Ei, não veio comer, tudo bem?
ELOÍSA- Não... *subimos o caminho* Não me sinto bem.
MARTIN- Descansa, para um pouco.
ELOÍSA- Eu não estou me sentindo confortável e segura.
MARTIN- São os rapazes? Vou falar com eles...
ELOÍSA- Não, eles são maravilhosos. É que... tá tudo bem para ser verdade, tem algo de errado.
MARTIN- Ei, ei! *eu a abraço* Fica tranquila. Depois de tudo que passamos, é bom estarmos bem. *ela continua preocupada* Eu, Maycon e Thomas vamos no centro agora, quer ir junto? Tem espaço no carro.
ELOÍSA- Não, preciso ficar aqui. *sorri* Mas obrigado. *vai até o pasto* Tá sentindo algo também, garotão? *Jerry relincha* Eu te amo... *acaricia ele* meu rabudo. *Josefina vai até a cerca* Oi, Josefina! Sua ciumenta.
Vínhamos sempre para o Centro, é nossa segunda vida, todo mês o Maycon passava raiva para receber a pensão do Vô e ficar a tarde toda com a nossa Avó. Apesar de não ser uma cidade grande, tem bastante coisa, o necessário, aqui sempre foi tranquilo e bom. Saindo da rodovia e entrando na cidade, vemos alguns andarilhos, eles estão apodrecendo, mas nunca vimos essas pessoas por aqui, são mortos viajantes, estão saindo dos grandes centros urbanos.
MARTIN- *Maycon para no sinaleiro* Tá brincando? Vai olhar para os dois lados para atravessar a rua também?
MAYCON- Precaução, eu fiz carteira, você não. *dirige* Estamos quase lá. *estaciona na vaga de estacionamento*
MARTIN- Bem certinho você, nem parece que pegava até as vovós nos bailes. *andamos pelo quarteirão*
MAYCON- Vamos verificar essa área, parece vazia e limpa.
THOMAS- Tem uma barbearia ali, e =u era barbeiro, vou dar uma olhada. *vou junto* Era do meu amigo Vegini.
MARTIN- Ele era gente boa, eu cortava aqui com ele.
THOMAS- *entramos* Vazio, até que tá bem conservado, só poeira e teia de aranha mesmo.
MARTIN- *abro as gavetas* As máquinas dele. *ligo* Funcionam, não quer tentar?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Renascer dos Mortos PESADELO
Fiksi UmumUm apocalipse repentino vem alastrar a vida de todos. No Sul do Brasil, um jovem tenta ter o mínimo de saúde mental para todos estarem com alguma chace de viverem nesse mundo hostil e horrível.