11. cheiro de medo

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"Eu sou pior no que faço de melhor

E por essa dádiva eu me sinto abençoado

Nosso pequeno grupo sempre foi assim

E sempre será até o fim"


O DIA SEGUINTE À MORTE DA GAROTA CORVINA COMEÇOU com um longo discurso de Dumbledore durante o café da manhã sobre o ocorrido da noite passada. O diretor citou alguns atributos de Delilah Jones durante seus dois anos letivos e pediu que um minuto de silêncio fosse feito em homenagem à jovem falecida. E nada mais. Dumbledore não explicou a situação, ou ao menos falou que aquilo foi um assassinato.

Calliope nunca foi a maior fã do bruxo e atual diretor de Hogwarts pelo seu escancarado descaso em determinadas situações, mas ela sabe que ele não deixaria aquela história passar em branco. Dumbledore é um homem que se protege, além de estar a um passo a frente dos demais. Não duvidaria se ele já soubesse que aquela merda toda iria acontecer.

Sentada na mesa de sua casa, a jovem Nott corre seus olhos por cada aluno que consegue ver. No meio do discurso de Dumbledore, mais pessoas chegam no Salão Principal.

Alexander, Lucius, Evan e Bartolomeu Jr. caminham calmamente até se acomodarem em um lugar afastado de onde Calliope está. Não demora para que Regulus chegue com Severus, e ambos se sentam próximos aos mais velhos e atrasados para a hora do café da manhã.

Calliope não consegue disfarçar o seu olhar desconfiado e espera ansiosamente pelo momento em que seu irmão tire os olhos do prato à sua frente e olhe para ela, mas isso não acontece.

A irmã gêmea do rapaz pode notar que alguns ossos do rosto do irmão estão mais evidentes, indicando que ele emagreceu. Isso tira completamente a vontade de acabar de comer as torradas com geleia que pegou. 

A refeição foi como um funeral. Não houve conversas animadas e tudo que se ouvia era o choro baixo da amiga de Delilah, que foi quem a encontrou, vinda da mesa da Corvinal. Os demais corvinos prestaram seu apoio e a fizeram comer a máximo possível para que ao menos sua saúde permanecesse bem, já que não podiam cuidar de sua mente.

Assim que Calliope viu seu irmão e os idiotas se levantarem, ela fez o mesmo. E isso também aconteceu na mesa da Grifinória e da Lufa-Lufa, com os marotos e Olivia que logo seguiram a sonserina. 

Os movimentos não passaram despercebidos pelos professores e, com certeza, Dumbledore não pode deixar de notar o olhar aflito e raivoso da jovem Calliope Nott. Minerva se levantou para os seguir, mas com um aceno de mão Dumbledore pediu que ela esperasse.

Logo que saiu do Salão Principal, Calliope correu até alcançar o irmão. A garota puxa a capa escura dele e isso o faz parar. 

— O que você fez? 

— Eu não sei do que você está falando, Calliope. Me solte.

Ouvir o nome sair da boca do irmão ocupando o lugar de um apelido qualquer que ele sempre a chamou fez o efeito de machucar um pouco o seu coração. 

Alexander Nott mantinha uma postura rígida, sabendo que os demais amigos estavam o observando, e uma voz autoritária. Ao ver a postura do mais novo perante a irmã, Malfoy e Rosier sorriem.

— O que está acontecendo? — ela olha desacreditada para o irmão gêmeo, mas logo o seu olhar se volta para os demais sonserinos — Que porra é essa, hein? 

— Acordou estressada, Nott? — Malfoy pergunta.

— Ela não deve ter dormido direito. — Rosier continua, e ambos riem. 

𝗘𝗡𝗗 𝗚𝗔𝗠𝗘 ∙ james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora