Meu expediente havia encerrado mais cedo na biblioteca. Quando cheguei em casa, meu relógio marcava as dezenove horas. Cheguei mais cedo do que o normal. Poucos minutos. Talvez e só talvez, eu estivesse um pouco desesperado para administrar bem o tempo.
Tudo isso para ver um homem que não quer nada além de papo furado comigo. Impressionante.
Hoje, durante o tempo que passei no trabalho, acabei pensando mais do que deveria sobre essa situação rídicula. É algo tão idiota. Eu simplesmente não quero nada com ele. Bom, eu quero sim. Mas é um pouco complexo. Eu devo ter trocado menos de dez palavras com esse homem - sendo bem generoso - e nem o conheço direito.
Destranco a porta e entro em casa, correndo em busca de toalhas e um bom banho. Deixo minhas chaves e o celular em cima do sofá da sala. Vou até o banheiro, fechando a porta atrás de mim - por mais que eu more sozinho, me sinto mais confortável se a porta não estiver aberta. Ligo o chuveiro, já arrancando minhas roupas de forma desajeitada. Entro debaixo da água quente, sentindo meus músculos relaxarem devagar. Meu corpo estremece, e meu cabelo estica como reação ao peso da água. Respiro fundo algumas vezes para manter minha cabeça estável e pensar com calma. O que eu vou vestir? O que eu vou falar? Como devo me comportar?
Meu Deus.
Sinto certo arrependimento de não ter retornado a ligação e recusado. Estou me sentindo como um cachorrinho, um cachorrinho que segue as vontades de seu dono. O que estou fazendo? Prometi a mim mesmo que sempre colocaria meu futuro em primeiro lugar. E, francamente, faltar as aulas por causa de um encontro bobo que não vai me levar a lugar algum, não me parece muito viável e responsável.
Desligo o chuveiro após um tempo, me enrolando na toalha da cintura para baixo. Vou aos tropeços para o meu quarto, esbarrando nos móveis e objetos que estão pelo caminho. Abro meu guarda-roupa jogando cada tecido para fora, em busca de algo perfeito. Eu começo a pensar um pouco e paro de espalhar minhas coisas pelo cômodo, me julgando por essa reação exagerada e humilhante.
Não é a primeira vez que me rebaixo a esse nível.
Sento na cama e relaxo um pouco. Preciso me acalmar.
Dou um pequeno pulo pelo susto de ouvir meu telefone na sala. Vou correndo até lá, e me deparo com uma chamada - de vídeo - em grupo dos meus amigos. Cogito a ideia de ignorar e fingir que estou ocupado, mas atendo mesmo assim. Os três rostos se formam na tela, e eu os recebo com um sorriso caloroso.
— Oi, gente.
— Ah. — Nobara se manifesta. — Estava no banho? Foi por isso que demorou para ouvir nossos gritos?
Eu reviro os olhos.
— Estou brincando. Queremos saber como está e se ainda não desistiu de ir.
— E também — Megumi continua. Sua voz está abafada como a de Nobara por conta do áudio. — Sabemos que está nervoso.
— E viemos te deixar um pouco mais ansioso. — Yuji completa. Parece exausto.
— O quê? Não. — Fushiguro parece irritado por ter sido interrompido, mas continua. — Nós podemos te ajudar com alguma coisa?
Eu encaro a tela, enquanto me afundo nos pensamentos. Não sei se devo incomodá-los com este assunto, por mais que eu esteja explodindo por dentro.
— Vocês poderiam me motivar a não ir, se possível.
Nobara e Megumi não respondem nada. Itadori, por sua vez, parece cansado e com sono. Sua cabeça tomba algumas vezes para o lado, enquanto ele tenta se manter acordado.
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𝐀𝐑𝐑𝐎𝐆𝐀𝐍𝐓 𝐒𝐄𝐗 - (sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ)
Fanfic- Todos nós temos um lado perverso, uma parte que não mostramos a ninguém. No caso de Satoru Gojo, sua malícia se esconde atrás de belos olhos azuis. ✦ sᴀᴛᴏʀᴜ ɢᴏᴊᴏ × ʟᴇɪᴛᴏʀ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴏ +18 Esta história pode causar gatilho em pessoas com transtorno d...