Vinte e nove

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Dulce ajeitou a camiseta e tentou arrumar o cabelo, com o coração ainda pulando pelo susto do barulho da campainha.

- Quem é?

- O Joaquim ta na cidade, ele veio fazer uma surpresa no casamento da irmã dele. Chegou hoje a tarde e vai embora domingo de manhã, e eu combinei de ir beber com eles. Droga! Esqueci totalmente!

Foi a caminho da porta apressado. Quando Dulce ouviu o nome de Joaquim ficou ainda mais nervosa. O que ele acharia dela ali com Christopher?

Não que ele tivesse que achar alguma coisa, mas seria estranho. E ela não tinha para onde fugir. Alisou a camiseta mais uma vez e se sentou direito no sofá.

A porta de abriu e ela pode ouvir o barulho alto dos garotos. Christopher e Joaquim deram um abraço apertado.

- Tava querendo dar o bolo é? Eu vim de longe, cara. - Reclamou ele, entrando no apartamento junto com Poncho.

- Foi mal, eu...

- Dulce?

Quando Joaquim a viu no sofá da sala quase não acreditou. Ruiva e gata como sempre, ele havia se lembrado dela em alguns dias que estava longe.

Apesar de tudo, não podia negar que ela era uma garota do bem, divertida e bonita, e ele se arrependia por ter sido tão babaca.

- Oi Joaquim... que surpresa.

- Eu que o diga. O que ta fazendo aqui?

- Er... Eu encontrei o Ucker indo para casa.

Dulce olhava para Christopher, esperando que ele contasse a história. O que os dois eram? O que faziam juntos? Nem ela mesmo sabia.

- Eu tinha esquecido que ia sair com vocês, e entrei a Dulce e a gente pensou em jantar. Foi só isso.

- E desde quando vocês são amigos?

- Ah isso é uma longa história! - Poncho respondeu pelo dois. - E ai já ta pronto? Aquele lugar enche rápido.

Christopher olhou para Dulce. Merda, ele não queria deixar ela. Preferiria mil vezes ficar no sofá agarrando ela, do que sair com os amigos.

Isso nunca tinha acontecido a Christopher, ele nunca havia preferido uma garota. Que merda! O que estava acontecendo com ele?

- Quer ir com a gente? É um barzinho não muito longe daqui.

- Não, eu vou para casa. Fica tranquilo, e eu to cansada também.

- Ah qual é, Dul? Vamos com a gente, faz meses que não te vejo. Vamos sim!

Joaquim se aproximou dela, mostrando sua fileira de dentes brancos. A ruiva estava um pouco perdida, não queria sair com os amigos de Christopher, mas queria ficar mais com ele.

- Acho melhor não.

- Vamos sim, eu te levo embora a hora que você quiser.

Depois de muita pressão Dulce acabou aceitando. Ela foi na garupa da moto de Christopher. Para quem dizia que nunca iria andar naquela moto, ultimamente ela estava pegando carona demais.

O bar não era muito longe mesmo, e estava bem lotado. Eles entraram e foram para uma mesa no fundo do lugar. A música estava alta, a luz era baixa, e tinha garçons andando por toda a parte servindo bebidas.

Os garotos fizeram seus pedidos e Dulce os acompanhou com cerveja e petisco. Nunca lhe passou pela cabeça, que um dia sairia para beber cerveja com Christopher e seus amigos por livre e espontânea vontade.

Os três conversavam sobre assuntos que tinham em comum, Joaquim contava da sua vida fora do País, enquando Christopher e Poncho o colocavam a par dos acontecimentos da faculdade.

O Plano ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora