Quinze

126 21 8
                                    

Christopher entrou no banheiro e Dulce estava enrolada na toalha. Ele a olhou de cima a baixo e respirou fundo, que prova de fogo ficar ao lado dessa garota.

- Vai ser bem rapidinho, eu prometo.

Concordando com a cabeça ficou de costas e ouviu atentamente quando Dulce tirou a toalha do corpo e entrou no chuveiro. Mesmo tentando ser forte, sua mente lhe invadia com imagens de como seria ver Dulce Maria tomando banho.

Ele escutava a água caindo no chão, o barulho do sabonete passando pela pele dela, e se sentia muito tentado a olhar para trás. Mas ao invés disso concentrava seus olhos na porta do banheiro.

- Não imaginei que fosse tão medrosa! - Talvez se puxasse assunto as coisas ficariam menos tensas.

- Eu tenho medo de escuro e dessas coisas, eu jamais assisto a um filme de terror. E nunca pensei que iríamos vir a um hotel tão mequetrefe.

- Também achei que o Poncho poderia ter feito uma escolha mais sábia.

Dulce ficou em silêncio por uns segundos enquanto lavava o rosto, e Christopher se virou levemente, mas não conseguiu ver muita coisa. Se ela o pegasse espionando sairia uma briga daquelas, e Christopher não estava a fim de brigar hoje.

Mas o som da água caindo sobre seu corpo ficaria em sua memória por um bom tempo.

O chuveiro desligou e Dulce puxou imediatamente a toalha se enrolando novamente. Christopher se virou para ela, e a encontrou toda molhada e com o cabelo preso em um coque.

E ela estava linda, talvez a vez mais bonita que a tenha visto. Uma beleza natural e molhada, algo que mais uma vez mexeu em alguma coisa dentro de Christopher. Sentiu seu peito formigar outra vez, e sua boca ficou seca de repente.

Que droga! Não era a primeira vez que ele ficava com o coração acelerado ao olhar Dulce Maria, e agora sentia a boca seca e as mãos suadas. Deveria ter uma explicação lógica para isso, e só poderia ser princípio de loucura.

- O que foi? - Perguntou ela a ele.

- Nada! - Disse rapidamente. - Te espero lá fora.

Saiu quase correndo do banheiro, e Dulce se trocou o maia rápido que pode. Nem pensar iria ficar sozinha em qualquer cômodo daquele hotel.

Saiu do banheiro e encontrou Christopher parado do lado da porta.

- Obrigada por isso, de verdade. - Deu um pequeno sorriso para ele e caminhou em direção a sua mochila.

Estava usando um pijama de camiseta azul e shorts azul com bolinhas brancas, nada sexy ou extravagante porque Dulce achou que iria dormir com Annie.

- Agora acho que eu preciso tomar banho também.

Christopher foi até sua mochila e tirou algumas coisas dela.

- Deixa a porta aberta. - Pediu Dulce.

- O que? - Ele a olhou confuso e assustado.

- Eu não vou entrar, é só para o caso de acontecer alguma coisa. Por favor.

Ele só concordou com a cabeça e foi para o chuveiro. Dulce se sentou na cama e ficou ouvindo o barulho da água.

E então pensou em como Christopher tomava banho, o que ele lavava primeiro? Como deveria ser gostoso ver a água escorrendo por seu peito. Ele ensaboando os braços....

Por Deus, Dulce Maria controla seus pensamentos!

Deitou na cama e suspirou fundo. Fechou os olhos e tentou pensar em outras coisas, precisava pensar em outra coisa. Qualquer coisa!

Atendendo a seu pedido, Dulce ouviu um barulho e imediatamente abriu os olhos e avistou uma barata enorme subindo a parede. Imediatamente começou a gritar e pular na cama.

Christopher tomou um susto enorme e saiu correndo do banheiro, colocando a toalha em volta do corpo como deu.

- O que foi?

- Uma barata! Mata, mata, mata!!!!!!

A garota estava histérica em cima da cama, enquanto Christopher ainda tentava entender a cena. O bicho se mexeu na parede e voou para o chão, arrancando gritos dos dois.

- Mata Christopher, pelo amor de Deus! - Implorou ela.

Christopher se aproximou do inseto o olhando com nojo. Era uma barata gigantesca, e estava dando pequenos voos. Tirou o chinelo do pé e foi atrás dela tentando matá-la.

Dulce assistia a cena em pé em cima da cama, com o coração acelerado e morrendo de nojo. Sempre teve medo de barata, sempre mesmo.

O garoto precisou correr atrás dela por um tempo e depois conseguiu acertar um chinelada e matar a barata.

- Ufa! - Dulce sentou-se na cama.

- Que susto você me deu!

Voltou de novo para o banheiro a fim de terminar seu banho e Dulce ficou encarregada e jogar o inseto fora.

Buscou uns lencinhos que tinha na bolsa, enrolou sobre a barata e foi lavá-la ao lixo. Assim que a jogou no lixinho que ficava perto da pia que ficava ao lado do banheiro, ela olhou para o espelho e viu uma imagem pertubadora.

Era possível ver tudo dentro do banheiro, e como havia pedido para deixar a porta aberta, ela conseguia ver Christopher tomando banho totalmente nú.

Dulce ficou paralisada olhando para o espelho. Ele estava de costas, e ela conseguia  ver suas costas largas, e a bunda branca e de repente ele se virou de frente com os olhos fechados e o rosto virado para cima em direção a água.

Por Deus! Dulce estava vendo apenas tudo. Tudo mesmo, o peito alto de Christopher, o barriga definida e o pelos que a cercavam e ela podia ver também algo mais para baixo.

Ela viu tudo, seu membro, suas pernas, seus pelos. Tudo. Tudo!

Se a coitada já estava com pensamentos errados antes o que faria agora?

Quando o viu se mexer Dulce saiu rápido do lugar que estava e voltou para a cama, respirando fundo. Essa cena nunca mais sairia de sua cabeça.

O chuveiro desligou e alguma minutos depois Christopher saiu de lá cheirando a água de colônia e vestindo uma camiseta branca e um shorts de dormir.

Dulce assim que o olhou ficou vermelha como um pimentão, pois agora ela se lembraria para sempre de como ele era pelado.

- O que foi, porque tá vermelha?

- Eu? Vermelha? Ah nada, não é nada. - Sua voz saiu engasgada e ela procurou desviar os olhos do corpo dele.

- Como podemos ver temos somente uma cama, não é? De boa a gente dormir junto?

- O que?

Só naquele momento Dulce Maria havia se dado conta que havia somente uma cama de casal no quarto. Ela não podia dormir com Christopher na mesma cama, não depois de tê-lo visto nu.

***
O clássico clichê 🤭

O Plano ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora