𝐀𝐑𝐑𝐎𝐆𝐀𝐍𝐓 𝐒𝐄𝐗 - (sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ)

𝐋𝐔𝐒𝐓

Eu nunca fiquei tão nervoso para entrar na faculdade.

Meus amigos devem estar furiosos e preocupados comigo. Não respondi nenhuma mensagem, e muito menos retornei suas ligações. Tenho sorte de o turno deles ser diferente, assim não corro riscos de encontrá-los por aqui. O que me preocupa é esbarrar com ele.

E por mais que Satoru não seja o coordenador do meu curso, ele é coordenador geral. Isso deixa tudo pior. Ele está sempre atento a tudo que acontece aqui dentro. Não posso simplesmente vê-lo e fingir que está tudo certo. Com sorte, ele nem deve se lembrar da noite anterior. Provavelmente eu fui um passatempo, não faço diferença. É até melhor que seja assim.

O trajeto até minha sala é repleto de adrenalina, mas não tenho problemas. Admito que não consegui manter o foco na aula. Tudo que eu escutava era absorvido por um lado e evaporava pelo outro. Estou morrendo de sono. Não dormi direito. Essa madrugada, quando me deitei, o céu já estava clareando e eu tinha que levantar para trabalhar. As horas foram como um nada hoje. Fechei os olhos enquanto meu professor explicava.

No fim das aulas, fui até o banheiro lavar meu rosto para tentar chegar acordado em casa. Estou acabado, e minha aparência está péssima no reflexo do espelho. De noite as coisas ficam um pouco tenebrosas, confesso. Assim que cheguei na porta, Satoru apareceu e me empurrou para dentro novamente. Sua boca era tão macia, quero ela em cada parte do meu corpo. Ele aparentava ter vontade de me devorar. As palavras sujas que ele gemia contra a minha pele, seu olhar perverso me chamando. O jeito que ele me masturbava, me agarrava, me fodia...

— Acorda, Bela Adormecida.

Abri os olhos, sentindo uma forte dor de cabeça. E, para deixar tudo pior, meu pau estava duro.

Sonho do caralho.

Quando endireitei a coluna, me deparei com Satoru a frente de minha carteira. Sua postura prepotente era óbvia, e sua voz era baixa e provocativa.

— Está cansado? Parece que não dormiu direito. — seu riso maldoso ecoa nos meus ouvidos, o que me deixa irritado. Ninguém merece acordar com esse humor terrível e essas piadas mal feitas. Eu não estou com paciência para isso. E mesmo que eu odeie tratar as pessoas assim, não posso dar corda para suas provocações.

Levanto sem respondê-lo, torcendo para que ele não repare na ereção marcada nas minhas calças. Reuno meu material, me aprontando para sair. Pego minha mochila com tudo já guardado e coloco uma das alças no ombro. Viro as costas para ele, caminhando em direção a saída da sala.

— Por que está com pressa? — Gojo vem até mim, entrando na frente da porta. — Eu acho que mereço um oizinho.

— Olha — eu faço uma pausa breve, tentando me manter paciente. — Se você não tem mais o que fazer a não ser infernizar a vida dos outros, eu tenho. Então, se puder sair da minha frente e esquecer que eu existo, eu agradeceria, de verdade.

Mesmo com minha feição séria, não consigo arrancar o sorriso de seu rosto.

Canso de esperar sua boa vontade e desvio dele. Com a mão já na maçaneta, eu a empurro para baixo. A porta não abre.

Eu tento de novo.

E de novo.

— Mas que merda você fez?

Assim que viro para encará-lo, Satoru empurra meu corpo contra a porta, que faz um estrondo com o impacto. A mochila cai no chão e eu tento afastá-lo, mas sua força é superior a minha. E talvez, inconscientemente, eu não tenha tentado nos separar de verdade.

Seus lábios agarram os meus com voracidade. Consigo sentir seu corpo emanando desejo. Jamais vou assumir isso em voz alta, mas senti-lo tão perto me deixa excitado. E a julgar pelo volume que sinto no meio de suas pernas, ele também está com segundas intenções. Minhas mãos deslizam de sua nuca para suas costas, apertando levemente e o puxando para mais perto, amassando sua camisa. Ele me pressiona contra a porta, apertando meu quadril com força, provavelmente deixando marcas. O beijo de Satoru Gojo é como uma droga. Ele libera uma dose gigantesca de dopamina no meu cérebro. Sinto-me preso, viciado. Eu quero mais do que isso.