Doze

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Christian apareceu ao lado deles, passando seu braço pelo braço de Dulce.

- Ucker, eu amei isso. Parabéns pelo trabalho, a carinha de felicidade dessas crianças. Foi demais, um homem gato e sensível é raro hoje em dia.

- Valeu Chris. - Agradeceu rindo. - Volta mais vezes, as vezes fazemos aquelas maquiagem com desenho, sei que você gosta disso.

- Amo!!! Claro que vou voltar. O que acha de irmos tomar um café?

Olhou para Dulce, que concordou com a cabeça. Era uma boa ideia para colocar em prática maia uma parte de seu plano, ainda precisava conquistá-lo.

Christopher também aceitou e os três foram a uma cafeteria que ficava próximo ao hospital e estava sempre cheia de estudantes.

- O que vão querer? - Perguntou aos dois.

- Eu quero um capputino gelado e uma torta de framboesa.

- Boa Dul, eu quero um café preto e um pão de queijos, dois na verdade.

Christopher foi até o balcão fazer os pedidos, enquanto Christian e Dulce encontravam uma mesa. Escolheram uma mais ao fundo, no canto.

Assim que Dulce se sentou, procurou em sua mochila um pente para pentear rápido os cabelos e um gloss para passar nos lábios. Arrumou a camiseta que usava e endireitou a postura.

- Vai beijar ele hoje de novo?

- Não, claro que não. Mas vou deixar ele pensando em mim um pouco mais.

Buscou na bolsa novamente um body splash e aplicou rápido no pescoço. O tempo dela guardar o produto, Christopher sentou-se na mesa ao lado de Christian trazendo os pedidos.

Colocou as escolhas de Dulce e a sua frente, e fez o mesmo com Christian.

- Só vai tomar um café? - Perguntou a Christopher.

- Sim, vou para a academia depois.

- Eu fui hoje de manhã, as cinco da manhã. Você também deveria ir sabia Dul? Ia te fazer bem.

Christopher olhou para Dulce, sua boca não parecia estar tão brilhante quando saíram do hospital. E ela exalava um cheiro doce. Estava bonita, mas isso não era difícil para ela.

- Não tenho tempo Chris, eu preciso dormir e estudar. O resto vejo depois.

- Infelizmente, tenho que concordar com a Dulce. Só vou porque estava com uns problemas de saúde.

- Sério? E o que você tinha? - Quis saber ela.

- Gordura no fígado e colesterol. Precisei mudar um pouco a alimentação e começar os exercícios, mas meio que acabei gostando.

- Entendi, acho que a May tinha comentado algo sobre isso.

Sempre que Maite falava sobre Christopher, Dulce fazia alguma careta e não fazia muita questão de ouvir.

Christian olhou para os lados e acenou para um conhecido. Quase todo mundo que estava na cafeteria era estudante, alguns estavam sentados sozinhos com seus notebooks, outros em grupinhos e todo mundo com uma xícara que café.

- Me dão licença um minutinho, preciso conversar com o pessoal ali. É rapidinho.

Saiu da mesa, deixando Dulce e Christopher sozinhos. No primeiro instante ficou um silêncio constrangedor. Mas Dulce sabia que essa foi a deixa de Chriatian para ela fazer alguma coisa.

- Acho que essa é a primeira vez que tomamos café aqui juntos. -  Comentou ela.

- Verdade, desde que você veio com aquele papo estranho parece que ficou mais sociável.

- Papo estranho não, falei a verdade. E sendo sincera, não me chateia. É bom saber que sou desejada.

Christopher riu antes de dar mais um gole do café.

- Você é louca! Foi por isso que passou baton e perfume? Não vai acontecer nada entre nós.

- Mas você bem que reparou não foi? O que achou daquele beijo no sábado, deu para sentir o meu gostinho de morango?

- Foi planejado aquilo então?

- Claro que não, de jeito nenhum. Mas o Joaquim sempre disse que tenho cheiro de morango.

- Eu odeio morango!

Dulce se aproximou dele sobre e mesa, e o olhou bem no rosto.

- Tem certeza?

Christopher engoliu seco. Estava nervoso mais uma vez, e isso era algo muito esquisito. As garotas não o deixavam mais nervoso a muito tempo. Mas havia algo em Dulce Maria que o deixava fora de órbita, e ele não entendia o que.

Olhou para os lábios dela, e sua vontade era sentir mais uma vez o gosto de morango em sua boca, o quente daquela língua e maciez daqueles lábios.

Mas isso era um jogo de Dulce Maria. Ele não sabia o que ela estava aprontando, mas tinha certeza que coisa boa não era.

- O que você quer de mim, Dulce? - Perguntou de uma vez.

Ela chegou um pouco mais perto, e seu cheiro doce inebriou ao redor de Christopher.

- Eu quero o que você quiser.

- Quero distância!

Dulce riu ironicamente, e voltou a sentar corretamente. Ele estava mentindo, meu Deus ele estava mentindo muito. Ela podia perceber pelo jeito dele, se não bancasse o difícil essa hora já poderia estar perdido de amor por ela.

- Você ta mentindo, e eu sei que tá! Quer o contrário, mas é muito orgulhoso para admitir. Então, eu vou ter que te fazer implorar.

Isso aguçou sua imaginação. Como Dulce poderia fazê-lo implorar, de que artimanhas ela usaria? A boca seria muito bem vinda, mas havia muito mais a oferecer.

Merda! Ela estava conseguindo, agora Christopher estava imaginando como poderia ser beijar Dulce Maria ferozmente, e depois bem devagar ir tirando cada peça de roupa dela. Como seria beijar a pele de seu pescoço, e poder sentir mais forte do cheio doce do seu perfume.

- Tenta a sorte, meu anjo.

Christopher se levantou e caminhou para a saída, lutando contra seus pensamentos. Se ficasse mais um segundo olhando aquela menina, provavelmente não se responsabilizaria pelos seus atos.

E isso tudo era culpa dele mesmo. Deixava Dulce entrar em sua mente com esses assuntos idiotas. Christopher precisava se manter longe dela, como sempre fez desde o início e assim evitar que coisas piores acontecessem.

Ela era diferente das outras meninas, para começar era a amiga de May e isso já dava muito problema. Tudo bem que ele havia saído com Anahí umas duas vezes, mas isso já tinha quase três anos e nenhum deles se conhecia direito.

Por isso com Dulce era tudo diferente. Ele a conhecia muito bem, sabia o temperamento dela, havia feito uma aposta com um amigo envolvendo ela, e tinha levado um soco na cara em retaliação. Os dois tinham um histórico de brigas, e de repente transformar isso em desejo era algo maluco.

Dulce Maria queria o enlouquecer e é por isso que tinha que tomar cuidado com ela.

O Plano ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora