18. ANJUM

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— Porra… eu choro óleo?! — foi a primeira coisa que a garota ouviu quando recobrou a consciência. Aos poucos abriu os olhos, vendo Sneha passar as mãos pelos olhos e encarar elas surpresa e confusa. Então viu o brilho, vindo das mãos da menina, vindo do seu próprio rosto molhado pelas lágrimas e então da sua barriga.

— Você realmente aprendeu a usar “porra”, ein menina?

Ela viu Sneha tomar um susto quando falou, levantando o rosto rapidamente, a expressão incrédula enquanto se aproximava. Então a menina tocou o seu rosto, passando os dedos com delicadeza, parecia estar testando se ela era mesmo real.

— Você está viva! — Sneha estava soluçando, chorando enquanto ria e abraçava ela.

— Ai, sim estou… Mas ainda está doendo, calma… Acho que sua mágica ainda está curando a ferida.

— Você está viva, você está bem! Eu te salvei, minhas lágrimas estranhas te salvaram! — a menina disse e então beijou a outra de novo, um beijo rápido já que logo voltou a falar. — Como está se sentindo? Está doendo?

— Está só… formigando. É estranho, mas pelo menos não está doendo como antes. E tem cheiro de hibisco.

— O quê?

— Suas lágrimas, pelo menos as que estão no meu rosto, tem cheio de hibisco. Acho que é por causa do que fizeram antes de você nascer… você meio que me salvou.

— Meio? Eu literalmente te trouxe de volta à vida!

— Ok, ok, mil desculpas, menina. Meus sinceros agradecimentos à Mirai, a princesa perdida que chora óleo de hibisco.

Sneha fez uma cara de desgosto ao ouvir Mirai que só piorou depois que Anjum falou “princesa perdida”, e a garota percebeu o desconforto.

— Não gostou? Ainda prefere Sneha?

— Você não acha horrível? Tipo, eu ser filha exatamente daqueles que fizeram mal a você? Tanto meus pais de sangue que sempre te perseguiram e mamãe que acabou de te dar uma facada.

— Aquela mulher sequestrou você, isso sim eu acho horrível… e sobre seus pais, eu ao menos acho que foi bom você não ter crescido no haveli, seria bem triste ter uma menina bonita dessas contra mim.

— Agora que percebi, você, sua ladra, roubou a minha coroa… e ainda me fez devolver! Eu deveria te levar presa?

— Sinto dizer que mesmo que queira me prender, antes tenho que te levar de volta para o haveli imperial, prometi ao Imperador, que por sinal é o seu irmão, que te levaria de volta.

— Se não me levar, o que vai acontecer?

— Eu ainda sou uma ladra, meus crimes só serão perdoados se eu te levar, então provavelmente viriam atrás de mim por todos eles e ainda por sequestrar a princesa.

Sneha então se levantou, parou na frente da garota e ofereceu a mão para ajudá-la a se levantar. Ela estava sorrindo, um sorriso engraçado que parecia querer imitar as expressões irônicas de Anjum.

— Então acho que vamos ter que fugir.

Estrelas Flutuantes - Uma releitura sáfica de EnroladosOnde histórias criam vida. Descubra agora