Treze

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Alguns dias mais tarde, Anahí chegou toda eufórica em casa carregando algumas sacolas.

- Vocês precisam ver o biquíni que eu comprei! - Jogou as sacolas no sofá.

- Vai viajar?

- Um final de semana na praia! Aqui perto sabe, o Poncho me chamou hoje. Parece que vai ter um campeonato amador de vôlei de areia e ele quer participar. Então nós vamos a praia final de semana! Querem ir comigo?

- E ficar de vela? Ah não muito obrigada. Inclusive as coisas parecem estar indo bem hein?

- Não, não. Ele chamou o Ucker também, então não vai ser nada romântico e ele disse que era um final de semana entre amigos. Como faz um tempinho que não vejo o mar aceitei.

Dulce que até então ouvia a conversa em silêncio decidiu participar.

- Então só vai vocês três?

- Sim. O que não é tão legal, vamos reservar um quarto em uma pousada, mas vou ficar sozinha eu acho. Nada de noite romântica.

- Vou com você! - Falou decidida.

Essa era sua chance perfeita. Longe da cidade, só os dois, o lugar ideal para Dulce colocar em práticas suas ideias de sedução. Dessa vez não tinha como ele sair correndo, iria cair aos seus pés na areia mesmo.

- Sério? - Anahí estranhou o entusiamo da amiga, já que Dulce não era a mais sociável das três. - O Christopher também vai.

- Não tem problema, eu quero ir junto. Te faço companhia, a gente pode tomar um sol pegar umas ondas, beber umas caipirinhas. O final de semana perfeito!

- Ai adorei, Dul. Vai ser ótimo ter você comigo. Quer ir também May?

- Valeu Annie, mas eu vou participar de um curso no sábado e não posso faltar, conta horas complementares.

Todos os universitários estão sempre atrás de horas complementares. No início parece algo inofensivo, fácil de fazer, que pode ser deixado para lá até que o tempo fica curto e as horas a serem cumpridas enormes.

- É, nesse caso não tem jeito. Mas vai ser bom se você for Dul, podemos dividir o quarto e tomar um sol.

Annie nem sonhava que os planos de Dulce eram outros. Essa era a sua chance de atacar Christopher mais uma vez, e o seduzir.

Teria que pensar em tudo, para que ele não escapasse. E assim poderia partir para a próxima fase, onde poderia mostrar o quão amável era e arrebatar de vez o idiota.

- Vai ser perfeito, Annie! Já estou ansiosa, acho que vou começar a arrumar minhas coisas hoje.

Deu um abraço de lado na amiga, e agradeceu ao destino por estar colaborando com ela.

Na sexta-feira a noite, foi o combinado para saírem de casa. A cidade para qual iriam ficava a poucos quilômetros e não era a mais indicada a banhistas, havia algumas reclamações sobre o saneamento básico.

Mas Dulce já foi decidida a não entrar na água e só beber água engarrafada. Com sua mochila nas costas esperava ao lado de Anahí, Alfonso terminar de fechar seu apartamento.

Estava ansiosa, era bom sair um pouco esquecer os zilhões de trabalhos que tinha que fazer e as provas que precisava estudar.

Depois de tudo conferido, os três foram de carro até o prédio ao qual Christopher morava já que dali seria caminho.

Annie olhou para Poncho e depois para Dulce que estava no banco de trás.

- Quer que vá para o banco de trás? - Perguntou ela.

- Não, fica suave aí Annie, o Ucker não se importa.

Ele provavelmente não iria se importar mesmo, mas quando descobriu que iria ter de ir acompanhado de Dulce até la, ficou um pouco zangado.

Não acreditou que ela fosse mesmo, pensou que era alguma brincadeira. Era só uma viagem rápida de amigos, e Dulce e Christopher não eram amigos.

Mas ali estava ela sentada ao seu lado mexendo nos cabelos vermelhos. E aquele cheiro estava envolta dele de novo. Que ódio!

Havia ficado refém desse aroma que exalava dela, uma cheio doce que não combinava com o furacão que Dulce era, principalmente com ele.

Passou boa parte do tempo olhando para o vidro do carro e tentando evitar falar com ela. Uma hora e meia mais tarde, haviam parado em um posto de gasolina para irem ao banheiro.

Todos desceram do carro, e Dulce e Christopher saíram primeiro do banheiro ficando parado próximo a conveniência em silêncio.

- O que foi? - Quis saber ela.

- Nada! 

- Está nervoso porque vamos passar o final de semana juntinhos?

- Na verdade a palavra certa seria furioso, por sua culpa não pude trazer outra pessoa alguém com quem eu realmente teria um final de semana legal.

- Ah que pena, Chris! Vou te contar um segredo... Posso ser essa pessoa.

E lá vinha ela mais uma vez com esse assunto estranho.

- Nem fudendo!

- É isso que você quer fazer não é?

- O que deu em você hein? Qual é o jogo Dulce?

- Ué, não posso ser mais uma das suas amigas, não posso querer conhecer o Christopher que as deixam babando.

- O Christopher é o mesmo...

- Não pode ser, não consigo acreditar que um monte de menina fique babando por alguém como você.

- Alguém como eu?

- Sim, você é muito chato! Não é possível que seja assim com elas.

Para Dulce era inconcebível que as garotas gostassem mesmo de alguém como Christopher, implicante e irritante. Ele deveria ter alguma coisa, ou talvez fosse só porque era bonitinho e popular.

Talvez fosse isso, e é por isso que ele nunca namora. Deve ser tão chato que ninguém quer um namoro sério.

- Você não me conhece, Dulce!

- Você também não me conhece!

A conversa terminou quando Annie e Poncho chegaram ao lado deles conversando e todos foram a caminho do carro.

Três horas e meia mais tarde estavam de frente a uma pousada em uma rua escura e pouco movimentada.

Desceram do carro e olharam ao redor, o lugar não parecia dos melhores e as condições da pousada também não.

- Onde eu fui me meter? - Reclamou Dulce baixinho.

O Plano ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora