𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦

The Hunger Games (part 2)

Filme: Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

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Uma semana, um período relativamente curto, porém capaz de causar uma grande mudança. Vimos de prova o que aconteceu nessa última em questão. O sucesso de Cole, promovido pelas suas pinturas, fez o jogo seguir um rumo diferente. Graças ao meu incentivo, agora ele é um dos favoritos do público, tendo como maior concorrente a passarinha do Partridge.

O fato dos nossos tributos estarem no páreo deveria gerar a maior rixa entre nós, mas por incrível que pareça não trocamos farpas ou provocações. Desde que nos reencontramos após o ocorrido no laboratório da Dra. Gaul, não tivemos nenhum contato direto. Imagino que sem querer ele esteja atribuindo um papel de derrotado, conquanto preferi não me aproveitar disso.

No momento em que eu mais deveria vê-lo como uma ameaça, o encaro de igual para igual. Nossos tributos têm muitas coisas em comum, tanto nos pontos fortes quanto nas fraquezas. Ambos se firmam na boa interação com o público, contudo não possuem a astúcia necessária para ganhar os jogos lutando.

Foi daí que surgiu minha próxima ideia. Qual a forma mais eficaz de se manter vivo no decorrer do jogo? Tendo aliados. Por essa linha, você se alia a quem aparentemente seja semelhante a você, alguém que pareça confiável. Analisando os tributos, cheguei a conclusão de que Cole e Olivia seriam bons aliados. O ponto é, isso significaria uma aliança com Louis, o que diverge bastante do quesito confiável.

Posso assumir que existem aspectos semelhantes entre nós, no entanto é isso que nos torna inimigos, temos os mesmos objetivos. Diante disso eu descartaria a ideia, todavia no fim das contas Cole e Olivia também estarão lutando pela mesma coisa, sendo assim nossas alianças teriam algo em comum, no fundo ainda estaríamos competindo.

Fui cogitando a hipótese sem reparar que a aula havia acabado. Era minha última chance de fazer a proposta a Louis, afinal amanhã começam os jogos na arena. Analisei a bancada vizinha e vi ele arrumando os materiais para sair. A princípio tive receio de me aproximar, no entanto quando tomei atitude sua atenção oscilou vindo para mim rapidamente.

— Podemos conversar?— Sugeri vendo sua feição intrigada ao me ver iniciar um diálogo pela primeira vez depois de dias. Permaneci em pé enquanto o observava levantar com o material guardado, agora focando apenas no que eu tinha a dizer.

— Sobre o que?— Questionou em tom de desconfiança, lançando um olhar de análise julgador.— Quer se gabar pela Gaul?— Acusou atribuindo uma posição de defesa desnecessariamente. Não sei como eu ainda achei que ele tivesse algum neurônio, arriscar a vida para não assumir um erro devia ter sido a prova final.

— É o tipo de coisa que você faria.— Apontei prevendo como réplica.— Se eu quisesse isso já teria feito há dias, não acha?— Destaquei a lógica, ou melhor, a sua burrice.

— Então o que você quer?— Lançou direto, aparentemente persistindo em desconfiar das minhas intenções através da conversa. Claro que Louis Partridge não seria capaz de enxergar além da casinha.

— Já pensou em como vai manter sua tributa viva?— Indaguei sem responder a pergunta anterior, introduzindo o assunto que pressupus gerar interesses mútuos.

— Ah, agora eu entendi.— Advertiu um possível entendimento precoce.— Acha que vai me desestabilizar apontando meu ponto fraco?— Deduziu de maneira errônea novamente. Pelo visto alguém ficou traumatizado.— Eu sei o que me aguarda, inclusive é muita hipocrisia da sua parte com aquele pintorzinho.— Tentou me atingir antes mesmo de saber o que eu queria, ainda bem que não sou eu que estou com o ego ferido.