Dezoito

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Os três se aproximaram das redes postas na areia, e ficaram na área indicada para assistirem aos jogos. Annie avistou Poncho e acenou para ele, totalmente fascinada o olhando sem camisa e brilhando de suor.

O jogo começou e se estendeu até o horário do almoço, houve uma pausa no horário do almoço e do sol mais quente, e voltaram após as 15 da tarde.

Foi um dia divertido, Christopher já estava vermelho do sol e rejeitou as chamadas de atenção de Anahí, de que depois iria ficar todo dolorido.

O sol já havia se posto quando os jogos terminaram, e a equipe de Alfonso havia conquistado o segundo lugar. A comemoração foi regada a muitos beijos de Anahí.

- O pessoal disse que vai comemorar em um bar de karaoke aqui perto, vamos também? - Disse Poncho ao se aproximar dos amigos.

- Por mim fechou!

Os quatro voltaram para o hotel e se trocaram rapidamente, antes de se encontrarem do lado de fora.

O bar em questão não ficava muito longe do hotel e foram andando. Anahí e Alfonso foram de mãos dadas e conversando, quase excluindo Dulce e Ucker que ficaram um pouco deslocados.

O ambiente do bar era bonito, com muitas luzes coloridas, uma palco pequeno e dois microfones e dois telões pequenos de cada lado. O balcão do bar era cumprido e havia várias mesas ao redor, além de uma parede cheia de garrafas.

Os quatro se sentaram em uma dessas mesas e Ucker e Poncho foram buscar as bebidas. Voltaram pouco tempo depois com quatro garrafas de cervejas.

- Um brinde! - Poncho levantou sua garrafa e os amigos os seguiram.

- Um brinde! - Respondeu Annie sorrindo para Poncho.

- Como é horrível ficar de vela! - Dulce revirou os olhos e deu um longo gole em sua bebida. - Quero algo mais forte, já volto.

A ruiva se levantou da mesa e foi em direção ao bar. Dulce usava um vestido de crochê vermelho e biquíni por baixo, tinha os cabelos soltos e quase não passou maquiagem, já que Christopher a ficou apressando. Mas estava bonita de qualquer jeito, e é claro que chamava a atenção.

Assim que encostou no balcão e pediu um drink ao garçom, um homem apareceu ao seu lado. Alto e de cabelos escuros puxou papo com Dulce, ela riu de alguma coisa que ele disse, e Christopher sentiu o seu sangue ferver.

É claro que ele estava observando ela a distância. Desde de que ela levantou da mesa os olhos de Christopher estavam grudados nela. Primeiro ele ficou de olho se estava tudo bem, e depois ficou admirando a menina de longe. Estava muito gata, e isso dava um formigamento no seu peito.

De novo um formigamento. Será que Dulce era algum tipo de indutor ao ataque cardíaca? Pois ele sempre pensava estar sofrendo do coração quando olhava para ela. E agora ela estava rindo com algum babaca que se aproximou.

Christopher fechou a cara, e tentou desviar o olhar. Ele não tinha nada a ver com isso, primeiro ela não era sua namorada, e segundo ela era a Dulce, a garota que ele sempre detestou.

Que ela ficasse lá com quem quer que fosse, que dance com outra pessoa, que beije outro alguém. Christopher não estava nem ai, ele não se importava com ela. Não mesmo.

Indo totalmente ao oposto de seus pensamentos, ele voltou a olhar para ela. Pegou sua garrafa e virou tudo de uma vez.

- Ei, vai devagar! - Annie o repreendeu, mas ele não deu ouvidos.

Seus olhos, ouvidos e sentidos estavam todos em Dulce Maria. O que ela tava falando com esse outro cara? Ele era algum palhaço para ela rir tanto? E porque ele tava tão perto?

Ele havia beijado ela hoje a tarde, um beijo e tanto e agora ela estava flertando com outro cara na sua frente. Como tinha coragem? Christopher fuzilava os dois com os olhos, pronto para a qualquer momento acabar com essa palhaçada.

O que ele não fazia ideia, é que Dulce conseguia ver sua cara pelo espelho que refletia atrás do garoto com quem conversava. E ela viu Christopher os olhando com ódio, viu o jeito que bebia sua cerveja agressivamente, e viu como seu rosto estava ficando vermelho.

E é por isso que ela ria ainda mais alto do que o garoto dizia, por isso encostava a mão no braço dele toda hora e deixava as coisas acontecerem.

- Será que eu posso te pagar uma bebida? - Perguntou o rapaz. - Existe uma bebida bem melhor que essa.

Dulce estava bebendo um "Cosmopolitan", um de seus drinks favoritos. Antes que pudesse dar uma resposta, alguém apareceu ao lado dela e segurou seu braço.

- Foi mal, mas ela não quer.

A ruiva olhou para o lado e avistou Christopher segurando seu braço e olhando para o homem a sua frente.

- Virou meu porta-voz agora? - Respondeu para ele.

- Só estou dizendo que você não vai beber mais nada, pois a gente combinou de dançar essa música.

Ela o olhou chocada. Ele estava mesmo com ciúmes, e inventando uma história sem pé nem cabeça para afastá-la do boyzinho.

- A gente não combinou isso.

- Claro que combinamos. Foi mal cara, mas ela já ta acompanhada.

Christopher a puxou pelo braço e levou Dulce até o meio de várias pessoas que dançavam ao som da música que tocava no karaokê.

Não acreditou que ele havia feito isso mesmo. Ele tinha tirado ela de perto de um cara. Uau Dulce Maria, parece que seu plano está dando certo.

- O que foi isso? - Quis saber ela.

- Te livrei que um mala sem alça.

- Como sabe que me livrou? Eu tava gostando do papo.

- Ah para vai, o garoto nada a ver, suas expressões estavam super exageradas, você tava pedindo socorro e eu vim te ajudar.

- Eu não tava pedindo socorro, e como você sabe quando eu estou sendo exagerada?

Christopher não respondeu, apenas a puxou para mais perto das outras pessoas e de repente os dois estavam quase no centro da pista. A música trocou e começou uma mais lenta e os dois foram obrigados a se aproximarem.

Dulce virou a cabeça para cima, e as luzes do lugar faziam os olhos de Christopher brilharem. Talvez fosse o álcool, mas ela se sentia estranha olhando para ele. Sentia algo que nunca sentiu antes.

- Você estava com ciúmes de mim? - Perguntou para desviar o foco das perguntas que fazia a si mesma.

O Plano ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora