18. um lar

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"Com cada pequeno desastre

Eu deixarei as águas se acalmarem

Me levem para algum lugar real

Porque eles dizem que lar é onde

Seu coração está gravado em pedra

É onde você vai quando está sozinho

É onde você vai para descansar"




A PRIMEIRA PESSOA QUE CALLIOPE VIU AO ENTRAR NA MANSÃO foi o seu pai. Christoper Nott olha para ela com uma expressão indecifrável. Apesar da idade já mais avançada do patriarca não se nota linhas de expressão em seu rosto, e Calliope se questiona se ele sempre foi tão apático desta forma.

A garota deixa as malas no chão e olha para o pai, que apenas indica que ela deve o seguir. Alexander os observa e quando Calliope anda atrás do pai, o irmão a olha alarmado.

Alexander engole em seco e fecha os olhos, permanecendo naquele mesmo lugar já esperando pelo pior.

Christoper caminha com a filha até o ambiente que chama de escritório, o qual sempre costumou utilizar para reuniões particulares com os demais Comensais homens.

O ambiente tem uma iluminação baixa e o tempo acinzentado que faz do lado de fora não ajuda a melhorar a luz. Há um extenso sofá logo afrente da janela e bem no meio do ambiente uma grande mesa de madeira escura e imponente. Atrás desta, uma estante de livros e a cadeira de couro preto no qual Christopher Nott se senta.

Calliope entra e fecha a porta, sendo indicada pelo pai para se sentar na cadeira disposta do outro lado da mesa. Um de frente para o outro e acima da mesa, entre os dois, está um jornal do mundo bruxo.

— Pegue. — ele diz ao apontar para o jornal.

Calliope não é rápida em seus movimentos, mas quando finalmente pega as folhas e lê a matéria ela entende aonde o pai quer chegar.

Logo na primeira página.

Uma imagem em movimentação de sua mãe rindo como uma maníaca segurando em suas mãos uma placa com o nome dela. A matéria, com letras imensas, diz "Anastasia Nott, presa por assassinato há uma família de trouxas".

Logo abaixo está uma imagem de Calliope no dia de seu depoimento no Ministério da Magia. Seu rosto estava rude, sério e determinado a disseminar aquele mau. As letrinhas miúdas provavelmente falavam sobre a filha que incriminou a própria mãe, e afins.

— Não é preciso ser muito inteligente para saber que você, Calliope, não faz mais parte desta família desde o momento em que mentiu ao depor contra a sua própria mãe.

— Eu não menti. — ela lhe responde com um olhar severo dirigido ao pai, muito semelhante ao que ele dirige à filha.

Christoper se levanta e caminha até a filha, que também se coloca de pé. Ele ainda a olha com extremo desgostos durante alguns minutos e, quando finalmente abre a boca para pronunciar algo, desiste. Lhe faltam palavras, mas lhe sobram atitudes.

Calliope não fica surpresa quando sente um impacto seguido de uma ardência no rosto.

O tapa que seu pai lhe deu doeu pra cacete, ela tem que admitir, mas não daria a ele o gosto de saber esse fato. Então, apenas volta a o olhar com uma expressão apática, digna de um Nott.

𝗘𝗡𝗗 𝗚𝗔𝗠𝗘 ∙ james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora