𝐒𝐋𝐎𝐖𝐋𝐘

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Bocejo ao abrir os olhos, me esticando na cama e ouvindo a chuva cair lá fora. Sinto um dos braços de Satoru embaixo de minha cabeça, e o outro me envolve, abraçando meu corpo. Ouço seus suspiros, e imagino que ainda esteja dormindo. Uma coberta fina nos cobre e nos protege do frio. Aos poucos, cada momento da noite passada sobe à minha cabeça. Mordo o lábio e me encolho, tentando afogar a vergonha e ignorar as lembranças das coisas que eu fiz e disse. Claro que eu já havia experimentado coisas novas nesse estilo, mas não nesse nível e muito menos com essa intensidade.

E mesmo com o meu orgulho ferido, não tenho como negar que gostei.

E faria de novo.

— Acordou, neném?

Sorrio e me viro para ele. Satoru está radiante, tal como a primeira vez que dormimos na mesma cama. O braço que estava embaixo da minha cabeça, agora está sob a dele.

— Bom dia. — acaricio sua bocheca e seu pescoço. Ele pressiona minha mão entre a bochecha e o ombro, roçando como um felino.

— Bom dia, gatinho.

Ficamos algum tempo nos observando e aproveitando a companhia um do outro. Eu não sei porque estou indo rápido demais, e também não sei se tomei a decisão certa ao vir aqui. Mas, por agora, estou tranquilo. É como se eu pudesse descansar perto dele. Ser rebelde, e não me preocupar com nada.

Ele direciona a mão para a minha coxa, puxando-a para apoiá-la em seu quadril. Sigo o mesmo ritmo e me aproximo mais um pouco. Sorrimos, finalizando o momento com um beijo. Meus dedos passeiam por seu rosto, como se eu pincelasse sua pele. Meu corpo fica extasiado com o som dos estalos que o contato entre nossas bocas provoca, amenizando a sensação de vergonha que tive quando acordei.

— Senti muita falta dessa boca. — ele diz ao abrir espaço entre nós. — O que acha de acordarmos assim todos os dias?

— Limites, Satoru. — eu levanto as sobrancelhas e sorrio. — Limites.

— Claro. — concorda sorridente, fazendo cafuné na minha coxa. — Temos tempo.

Sou enfeitiçado com sua beleza, admirando cada detalhe de seu rosto sonolento. Ele sobe o carinho da coxa para minha cintura, meu ombro e meu maxilar. Aproveitamos a presença um do outro enquanto podemos, e não tenho como afirmar que ele se sente da mesma forma, mas do jeito que estamos minha cabeça está vazia. Tudo que consigo pensar e imaginar está diante dos meus olhos. Tenho a impressão de que disse isso algumas vezes, mas ele é o cara mais lindo que eu já vi. Ou minha cabeça está exagerando, o que é bem provável.

— Eu sou uma divindade, não sou?

— É.

Eu acabo surpreendendo Satoru ao responder sua pergunta. Acho que minha pose de garoto difícil e intocável está indo embora aos poucos.

— Eu ficaria assim o dia todo com você.

Não.

Esse não é Satoru Gojo.

— Você está bêbado?

— Não.

Eu afasto a cabeça, fazendo uma expressão desconfiada.

— Você está chapado?

— Por que está me perguntando isso? — ele boceja, abrindo um sorriso maligno antes de retomar sua fala. — Não está acostumado a receber afeto?

— Nossa, como você é engraçado. — eu dou um peteleco em sua testa. — Eu não tenho culpa se você age feito um botão dourado que não se importa com ninguém na maior parte do tempo.

𝐀𝐑𝐑𝐎𝐆𝐀𝐍𝐓 𝐒𝐄𝐗 - (sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ)Onde histórias criam vida. Descubra agora