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Em uma quarta-feira de abril, o sol estava se pondo, e o vento frio da noite tocou a pele quente de Dulce Maria. Ela estava parada do lado de fora de um bar que ficava a duas quadras da universidade a qual estudava.

Havia acabado de presenciar a cena mais chocante da sua vida.

O ano passado inteiro havia ficado deslumbrada por Joaquim Fernández, uma estudante de Medicina muito gostoso e gato. Dulce babava por ele, e quando no início desse ano ele começou a dar moral para ela, se sentiu como em um sonho.

E então de repente ele pediu para ser seu namorado. Foi um sonho literalmente, com o direito ao melhor sexo que seus 21 anos de vida haviam tido. Ele era tudo, gato, gostoso, bom de papo e gostava de fazer sexo oral.

E também morava em um república muito suja, e em um quarto que parecia nunca ter sido limpo. Ela fez esse favor para ele, passou quase um final de semana inteiro desencardindo aquele chão e organizando as coisas em seus devidos lugares.

E agora, percebia o quando havia sido otaria. Quantas pessoas havia rido dela nos últimos tempos? Quantas vezes o Joaquim riu dela em segredo?

Tudo estava explicado! Era por isso que em tantas sextas ele tinha grupos de estudos, era por isso que em alguns domingos ele ia treinar com o pessoal da atlética.

Era tudo mentira! A verdade é que Joaquim ia beijar a boca de outras garotas, ia levar outras meninas para a sua cama. E Dulce acreditou em tudo como uma tonta!

E a pior coisa aconteceu: ela o viu beijando a sua mãe!

Dulce e a mãe tem um relacionamento difícil, a garota cresceu morando com o pai e a madrasta. A mãe desde a separação estava sempre buscando os relacionamentos perfeitos em caras problemáticos.

O último foi o Bil, por quem Dulce achou que ela ainda era casada. Mas essa situação era corriqueira, sempre que eles brigavam e ele saia de casa, ela vinha atrás de Dulce chorar e falar mal sobre o amor.

O amor não era mesmo perfeito, Dulce via isso no casamento de seu pai. Mas não queria ter uma vida tão infeliz como a da mãe, cercada de bebidas, sexos e brigas.

- Dul, meu amor... Eu não sabia que ele era seu namorado. Eu fui no apartamento não tinha ninguém, então encontrei esse bar, nós começamos a conversar mas ele não me disse que namorava. - Ouviu a mãe dizer.

Parecia um pesadelo, aquele tipo de sonho que não fazem o menor sentido. A sua mãe estava com a boca na boca do seu namorado, em um bar aleatório a dois quarteirões da sua casa.

Quase que ela não viu a cena, mas parece que Joaquim não queria esconder isso, já que os dois estavam sentados em uma mesa do lado de fora do bar para todo mundo ver.

- Você saberia sobre meu namorado, se ligasse de vez enquanto ou se se importasse comigo! - Esbravejou Dulce em frente ao bar, na frente de todo mundo.

- Eu me importo com você, meu amor. É que o Bil...

- Já sei, mãe! - A cortou. Ela sabia bem como terminaria essa frase. - E não to com cabeça para isso agora!

- Posso ficar na sua casa hoje? A gente brigou...

- Não! Você é a mãe aqui, é você quem deveria ir resolver os problemas. Hoje eu não vou ser o ombro que você vai chorar, mãe!

Havia raiva e tristeza no olhar da mulher, que se parecia tanto com Dulce. Era uma mulher muito jovem e bonita, com um corpo cheio de curvas, um cabelo preto esvoaçante e um sorriso provocante.

Dulce entendia porque os homens ficavam enfeitiçados por ela. Mas dessa vez Dulce não queria acolher ninguém, não queria ouvir as lamuris e depois ela voltar para a sua vida normal e esquecer da filha.

O Plano ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora