Os dois continuaram se beijando por quase a festa toda, e passaram o resto da noite juntos. Parecia um sonho, quem diria que depois de tanta coisa os dois iriam se acertar sem dizer uma palavra.
Isso era o que os incomodavam, eles estavam apenas vivendo aquele momento mas havia muito a ser dito das duas partes. As palavras foram adiadas, mas não poderiam ser esquecidas.
- Na segunda na hora do almoço, entre uma aula e outra nós podemos conversar como dois adultos?
- E nós somos dois adultos? - Dulce chupava um pirulito e olhava com os olhos brilhantes para Christopher.
- Acho que está na hora de sermos, não e?
Ela concordou com a cabaça.
- Você está certo. Mal posso esperar por nossa conversa na segunda, acho que já adiamos demais.
- Penso que faltava coragem, e agora não falta mais.
- Você jura?
- É claro que eu juro, gatinha.
Sorriu para ela e voltou a beijá-la. Dulce poderia morar naqueles beijos para sempre. Mas ela também não via a hora de resolver tudo, colocar tudo as claras e dizer de uma vez, que apesar de parecer maluquice ela o amava.
Com Christopher era a mesma coisa, o tempo de se esconder havia acabado. Era hora de iniciarem juntos um novo capítulo de coragem.
***
Na segunda-feira Dulce se arrumou até mais animada para ir a faculdade, pois sabia que teria um encontro na hora do almoço. Pegou suas coisas e saiu para a aula junto de May e Anahí.
- Será que é hoje que vocês finalmente vão parar com essa enrolação? - Perguntou Annie, enquanto as três caminhavam rumo a faculdade.
- Acho que sim, uma hora iríamos ter que conversar.
- Que bom, eu espero que vocês se acertem foi super fofo ver os dois juntos na festa.
- Verdade, foram feitos um para o outro.
Dulce sorriu para os comentários das amigas, ela gostaria mesmo que fossem feitos um para o outro e o que sentiam fosse feito para durar.
A manhã foi a mesma de todos os dias de semana, ela tomou café com Christian os dois fofocaram bastante e depois foram assistir as aulas.
Christopher também chegou cedo a faculdade, tinha aula no hospital e provavelmente ficaria por lá o dia todo.
A todo momento se lembrava do encontro com Dulce, um frio na barriga logo se iniciava e ele pensava se estava fazendo o certo. Mas que mal poderia haver em amar alguém?
Em algum momento da vida ele precisava se arriscar no campo do amor. E apesar de achar que isso seria um pouco mais tranquilo, ele entendia que uma boa história de amor tinha seus altos e baixos.
Decidiu que era melhor focar nas aulas e pensar sobre isso quando os dois finalmente se encontrasse na hora do almoço.
Dulce já estava no laboratório vestindo seu jaleco ao lado de Christian em uma bancada de estudos.
- Olha só - mostrou o celular para a amiga. - Minha nova paquera.
- Você não perde tempo né, Chris? De onde ele é?
- Faz Contábeis, pena que o Centro de Estudos dele é tão longe... Mas já estou marcando um encontro.
- Você é uma safada!
- Sou mesmo! - Disse orgulhoso. - Você deveria ser também.
- Eu to tentando. Ta sentindo esse cheiro de queimado?
- To sim, parece que teve um curto em alguma coisa naquela sala que fica os bonecos sabe? Mas já resolveram.
- Nossa, mas o cheiro ainda ta forte.
- Ta mesmo, nosso cabelo vai ficar cheirando fumaça.
O professor iniciou a aula e ninguém notou mais nada de diferente além do cheiro forte de fios queimados.
Depois de um tempo o cheiro passou, mas se iniciou um outro muito mais forte fazendo todo mundo começar a tossir. Estavam com a porta do laboratório fechada, e as janelas eram pequenas, ficando totalmente alheios ao que acontecia do lado de fora.
No hospital, Christopher estava com alguns prontuários em mãos enquanto ouvia atentamente o que seu professor dizia sobre um caso que estavam vendo.
Começaram a ouvir um burburinho pelos corredores por partes dos enfermeiros, mas de imediato ninguém deu muita atenção e tentaram se concentrar no professor e no paciente a frente dele.
Alguns minutos mais tarde um outro professor pareceu um pouco assustado e agitado.
- Está havendo um incêndio no prédio onde ficam os laboratórios atrás do hospital, o corpo de bombeiros está tentando conter o fogo mas está bem alto e tinha muitos estudantes lá dentro, tem gente que ainda não conseguiu sair. Se puder nos ajudar nos primeiros socorros. Algumas substâncias podem se tornar tóxicas no estado de ebulição.
Imediatamente todos da sala saíram o mais apressado possível correndo em direção a saída do hospital.
Enquanto Christopher processava as palavras e seguia os colegas um vislumbre passou por sua cabeça. Dulce tinha aula nesses laboratórios, e se ela estivesse presa lá?
Uma sensação horrível tomou conta do seu peito e ele quase não conseguiu respirar. Ela não poderia estar presa lá dentro. Não poderia!
Saiu correndo na frente de todos a caminho do prédio que ficava atrás do hospital. Assim que saiu do hospital pode ver a grande nuvem de fumaça preta se espalhando por todo o campus.
A adrenalina estava a mil, ele mal se dava conta da movimentação que passava a sua volta. Quando mais se aproximava o cheiro da fumaça ficava pior.
Havia pessoas deitadas no gramado tossindo e recebendo os primeiros socorros. Parecia cena de uma guerra, a fumaça preta, várias pessoas machucadas com as roupas sujas e deitadas no chão.
Ele olhou para cada uma, mas não havia sinal de algum cabelo vermelho entre elas. E se ela não estivesse ali?
Uma onda de pânico o invadiu, ele queria gritar mas não tinha forças. Buscou o celular no bolso e tentou ligar para Dulce, o celular chamou chamou chamou e ninguém atendeu.
Ele tentou mais uma vez, mas não teve sucesso. Continuou olhando ao redor, os olhos ardendo pela fumaça e imaginando onde ela poderia estar.
Havia pessoas saindo pela janelas, outras sendo resgatadas com a ajuda dos bombeiros. Estava tudo um caos e mais gente chegava ao gramado para acompanhar e ajudar.
Christopher foi se aproximando do prédio a passos rápidos, pensando em qual lugar Dulce poderia estar. Sentindo que estava a ponto de chorar, ele precisava desesperadamente e encontrar essa garota.
***
Uma emoçãozinha para o nosso gran finale hahahaha 👀
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O Plano Imperfeito
FanfictionChristopher e Dulce não se gostavam, desde que um colocou os olhos no outro a antipatia foi imediata. E para tirar onda com a cara de Dulce, ele faz uma aposta com seu amigo - a paixão de Dulce - que não conseguiria levar o relacionamento a sério co...