𝐒𝐓𝐈𝐌𝐔𝐋𝐔𝐒

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— O quê? — Nobara e Itadori gritam na cafeteria, atraindo olhares incomodados. Megumi vira o rosto para o lado, provavelmente tentando esconder sua feição envergonhada.

— Céus, vocês podem agir como pessoas normais ao menos enquanto estivermos em público? — eu sussurro do outro lado da mesa.

Ontem à noite não comentei com nenhum deles sobre a conversa que tive e o convite que recebi de Satoru Gojo. Na verdade, eu até contei - pois fui pressionado - no entanto omiti algumas partes. E, antes que eu pudesse esconder o papel, Yuji o pegou da minha mão e exigiu explicaçōes. Eu disse que contaria em outro momento, e ele não perdeu tempo em marcar alguma coisa. Agora, cá estou eu. Meus amigos acham que eu encontrei alguém, que vou namorar, casar... O único problema é que eu não contei quem foi o dono do bilhete. E me surpreende que nenhum dos três tenha ligado os pontos ainda.

— Você vai ligar pra ele? — Nobara pergunta, dessa vez em um tom normal. Ela aponta para o papel que está no centro da mesa.

— Não sei.

— Como assim não sabe? - Yuji fala baixo enquanto gesticula, incrédulo.

— Vocês dois têm que parar com essa mania de controlar a vida amorosa dos outros. — Megumi mastiga um pequeno pedaço de bolo ao meu lado, despreocupado. — E outra, foi apenas um número de telefone, não uma certidão de casamento.

Eu concordo com a cabeça, e os dois parecem envergonhados.

— Bom — Nobara suspira. — Foda-se?

Eu e Megumi a encaramos como se estivéssemos ofendidos, e Yuji começa a rir.

— Nosso bebê aqui ' na seca faz tempo, qualquer vitória é motivo pra comemorarmos. — ela termina de beber seu café e bate a xícara contra a mesa. — Já sei!

Eu a olho confuso, arqueando a sobrancelha.

— Liga pra ele, agora!

Yuji parece gostar da ideia, já que seus olhos brilham.

— O quê? — eu rio de nervoso. — Por que eu faria isso? E outra, ele deve estar ocupado. E se estiver trabalhando?

— Cara, hoje é domingo. — Fushiguro rebate. — E se ele estava lá ontem à noite, provavelmente não trabalha durante o final de semana.

— Eu achei que estivesse me ajudando! — reclamo entre os dentes.

Todos olham para mim no aguardo, e já não sei mais como fugir. Respiro fundo, e acabo derrotado.

— Precisa ser no viva-voz?

Itadori e Nobara acenam negativamente com a cabeça, o que me traz certo alívio.

Eu tiro meu telefone do bolso direito, o encarando por alguns segundos. Engulo em seco e adiciono o mesmo número do papel. Coloco o aparelho contra o ouvido, escutando-o iniciar a chamada.

Os "beeps" são torturantes. Não sei como fugir dessa situação, e agora não tem mais como voltar atrás.

Por favor, não atenda.

— Bom dia.

Puta que pariu.

Todos na mesa aguardam algum sinal meu de que fui atendido, e eu confirmo com a cabeça. Nobara e Yuji comemoram silenciosamente, e Fushiguro apenas dá um sorriso de canto.

— Bom dia. — sinto minhas pernas tremerem embaixo da mesa. — Como você está?

tranquilo. — ouço ele bocejar.

𝐀𝐑𝐑𝐎𝐆𝐀𝐍𝐓 𝐒𝐄𝐗 - (sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ)Onde histórias criam vida. Descubra agora