O resgate

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Sexta-Feira, uma semana após o começo. Todos se acomodaram aqui, a visita está sendo prestativa. Começamos a se arrumar, será um grande dia.
GUEVEN- Ei! Já que eu vou ficar, você tem vizinhos? Eu queria ver como está as casas dessa rua.
MARTIN- Tenho alguns, mas pelo jeito só tem a gente aqui. Se for explorar, leva só o Med. Deixe o Led aqui, o Maycon é meio na dele, ele fica no canto dele na roça.
GUEVEN- É, eu percebi que ele não quer a gente aqui.
MARTIN- Ele ainda está abalado, logo podem ir.
GUEVEN- Eu tinha falado nada de armas. *me dá a pistola dele* Use se precisar. Boa sorte.
Um pouco depois fomos, a família se despediu aos prantos de Fabrício, ele não se aguentou. "Volta, Papai." Enfim partimos para Joinville com o coração apertado.
"Gueven e Med exploram a casa de um vizinho, uma idosa cadeirante, morta, ela virou uma dessas aberrações. Ela está sozinha, há muito sangue, todas as armas foram deixadas. Em outra casa, há cem metros, cachorros presos, dentro da casa, uma mulher morta com tiro na cabeça, ela estava grávida, provavelmente perdeu o bebê e morreu.
Possivelmente foi morta pelo homem morto com um revólver, ele está com hematomas, deve ter brigado com o outro homem também falecido e ferido. Na última casa, antes do ponto, algo bate na porta, é o morador, cheio de sangue na boca. Atrás, o cachorro com a boca espumada, esse homem havia o comido. Os dois pararam no ponto de ônibus."
Fabrício achou melhor contornar a região, evitar as rodovias e dar a volta na cidade. Isso custou HORAS. Adentramos pelo interior, depois uma área menos populosa, até nos aproximarmos do condomímio. A viagem notamos como as coisas ainda estão ruins.
FABRÍCIO- As pessoas estão horríveis. Até agora não teve nenhum bando ou multidão. *para o carro*
LEM- Como vamos fazer?
FABRÍCIO- Dá pra ver daqui. *olhamos* É uma boa pernada até chegar. São doidos na rua, será?
MARTIN- Eu tenho certeza. *pego minhas coisas* Você fica no carro, Fabrício. *pega no meu braço*
FABRÍCIO- Sabe que não precisa fazer isso.
MARTIN- Apenas fique no carro e venha quando precisar. *aperto de mãos* Qual o número?
FABRÍCIO- Entra pelo leste, terceiro andar é o 3C.
LEM- Vamos?
MARTIN- Fique pronto. *saímos do carro* Beleza, sabe correr? *andamos* Vai precisar.
LEM- O quer que eu faça? *medo*
MARTIN- Tem um quantidade chata, quero que atraia e abra espaço. Se sentir que está em perigo ou que vai dar merda... corre e volta. Não pense, corre.
LEM- Tá... tá! Vai pela sombra.
Eu vou progredindo canto por canto, Lem vai em uma área mais aberta e chama a atenção de alguns lerdos. Assobios e palmas, ele consegue atenção de alguns, mas a bola de neve cresce e ele precisa voltar. Eles são obrigados a se afastarem dali, enquanto eu entro.
Subindo as escadas, as portas dos andares estão fechadas, ouço grunhidos. Na porta do terceiro andar, um corpo encostado, os olhos estão abertos, mas está morto. O olhar era triste, me senti horrível depois de encará-lo. No bolso dele, um cartão com chocolate escrito "Melhor papai do mundo".
MARTIN- Sinto muito. *abro* Credo, que cheiro. *tapo o nariz e vejo o corredor* Merda... não tá vazio. *fecho* Será se é hora de usar a arma do Gueven? *pego e abro a porta* Tem mais balas que bichos. *faca em mãos*
A porta do apartamento está no meio do corredor, ao fundo o elevador. São seis apartamentos por andar, alguns estão com a porta aberta, o 3C está fechado, uma esperança... Os doidos estão vagando pelo andar, nenhum me viu ainda, devem ser lerdos.
MARTIN- Beleza... *ando e um me vê* Ótimo. *ele vem até mim* Ah... aqui dentro. *entro no 3A* Preciso sair agora. *ele entra* Vem, barbudinho. *jogo uma cadeira nele e corro até a porta* Isso! *fecho a porta com força e outro me segura* Não! *lutamos no chão* Sai, sai! *tenta me morder* SAI! *enfinco a faca no peito dele, e continua me segurando* O que?!? *outros ouvem* Desgra... *tiro a faca e ataco o olho dele* ...çado! *ele desliga* Pu... merda. *coração acelerado* Tá legal, seus imundos. *três vão até mim* Agora f... *medo*
Eles estão juntos, nenhum apartamento está aberto para eu fugir deles, e na faca... sofri para acabar com um. O jeito foi aceitar o presente de Gueven, e gastar o pente de dez balas. Porém preciso treinar. Errei dois tiros, outros três acertei na barriga e braços, e dois na cabeça. O restante caiu no chão, ainda vivo. O problema... o 3E estava aberto, dali saíram dois.
MARTIN- No que foi que me meti... *ele tenta se levantar* Fica aí. *olho trémulo para ele com a faca em mãos* É difícil. *esfaqueio ele sem olhar* Nossa. *um vem rápido* Que droga. *lanço a faca e acerto em cheio* Uau! *vou até o 3C, e começo a chutar a porta* Vamos, abre isso! *chuto* Bora... *ele se aproxima* Vem aqui então, baixinho.
É um jovem com estatura baixa, ele é lerdo, peguei pelas costas e usei o corpo dele para pressionar a porta do apartamento. A porta se encheu de sangue, eu também, mas chegou uma hora que a cabeça dele amassou tanto que ele... morreu? Estar nesse andar foi uma sensação terrível que me consumiu.
"FABRÍCIO- Atrair essa multidão com o carro para longe foi uma boa ideia, Lem. *estaciona o carro por perto* Como será que ele está indo? Espero que bem.
LEM- Vou ficar por lá, qualquer coisa volto."
MARTIN- Quando esse pesadelo vai terminar? *chuto o trinco* Vamos lá... *a maçaneta racha e a porta se abre* ISSO! RAFA! Rafaela? *ando por todo o AP*
RAFAELA- Sai daqui. *joga uma faca, mas erra* SAI!
MARTIN- Rafa? *sorrio* Eu sou normal! Se acalma, sou eu, Martin. *ela respira forte*
RAFAELA- *medo* Quem? O que tá fazendo aqui? Você quebrou a porcaria da porta.
MARTIN- E acabei com essas aberrações. Eu vim com seu Pai, o Fabrício. A gente precisa ir!
RAFAELA- Meu pai? Ele tá aqui? *batidas no corredor*
MARTIN- É, não temos tempo. Pegas suas coisas e... *vou até o corredor* Caral... *muitos estouraram a porta das escadas e entraram no andar* TRANCA A PASSAGEM COM AS CADEIRAS! *arrastamos móveis pelo corredor* Droga... *pego a rabicho* Já subiu uma montanha? *amarro em uma mesa na varanda*
RAFAELA- Nunca. *jogo a ponta* O que vai fazer?
MARTIN- *entrego minha bolsa* DESCE! *ela resmunga* SÓ DESCE! *alguns ultrapassam a barreira* Po... *atiro* VAI! *ela desce*
FABRÍCIO- É a Rafaela? *sai do carro e corre até Lem* Vai até o carro e traz ele aqui, eu pego ela. FILHA, VEM! *ela continua descendo* Tá quase.
MARTIN- *o rabicho se solta e o vidro da varanda estoura* NÃO! *seguro a ponta e corto o braço* Aaah!
RAFAELA- PAI! *salta e ele a segura* Pai! *abraça*
FABRÍCIO- *Lem chega com o carro* Corre até ele, vai! *ele me espera e o rabicho inteiro cai* Ah, não... não!
Eu não consegui. Os bichos começaram a vir até mim, o que me restou foi... pular. Mais de vinte metros até o fundo da piscina. Na queda, eu me choquei com o fundo, senti muita dor. Apenas lembro de Fabrício me resgatar e me colocar dentro do carro, aí eu apaguei.

Renascer dos Mortos PESADELOOnde histórias criam vida. Descubra agora